8 - O ataque

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"O céu tampava as estrelas, mas a menina não se incomodou. Ela podia sentir a presença delas, observando-as lá de cima. Não eram estrelas."

− A Amante das estrelas, Melissa Abravel.

Um estrondo. O corpo de Dahlia estava em adrenalina absoluta. Sua primeira intuição era proteger Peter e arrastá-lo para um lugar seguro, mas as engrenagens do seu cérebro não pareciam funcionar muito bem, já que seus pés ainda estavam congelados no chão.

Um vulto. Dois vultos. Três vultos. O que era aquilo?

Aedan entrou em sua frente e ela ficou atordoada, abraçando Peter e deixando o cara maior resolver tudo. Eram dois homens e uma mulher. Ela farejava... Farejava Aedan. Vestia uma armadura da cabeça aos pés, das cores de terra e grama.

Ela tinha um brilho estranho e sobrenatural nos olhos.

− Queremos o garoto – ela disse, encarando Peter famintamente.

Dahlia entrou na frente com a respiração ofegante e encarando a mulher com um olhar de animal selvagem. A guerreira nem deu importância.

− Entregue o menino. Agora.

− Nunca! – Dahlia gritou e balançou a cabeça freneticamente.

− Dahlia... – Aedan começou a falar, mas logo um soco em seu rosto o calou. Ele piscou pasmo, sem saber no que acreditar, e avançou no soldado maior, arrancando-lhe sangue do nariz, cheio de raiva.

A jovem avançou na direção da guerreira, golpeando-a rapidamente, mas a mulher era boa. Ótima, para falar a verdade. Conseguia se defender da maioria de seus golpes, então Dahlia precisou apelar. Sacou a adaga que estava presa e escondida nas costas e raspou a bochecha da mulher até a boca. Sangue jorrou, mas a guerreira sorriu.

Dahlia percebeu que não era páreo para ela, nem com anos de luta. Não tinha força, não tinha habilidades.

Mas quando viu Peter sendo arrastado por um dos soldados, ela gritou. Não podiam, simplesmente não podiam tirar sua única família. O garoto chorava e havia hematomas em seu braço, já que lutara para não se afastar da irmã.

Então tudo parecia tomar cor e forma. Dahlia atacou a mulher, rugindo como um leão. Pegou a espada que estava embainhada e socou o rosto repetidas vezes. A guerreira gemeu de dor e logo, Dahlia chutou seu estômago.

Ninguém tiraria Peter de si.

A mulher levanta e soca o rosto de Dahlia, mas a garota selvagem já conhecia seus movimentos. Já os decorara e sabia como se defender. Com toda a força que ainda reservara, ela deslocou o ombro da guerreira. Um golpe que ela aprendera a fazer quando era criança e gostava de andar com a turma da rua.

Olhando rapidamente, ela olhou Aedan socando o outro soldado que havia agarrado Peter. Dois estavam no chão. Dois guerreiros altamente treinados para matar estavam no chão por que dois selvagens haviam revidado.

Aquilo... aquilo chamara muita atenção. Se eles voltassem para o castelo... de qualquer jeito, mortos ou vivos, Dahlia sabia que queriam o seu irmão. Seus olhos se enchem de lágrimas presas, mas ela não ousou chorar.

O último soldado caiu ensanguentado e inconsciente. Em um grito silencioso, através do olhar, ela fala com Aedan. Fugir.

Seus olhos, em respostas, brilharam. Aedan tinha um lugar para qual deveria ir e devia isso a ela. Ela o acolhera.

Dahlia pegou rapidamente um casaco e o jovem uma sua mochila cheia de tranqueiras que havia feito na noite anterior. Peter ainda estava em choque, olhando para os corpos que logo acordariam.

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