21.

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Ainda estamos esperando Milles e Zachary voltarem, estou andando inquieta de um lado para o outro.

- Eu devia ter ido com eles, ou não ter deixado Milles ir até a família dele. - resmungo.

- Está preocupada, eu sei. - diz Krista, me segurando pelos ombros para me fazer ficar parada. - Eles vão voltar, só se passaram 25 minutos.

- Krista, são 12 minutos daqui até a Divisão 4, se eles correrem reduz pra 6. - respiro fundo. - E Milles não demoraria tanto pra escrever pra familia dele que ele está vivo!

Minha voz saiu mais alta do que eu gostaria, levo a mão a boca instintivamente. Ainda bem que todos estão dormindo.

Logan olha preocupado para mim, apenas respiro fundo por algumas vezes.

- Não quero presumir o pior. - me sento no sofá e ligo a Tv.

Por causa da interferência magnética de Zachary, a televisão não está funcionando. Há apenas estática.

Ainda bem, significa que ainda não fomos descobertos.

Quanto mais as horas passam, mais difícil fica para não sermos vistos por ninguém.

Estou preocupada com eles, o olhar no rosto de Milles passa pela minha cabeça.

A mãe dele tentou tirar a própria vida, ela realmente precisa de um sinal que o filho dela está vivo e que logo voltará para buscá-los.

Isso me fez concordar em deixá-lo ir, porque se fosse comigo, sei que ele estaria ao meu lado.

Milles e Zachary estão bem! Eles vão voltar logo!

A porta se abre e se fecha em uma velocidade impressionante, são eles!

Krista abraça Milles ofegante e ela com certeza está se segurando para não chorar.

Olho para Zachary, ele está sangrando no ombro. Me aproximo dele e me seguro para não chorar.

- Tudo bem, foi um tiro de raspão. - diz ele, ofegante. - Não está doendo.

- É minha culpa, ele me protegeu de um tiro de soldado. - diz Milles.

Estou em choque e não consigo pensar em algo para dizer. Dar uma bronca neles, dizer que foi uma má ideia não vai ajudar.

Já aconteceu.

Zachary está ferido, não parece sério, mas tem bastante sangue. Encharcou a manga de sua camisa e escorreu pelo seu braço.

Ele me olha com atenção e então me puxa para um abraço com o braço que não está machucado. Meus lábios tremem, tentando segurar o choro.

- Está tudo bem, Emma. - diz baixinho perto do meu ouvido. - Não vou morrer.

Fecho os olhos por alguns segundos e depois abro, me afastando um pouco do abraço. Solto um longo suspiro de alívio por eles estarem vivos.

- Não nos seguiram, ficamos dando voltas entre as ruas. Por isso demoramos. - explica Milles. - Consegui deixar um bilhete, minha mãe vai notar o sinal.

- Espero que ela fique bem. - diz Krista, aliviada e logo depois soca o ombro de Milles.

- Ai! - ele massageia onde ela bateu. - Por que fez isso?

- Me deixou preocupada! O que esperava?!

- Eu não tinha como mandar um sinal, me desculpa!

- Fiquei pensando em várias coisas ruins que poderiam acontecer... - ela coloca as mãos no rosto, Milles a puxa para mais um abraço.

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