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Abro e fecho a boca duas vezes. Nunca na vida esperei que ela largasse tudo e aparecesse aqui. Apesar dela já ter feito isso uma vez meu inconsciente me lembra.

- Posso me sentar ? - pergunta, os olhos continuam com um brilho sedutor, mas cheio de  humor. Graças ao Deus.

Concordo balançando a cabeça. Ainda não recuperei a capacidade de falar.

- Eu me perguntava como seria seu quarto - diz ela olhando em volta atenta.

Olho em volta, traçando uma rota de fuga. Se eu sair pela porta, vou parecer uma louca e se eu pular da janela ... bom vocês já sabem né. Meu quarto e simples, mas aconchegante, alguns móveis de vime e uma cama de casal de madeira na cor branca, com um edredom de tecido sintético da cor verde escuro todo o resto é da cor azul claro e creme.

- É muito calmo e sossegado - murmura ela.

Não é mais ... pelo menos não com você aqui.

Finalmente, meu bulbo raquidiano se lembra de sua finalidade. Respiro.

- Como...?

Ela sorri pra min, parecendo compreender o que se passava na minha mente.

- Minha mãe me obrigou a ficar em casa durante uns dias - ela sorri tímida - Ela disse que quer aproveitar esses dias comigo em casa antes e eu voltar pra L.A .

Sorrio ao reparar no seu tom de voz ao tentar imitar sua mãe falando.

- Quer beber alguma coisa?

A educação leva a melhor sobre tudo que eu gostaria de dizer.

- Não, obrigado - ela abre um deslumbrante sorriso, como aqueles de galã de novela mexicana.

Bem, talvez eu precise de uma bebida.

- Então, foi legal me conhecer?

Droga, será que ela está ofendida? Baixo os olhos. Como vou sair dessa? Se eu disser que foi brincadeira.

- Achei que você me responderia por mensagem. Você está ofendida? - arrisco a perguntar.

- Um pouco - ela sorri sapeca - só achei que merecia um pretexto melhor do que simplesmente, "legal". Você não gostou da música ?

Rio. Mas não por ter achado graça da piada e sim de alívio. Talvez pelos os dois.

- Você está mordendo o lábio intencionalmente? - pergunta ela me olhando com desejo.

Pisco pra ela, soltando o lábio.

- Não percebi que estava mordendo - murmuro - e, eu gostei da música.

Meu coração está disparado. Sinto aquela atração, aquela eletricidade deliciosa entre nós aumentar, enchendo o ar de estática. Ela está sentada bem perto de min, os olhos azuis que transmitiam tantas coisas ao mesmo tempo, os cotovelos apoiados nos joelhos, as pernas abertas. Inclinando-se, lentamente desfaz meu rabo-de-cavalo, os dedos soltando meu cabelo. Minha respiração está curta, não consigo me mexer. Observo seu rosto, sinto sua mão indo para minha nuca.

- Sabe o por quê eu vim aqui ? - seu tom de voz é rouco - hein? - ela aperta minha nuca.

Senhor... Descordo com a cabeça.

- Achei que devia vir até aqui para lembrá-la de como foi legal me conhecer.

Seus olhos me olham com um brilho sedutor e atraente. Ela está com lábios entreabertos, à espera, pronta pra dar o bote. O desejo agudo, líquido e apaixonante, me queima por dentro. Antecipo-me, e me atiro nela. Não sei como, ela se move, e num piscar de olhos estou na cama, sobre o corpo dela, minhas mãos em seu rosto e as suas seguiram para minha nuca, sua boca cobre a minha.

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