Bônus

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Minhas memórias humanas eram fracas. Ainda mais pela quantidade de tempo que havia se passado desde que eu me lembrava da minha época como humana nesses tempos.

Mas pelas poucas lembranças que eu tinha nada havia mudado. O ensino médio continuava uma tortura. Sempre as mesmas intrigas. Sempre haveria os deslocados e os populares, e os abutres, aqueles que tentavam ser populares a todo custo. E haveria o grupo de vampiros do qual eu pertencia, a minha família, que tentava de tudo para sermos invisíveis, mas que não conseguíamos.

No dia de hoje as alunas e alunos da Forks High School estavam em polvorosa pelo novo acontecido. Eu quase podia sentir em minha pele a excitação dessas crianças loucas por uma novidade, um motivo do qual comentar. A filha do chefe de policia da cidade se mudaria para cá. E as garotas fofocavam pelos cantos, tecendo teorias do porque ela viria para cá e os garotos se perguntando se a garota seria bonita, pois eles já estavam cansados das mesmas caras.

–Que foi amor? –perguntei a Edward que fazia uma careta.

–Não aguento mais ouvir o pensamento desses moleques nojentos.

–Se concentra em outra coisa então. –acariciei seu rosto tentando acalmá-lo.

Como vampira descobri ter um poder muito util. Eu achava que eu não tinha a capacidade de fazer nada de extraordinário, mas há alguns anos atrás quando nos mudamos para Denali e ficamos por um tempo com nossos amigos de lá, Eleazar descobriu meu poder, seu poder era exatamente esse, descobrir vampiros com poderes em potencial. Meu superpoder vampírico era ser um escudo mental e com o passar dos anos fui treinando meu poder e aperfeiçoando-o, até conseguir projetá-lo para fora de minha mente.

Então sendo assim, projetei meu escudo para fora de minha mente envolvendo meu marido entorno dele e mandei para a mente de Edward lembranças felizes de nós dois e de nossa família, concentrando-me nos detalhes de nossa ultima noite juntos e aos poucos vi seus ombros relaxarem e um sorrisinho de canto aparecer em seu canto.

–Melhor? –perguntei com doçura.

–Na verdade pior. –ele deu uma risadinha e percebi seu estado de espirito malicioso.

–Mais tarde. –sussurrei em seu ouvido.

–Hei parem com isso! –Anthony que se aproximava de nos jogou uma maçã que estava em sua bandeja.

–Olha o respeito com a sua mãe. –Edward o repreendeu.

–Desculpa mãe. –Anthony murmurou envergonhado.

–Tudo bem.

Tentei ser discreta enquanto ainda me comunicava com Edward, lhe enviando imagens mentais do que ele poderia esperar de nossa noite juntos e senti seu aperto forte em minha mão. Seria bom parar de provocá-lo por enquanto, ou era capaz de ele me atacar aqui na frente de todas essas crianças no refeitório.

–Alguém já teve aula com a garota nova? –Alice se sentou a nossa frente quase quicando em seu lugar de empolgação.

–Ainda não e você? –perguntei.

–Sim, ela é uma gracinha! –Alice disse e vi que seus olhos encontraram o de Edward e ele se remexeu desconfortável em sua mesa.

Ah não... Não! Isso não. Retrai meu escudo, querendo proteger meus pensamentos de Edward.

Se eu tivesse um coração vivo, há essa hora eu teria tido um ataque do coração. Se eu fosse ainda capaz de chorar, meu rosto estaria banhado em lágrimas. Soltei minha mão da de Edward e fiquei ereta em minha cadeira, tentando controlar o desespero que me assolava.

Quando em 1918...Where stories live. Discover now