13 - Venebros

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"Querida, querida, não chores mais por ele. Que os Criadores o tenha, que sua alma seja lavada!"

- Mil e uma dores amorosas, Charlote Viscontinny.


Romena, como sempre, não queria levantar. Observava flocos de neve cair lentamente pela janela. A seda dos lençóis amaciava a sua pele, enquanto ela se mexia pela enorme cama de casal. Sonolenta, Romena tentou encarar que tinha um longo dia pela frente, com Denver e Julian no campo de sua visão.

Romena admitia que não confiava nos Montéquio e nem em Julian, apesar dele ser diferente do que ela imaginava. O grande problema em questão, era que seus pensamentos finais, sempre se voltavam para ele. No sorriso e nos olhares do garoto.

Ela bufou. Ele era um ninlinheiro do mar, e não tinha o porquê dela se interessar por um homem que poderia ser muito bem um traidor.

As criadas entraram, afobada e Romena franziu o cenho.

− Vossa alteza, uma coisa horrenda ocorreu! – Disse uma delas. A outra que abriu a boca coçou a cabeça.

− O príncipe Denver sumiu!

E os burburinhos começaram. Romena estava prestes a ter uma dor de cabeça, quando gritou:

− Parem!

As criadas se aquietaram imediatamente.

− Onde está Mandy? – Perguntou, vestindo o robe casual.

− Com vossa majestade. Pediu que viéssemos informar sobre o sumiço do príncipe.

Romena se negava em acreditar.

− Ele deve estar no quarto dele, ou em algum lugar no castelo – ela gesticulou com as mãos, como se não se importasse.

− Não, vossa alteza. Ele realmente desapareceu – falou a menor das criadas.

− Os guardas não deixam príncipes saírem por aí sem autorização – Romena explicou, observando-se no espelho.

− Mas ele não está em parte nenhuma.

Romena suspirou e deixou que as criadas a ajudasse a se vestir. O dia estava estranhamente frio, então decidiram que um vestido de branco de mangas seria apropriado. Ele corria até os joelhos e desenhos o percorriam até a gola.

A Princesa deixou os cabelos lisos caírem pelas costas e colocou uma tiara para deixá-los para trás. Ela assentiu pronta, e as criadas saíram.

Assim que Romena saiu do quarto, um guarda a parou.

− Fui designado para que a levasse até os seus pais.

− Por quê?

O guarda não a respondeu, e ela não insistiu. Estava de mau humor naquela manhã, e o desaparecimento de Denver piorava tudo.

Assim que eles chegaram, o guarda foi dispensado e fechou as portas. A família Montéquio estava lá, inclusive Ophelia.

− Bom dia – ela cumprimentou.

− Bom dia – cumprimentou todos. O Rei Rax carregava uma expressão inflexível, diferente do rei George, que aparentava estar preocupado.

Ela se sentou, sentindo-se calma pela primeira vez em dias.

− Onde está Denver? – Indagou, curiosa.

− Seu noivo fugiu – cuspiu George.

− Pai! – repreendeu Julian, e só então os olhos de Romena se voltaram para ele. Os cabelos lisos caiam sobre os olhos e aquela sombra azul pairava mais forte sobre ele.

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