Capítulo 08

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Nos despedimos da Sam quando ela entrou no táxi e vamos em direção ao estacionamento.

Jack: tchau Manu, tchau Isa.- entrou no carro.

Eu: tchau Jack.

Jack manobrou o carro e saiu do estacionamento, coloquei a Isa na cadeirinha no banco de trás e dei uma olhada na hora, 21:30, ela deve estar morrendo de sono.

Entro no lugar do motorista e manobro o meu carro saindo do estacionamento e pegando a estrada.

...

Ainda estou colocando a fralda descartável na Isa e ela já está apagada, termino de vestir seu pijama e coloco ela entre os travesseiros da cama.

Eu: boa noite meu anjo.- depositei um beijo na sua testa e fui até o banheiro.

Me despi e entrei debaixo do chuveiro por não sei quantos minutos, deixei todo o estresse e preocupação descer ralo abaixo, termino o meu banho, me enxugo e vou até o closet, pego um short curto de pijama e um blusa de seda com os ursinhos carinhosos na frente.

Vou até minha cama e me deito com cuidado para não acordar a Isa, me enrolo no lençol e abraço o travesseiro.

...

Acordo com uma mãozinha na minha cara e abro os olhos formando um sorriso no meu rosto.

Isa: mama.

Eu: bom dia minha princesa.

Jogo ela para o lado e fico por cima não colocando o meu peso em cima dela, começo a fazer cócegas nela e de recompensa ganho uma gargalhada banguela.

Eu: vamos tomar um banho preguiçosa.

Como esperado ela rasteja até em cima do travesseiro e se cobre com o lençol se camuflando. A Isa é uma porquinha, odeia tomar banho, me lembra as histórias que a Ana contou sobre o Felipe quando era menor, tal porco pai, tal porca filha.

Eu: se você for tomar banho eu faço papa de morango.

Em questão de segundos ela saiu debaixo dos lençóis com um sorriso travesso. Pego ela colocando-a em pé e segurando um do seus braços para lhe manter em pé, tiro seu pijama e sua fralda que está cheia de xixi.

Deixo ela deitada na cama e vou no banheiro encher a sua banheira. Depois de cheia, pego ela e coloco ela dentro da banheira lhe banhando com cuidado.

...

Deixo Isa no chão da sala, ela está aprendendo a engatinhar então não existe mais nenhum enfeite na estante e na mesa de centro.

Termino de tomar meu café da manhã e vou lavar os pratos, aqui tem prato de não sei quantos dias, depois de tudo lavado, enxugo e guardo no armário.

Meu celular começa a tocar e eu vou atrás dele, procuro por todo lugar até o encontrar na mão da Isa, nem meu celular está salvo, o Felipe ainda deve está pagando esse celular já que no meu aniversário de 21 anos ele me deu esse iPhone 7.

Olho no ecrã e fico surpresa ao ver o nome "pai" piscando na tela, não demoro muito e atendo.

- primeiro: por que você não me contou que se casou? Segundo: por que você não me contou quem tem uma filha? Terceiro: por que você não me contou que mora em uma favela? E quarto mas não menos importante: por que você não me contou que seu marido é um traficante?- me bombardeou de perguntas.

- oi, tudo bem? Comigo está tudo ótimo e com você?- falei irônica.

- me responda as perguntas.- falou firme.

- tem uma resposta que irá responder todas essas questões, você é um preconceituoso que não gosta de ninguém, só se importa com a porra da sua imagem, mas o que iria achar se a imprensa se soubesse que você largou por anos sua filha com babás e aos 17 anos lhe emancipou para não precisar se preocupar com ela?

- agora a culpa é minha que você escondeu tudo isso de mim? Você nem me falou para saber minha opinião, você apenas me julgou, eu não fui ao seu casamento, não entrei com você, não te vi grávida, nunca vi minha neta, você acha isso certo Manuela?- falou bravo e magoado.

- e você acha certo abandonar sua filha por causa da morte da sua esposa? ACHA POR ACASO? - aumentei o tom de voz.- você não sabe quantas vezes eu me culpei pela morte da minha mãe, o quanto era ruim só ver o seu pai em frente a um computador sem te dar a mínima atenção.

- eu tinha que trabalhar Manuela, trabalhar para te dar tudo o que você tem hoje.

- e o que adianta ter tudo o que eu tenho se eu não tenho o amor de pai.

- a questão não é essa, se você me contasse que o Felipe era traficante eu não iria falar nada.

- não?- perguntei surpresa.

- claro que não, se ele tivesse te fazendo feliz era o suficiente para mim, mas agora não dá para voltar atrás, não dá para entrar com você na igreja, acompanhar você na gravidez, eu nem sei como é o nome da minha neta.

- o nome dela é Isabela, ela tem seis meses, a quase um ano eu me casei com o Felipe, lhe conheci em um baile de favela e lhe odiei no primeiro segundo, ele cuidou de mim quando eu estava doente, me pediu em namoro no baile de novo, depois fui morar com ele, foi quando você veio passar um tempo aqui em casa, depois ele me pediu em casamento, ele foi preso, eu descobri que estava grávida e o Jack me ajudava em tudo, ele foi solto quando eu estava com uns quatro ou cinco meses, nos casamos e logo depois veio a Isa, a Geovana se casou logo depois, o marido dela é o subcomandante do morro do Alemão e o filho dela tem um ano e alguns meses, o nome dele é Rafael.

- por que você não me contou isso antes?

- porque eu não queria ser julgada.

- mas eu não te julgaria.

- por que não?

- porque eu te amo.

- mesmo a mamãe tendo morrido no meu parto?

- a morte da sua mãe não foi sua culpa, desde do começo sabíamos que era de risco, não se culpe desse jeito, eu te amo minha filha e desculpa se eu nunca demonstrei isso, eu só queria te dá um futuro melhor.

- eu também te amo pai.

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Oi coalas, capítulo da emoção. MÃE, ME TRAZ MAIS LENÇO.

Mãe: VOCÊ TEM PÉ, VENHA PEGAR.

*Enxugando uma lágrima falsa* foi bem amorzinho esse capítulo, essa reconciliação de pai e filha,vou até cortar os pulsos.

NÃO GENTE, EU NÃO SOU TÃO DOIDA.

Amo minha vida ;-;

Aí você tá escrevendo um capítulo que provavelmente só vai ser postado daqui a duas semanas, parabéns Myllene.

Até o próximo capítulo bjundas para vocês ;*

A Patricinha e o Dono do Morro- Livro 2Where stories live. Discover now