Capítulo 9

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CAPITULO NOVE

— Pensei que você ainda estivesse dormindo. Pe­guei o telefone para ligar para Marco. E ouvi a con­versa. Isso é verdade? — perguntou Esteban .

María estava branca e relutava em aceitar que ele descobrira seu segredo.

— O quê?

Esteban a olhou com desprezo.

— É verdade que você está grávida?

María respirou fundo, lentamente, e entrelaçou as mãos

— E o filho é meu? Ela corou.

— Como você pode me perguntar isso?

— Fácil. Agora que está claro que você não é a mulher sincera que eu pensava, tudo é possível. — Esteban tinha uma expressão cruel e tensa no rosto.

— O filho é seu — rebateu María.

Olhos dourados de espanto, Esteban lhe deu as cos­tas, e ela não pode ver como ele reagiu à confirmação brusca sobre a paternidade da criança.

Será que ele tinha alguma esperança de não ser o responsável pela gravidez dela? María se sentiu ofen­dida pela suspeita dele, mas não o culpava. Em ne­nhum momento ele havia falado sobre um futuro além do que os esperava no dia seguinte. Ele teria todas as razões para se sentir aliviado com a notícia de que a responsabilidade pelo bebê que ela carrega­va não era dele.

— Não era assim que eu queria que você desco­brisse sobre a minha condição — murmurou María, constrangida.

— Não tente me enganar. Você não planejava me dizer nada. Por que então demorou tanto para me contar?

— Eu não sei o que você está tentando insinuar... — María mal podia organizar os pensamentos, diante de toda essa reviravolta. Na noite passada, ela havia adormecido nos braços dele. E agora, no mesmo quarto, ele a encarava com uma expressão severa, como se ela fosse uma inimiga mortal. — É claro que eu ia lhe contar... Tudo bem, eu demorei, mas isso não é um crime!

— Per maraviglia... Eu acho que você estava preocupada com que eu atrapalhasse seus planos so­bre como lidar com o que você vê como um problema colossal — acusou Esteban . — Foi por isso que você fugiu de Londres, você só não tem a coragem de ad­mitir. Se eu não tivesse ouvido a sua conversa, eu nunca descobriria que a tinha engravidado. A sua in­tenção era não me contar. Por que você não admite isso?

María o mirava, consternada.

— Porque não é verdade, eu nunca agiria assim. Você está vendo tudo errado...

— Eu acho que não. — O olhar duro dele revelava total desconfiança.

Esteban fazia o papel do juiz, do júri e do carrasco, ao mesmo tempo, pensou María.

— Você não está escutando o que eu estou dizen­do...

— E por que eu deveria escutar? — Esteban riu de desdém. — Por que eu deveria escutar uma mulher que não dá a mínima para mim ou para a nossa rela­ção, a ponto de sair do país sem deixar um recado sequer?

— Você sabe porque isso aconteceu! — protestou María.

— E quem me garante que foi por isso mesmo que você desapareceu?

Vitoria do AmorWhere stories live. Discover now