capítulo 8

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Acordei cedo domingo de manhã,  reunião mais importante da semana. Coloquei um vestido azul, que tinha uma cobertura de renda preta. Pus uma sapatilha preta,  e fiz uma maquiagem bem simplista.

Nora e eu fomos andando rápido e atrasadas,  chegamos na primeira oração,  por causa de Nora que estava indecisa sobre oque usar.
Porém a reunião foi incrível, meu chefão ( penso de um jeito carinhoso ) é lindo,  passou pela minha mente como minha vida seria sem Deus, não sei porque mas lembrei da minha mãe, sai correndo pro estacionamento.
Tinha deixado meu carro em casa, vi o carro de Stuart, o alarme estava ligado.
Comecei a chorar,  eu tinha esquecido dela. Liguei para o Stuart.

- Stuart - disse entre lágrimas, enquanto escutava um " tudo bem " na minha consciência,  e aquilo me deixava melhor, ele veio rápido até mim e destravou o carro.

- você está bem?  - disse ele antes de dar partida no carro, me olhava preocupado, fez já coisa que nunca imaginei que faria, me abraçou de lado.
Parecia estranho, mas ele nunca tinha tocado em mim de maneira afetiva. - tudo bem Let. - ele beijou minha testa,  e afagou minha cabeça.

- como eu pude esquecer, ontem foi o aniversário dela, e eu não fui lá.

- tudo bem Let,  ela está bem, ela está com Deus agora - aquilo me deixou tranquila, e a voz na minha consciência ainda dizia "tudo bem " e ainda me vinham as palavras da minha mãe " não chore, eu amo você " - ela está com Deus.

- eu não estou chorando por ela Stuart,  estou com saudades dela, e eu esqueci do seu aniversário, eu esqueci dela. Eu sei que isso é egoísta,  mas eu queria muito ela de volta. - ele me soltou e ligou o carro.
Por um tempo, fiquei olhando a paisagem, eu não estava mais tão triste. Na verdade Deus tinha confortado meu coração, através de Stuart, ele me fez confessar meus motivos, eu pus pra fora,  e aquilo me deixou melhor.
Paramos,  mas não estávamos no cemitério, estávamos na praia?

- Stuart?

- está se sentindo melhor?  - assenti, apesar de não saber onde ele queria chegar...

- olhei a tranquilidade, tudo que Deus faz é perfeito,  li ontem na Bíblia, sobre a areia do mar,  o limite que Deus criou para o mar, ele não o ultrapassa. Estamos na terra temporariamente,  um dia vamos para os braços de Deus, e  você vai ver sua mãe,  e eu também. - ele olhou o céu
Me lembrei vagamente o dia em que ele me disse, que sua mãe tinha morrido, num acidente há anos, junto com seu pai, e ele ficou só.

- desculpe, por te lembrar - ele sorriu.

- eu estou bem, gosto de lembrar deles, queriam que eu fosse médico pra ajudar pessoas, só que eu não suporto ver sangue , mas também queria ajudar pessoas,  então virei psicoterapêuta. Me identifiquei sabe.. Eu estou feliz, sei que eles estão orgulhosos de mim.

- minha mãe sempre disse que eu seria Boa em qualquer coisa que fizesse,  mas que me via como uma professora,  antes da sua doença ela me via dar banca as crianças. - então eu notei oque ele estava fazendo - ei, eu não preciso de terapia - o empurrei de um jeito engraçado

- não estou falando com você,  como falo com meus pacientes, o mal dos psicólogos é esse, achar que só porque eles nunca tiram a armadura da psicologia,  os outros também não tiram. - disse brincando, me olhando nos olhos

- porquê você sempre me olha assim? - questionei olhando o mar.

- porquê você é linda - ele falou rápido,  senti uma ponta de involuntariarismo, porque logo em seguida ele corou, e aquilo foi bizarro, ele parou de olhar em meus olhos.  - quer dar uma volta na praia? - Meneei a cabeça

-quer almoçar lá em casa,  eu e a Nora,  vamos fazer seu prato favorito, lasanha. -  ele sorriu, já eram dez horas
Fiquei olhando Stuart,  sempre pedi a Deus um carinha legal que fosse temente, e que agradasse a Deus.
Stuart é tudo isso, e muito mais,  porém, eu não sei se é da vontade de Deus,  eu odeio esse tipo de sentimento que eu não posso controlar.
Acontece sempre que ele toca em mim, eu me sinto envergonhada, e sinceramente, não creio que ele sinta o mesmo por mim, aliás acho que ele gosta da Nora.
 Ele afinal é um grande amigo.







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