Capítulo UM

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Todos odeiam o retorno das aulas. Contudo, hoje é #festaaaa de boas vindas, galera!
#BebeQueEsquece 
#QueComeceOsEstudos
#Ops...#Diversão comece
#EstamosDeOlhoCuidado.
#Fofocas24h
#SigmaU
                 
                    ...Wild Sigma News

       
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Riley

     Eu não quero mais ficar escondida. Uma hora ou outra, eu teria que voltar e enfrentar meus demônios. E o maior deles: Brandon Mayfield.

A última vez que eu o vi, ou ouvi falar dele, foi há quatro anos atrás. Eu não sei se estou pronta para vê-lo outra vez. Mas eu preciso enfrentar meus medos e seguir em frente. Decidi voltar para Flórida e ganhar meu bacharelado de Ciências Humanas em Jornalismo. Eu tenho bastante crédito acumulado, sendo assim, eu ainda vou me formar dentro de um período de tempo razoável.

Enviei o meu histórico escolar para a Sigma U, como parte do meu pedido de admissão. Que são as cópias oficiais do meu trabalho acadêmico. Incluindo minhas notas e as minhas médias ponderadas (GPA), que são medidas que averiguam o meu desempenho acadêmico. Minha carta de recomendação. E a minha inscrição para a acomodação dentro do campus. Com todos os papéis preenchidos, documentos enviados e pagamento efetivado, os acertos em relação à minha acomodação já estavam certos. Agora eu só precisava ir. Que é a parte mais difícil de tudo.

Mas era o encerramento que eu precisava. Confesso, que foi difícil deixar meus pais e minha amiga para trás, mas sempre que puder irei vê-los. Eles ficaram receosos de me deixarem voltar para o lugar que foi a minha destruição. Eles sabiam o que tinha acontecido comigo, mas não sabiam quem foi o autor. E eu preferi deixar assim. Eles nunca me colocaram na borda para revelar. Nem mesmo quando a minha amizade com Brandon acabou. Eles nem perguntaram o que aconteceu. Só me apoiaram. E assim saímos de Jacksonville, na Flórida, e fomos para um recomeço em Chicago.

Eu os assegurei veementemente umas trezentas mil vezes, que ficaria bem. Eles não acreditam muito, mas me deram um voto de confiança. Mas qualquer incidente era para mim pegar o primeiro avião. Exagerados como sempre. Eu havia mudado, não era mais uma menina ingênua e frágil que poderia se quebrar como vidro.

Eu tinha minhas rachaduras, mas com muito esforço eu conseguir colá-las novamente. Em parte, quem me ajudou foi minha amiga Liesl. Ela foi o meu bálsamo. Me ajudou a me erguer. Pensei em convidá-la para vir comigo, mas não era tão egoísta a ponto de deixá-la fazer tamanha insanidade de deixar sua família e seu curso de graduação para trás.  Eu precisava passar disso para seguir em frente. Mas prometi ligar sempre e usar o Skype. Parece um século que eu os vi. Nem parece que foi há 20 minutos atrás. Mamãe quase me mata de tanto apertar minhas bochechas e beijar meu rosto. Meu pai deu um tapinha nas minhas costas. Ele era mais reservado, mas eu o abracei bem apertado. Meus avós tinham viajado, mas me deixaram um email enorme. Vovó e vovô sempre reclamam que não sabem usar essas “bugigangas”, que em seu tempo era só mandar uma carta. Mas estão se acostumando.

Eu já tentei ensiná-los, mas é impossível. Aprenderam apenas a enviar email's. Eu sempre tento entender o que eles escrevem, pois faltam algumas letras ou engolem algumas palavras. Mas eu contorno tudo. É perfeito, pois é escrito direto do coração deles. Não tenho do que reclamar.

E Liesl — minha única e melhor amiga — quase que não me deixou embarcar. Ela era mais alta do que eu. Me ameaçou de colocar no ombro e sair correndo. Eu ri, pois era a cara dela fazer isso. Agora sentada na poltrona da classe econômica meus nervos estão a mil. Eu acho que estou um pouco enjoada também, pois não me dou muito bem com aviões.

Broken PrinceWhere stories live. Discover now