3.

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Chegando ao Complexo Zero, vejo o quanto ele é bonito à noite. Luzes azuis espalhadas por toda a sua estrutura e poucas janelas.

As portas se abrem assim que nos aproximamos, revelando um salão com paredes claras e um chão de madeira escura. Uma recepção é claro. Um elevador luxuoso está à frente, prateado e brilhante. Balcões vazios, pois acabou o expediente.
Viramos à esquerda, e há um elevador de carga à nossa frente. Feito de bronze.

- Isso não vai desabar, não é? - pergunta Karin.

- Têm mais de trinta anos que esse elevador está aqui - responde R. - Considerem-se azarados se isso desabar.

Graham entra primeiro, se colocando ao lado de uma alavanca. E nós entramos logo em seguida.

Ficamos um pouco espremidos, principalmente eu. Milles fica ao meu lado, o que não ajuda em nada. Seu ombro estava me espremendo mais para o canto, por um momento pensei que me fundiria ao bronze até que ele coloca o braço ao meu redor.

- Tem mais espaço assim? - pergunta em voz baixa, e Graham puxa a alavanca, fazendo com que o elevador desça.

- Obrigada. - digo um pouco sem graça.

- A área dos soldados Zetas é no subsolo. - diz R ao lado de Graham.
Passamos por um fosso profundo, paredes cinzas e um pouco empoeiradas. De repente, chegamos à um lugar com iluminação branca, três tatames com um monitor ao lado, armas e espadas dos mais variados tamanhos. Paredes cinzas assim como o chão.

O elevador pára, e, guiados por Graham, saímos em fila. Tem alguns soldados treinando combate corpo a corpo nos tatames com uma espécie de massa branca em formato humano. Não tem rosto.

- São chamados de Hits, usamos eles para um treino mais avançado. - diz R, parece que percebeu meu olhar fixo para eles.

- É uma das tecnologias dos governantes. - diz Graham, se aproximando de um tatame vazio e nos mostrando o monitor. - Aqui é programado a intensidade de treino. - Ele deslizou os dedos para o nível leve e uma massa começa a se formar no chão, se moldando com um cuidado quase angelical. Se tornando um pouco mais alto que Graham e parecia ser mais forte.

- Por que não os usam como soldados? - pergunta Milles.

- Eles só podem ser controlados pelos computadores internos - diz R. - Os governantes ainda estão desenvolvendo um sistema de controle móvel.

- Legal. - Milles não parecia impressionado.

Volto minha atenção à Graham, ele estava em posição de luta. As mãos abertas, um braço apoiado próximo à cintura e o outro não muito esticado, pernas um pouco afastadas e os pés alinhados.

- As mãos ficam abertas para facilitar a imobilização do alvo, ou até mesmo matá-lo. - diz Graham.

O Hit tenta socar Graham, que desvia do ataque e agarra seu braço. Apoia a outra mão em seu tórax, e chuta sua perna com força, fazendo com que caia no tatame. Hit se desmaterializa e Graham se volta para nós.

- Uma vez imobilizado, ou atacado de maneira ofensiva, o Hit some. - diz, sorrindo e voltando à nós. - São tão sólidos quanto qualquer oponente.

- E podem matar alguém distraído. - R diz, andando para mais ao fundo da área de treinamento, há uma porta de vidro.

Graham a abre e nos guia para entrar em um corredor largo.

- Tudo bem, Emma? - pergunta Zoey, e eu estava tão impressionada com a estrutura desse lugar que mal notei a conversa entre os aspirantes.

- Estou bem. - ela sorri para depois voltar para Krista.

Continuamos à andar até chegarmos ao final do corredor, onde há uma sala ampla com várias beliches. São cinco ao todo. Duas nas paredes da esquerda, duas na direita e uma ao fundo.

ZETAWhere stories live. Discover now