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Romanos 8:36
Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro.

O dia seguinte chegou muito rápido e eu logo me levantei. Orei, li a Bíblia e cantei louvores com meus companheiros. E caminhei até à tenda onde eu ensinava as crianças.

- Bom dia, pequeninos!

- Bom dia, tio Ben. - eles responderam.

- Hoje vou contar uma historinha pra vocês, e depois vamos estudar a família do B.

- Oba! - as crianças festejaram.

- Então, vamos lá! Há muito tempo, tinha um moça numa terra um pouco longe daqui, e seu nome era Maria...

A cada ponto da história as crianças se admiravam mais, infelizmente fui interrompido por um grito desesperado vindo do lado de fora.

- Benjamim! Socorro! Queimaram a enfermaria! - era Vitória, com os cabelos desgrenhados e a roupa chamuscada. - Paulo está ajudando os pacientes com a Rebeca, eu vim avisá-lo porque os soldados estão revistando as tendas e vão chegar aqui em poucos minutos, precisamos levar as crianças pra um lugar seguro.

- Parados! - um soldado gritou, ele estava armado e acompanhado de um outro com uma tocha de fogo.

- Traidores! - o outro gritou.

- Vamos embora, as crianças! Precisamos tirar as crianças daqui! - falei.

- Crianças, precisamos ir pra casa! - Vitória gritou.

- Vamos sair pela lateral! - indiquei.

Fomos tentando alertar as crianças pra que elas corressem, eram vinte no total, e tínhamos que dar conta de todas elas, pra que nenhuma fosse machucada.

- Vamos, vamos! - chamamos.

Vitória ficou do lado de fora da tenda para encaminhar as crianças.

Saímos correndo, pra tentar nos esconder em qualquer lugar que fosse.

- Tio Ben! - ouvi um grito vindo da tenda.

- Ah meu Deus! - tinha uma criança caída perto da barraca.

Ele não andava direito, no meio da confusão não nos lembramos disso.

- Eu vou buscá-lo! Leva as crianças pra longe daqui.

Voltei correndo o mais rápido que consegui. Peguei o garoto nos braços e tentei me afastar, mas senti algo forte me atingindo pelas costas, uma dor dilacerante veio logo depois.

A última coisa que vi antes de desmaiar foi Joshua correndo ao meu encontro.

- Pai! - o garoto gritou para ele.

~~*~~

Eu me senti imerso na mais profunda escuridão, a sensação era de que eu estava em uma prisão, meus olhos nada viam e minhas pernas não conseguiam ir pra lugar nenhum. Era angustiante.

- Ben! - eu ouvi um grito. - Me ajuda!

Era Julieta, ela estava algum lugar no meio de todo aquele nada. Mas eu não conseguia ir até ela.

- Me ajuda, ele tá vindo me pegar. Eu preciso de você! Ben, por favor!

Fiz força para sair do lugar e quando consegui da um passo para frente, senti como se estivesse caindo em um buraco sem fim...

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