Capítulo 1

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Seu celular toca e Anastásia corre para atender, sabe que é Kate, sua chefe e melhor amiga.

- Já estou chegando, o salão estava cheio e atrasaram para me atender.- Anastásia fala se lembrando de como ficou possessa com a manicure.

- Eu sei, Ana, mas é que a Galeria está lotada, a exposição está um sucesso, preciso de você aqui.

- Chego em meia hora, tchau.- desliga o celular, dá uma ultima olhada no espelho, vê que o vestido vermelho e justo, ficou lindo nela, dá uma ultima ajeitada no cabelo, confere a maquiagem, pega a sua carteira, seu celular e as chaves de seu carro.

Sai do apartamento e o tranca, se encaminha para o elevador, apertando o botão para chama-lo, mas o barulho do elevador de serviço chama sua atenção, olha para ele e vê dois homens descendo com algumas caixas de papelão e se dirigem para o apartamento ao lado do seu, de Jill, que estava vago há meses, desde que Jill se casou e foi morar em uma casa em Bellevue com o marido.

Olha no relógio e pensa que Kate vai mata-la, escuta o barulho do elevador e se prepara para entrar, assim que ele abrir as portas e é isso que faz, assim que ele para, mas dá um passo para trás, ao ver o homem que desce dele. Ele é bem alto, os cabelos revoltos e acobreados, uma barba leve e possui um olhar hipnotizante, pelo ao menos é assim que ela se sente ao olhar para ele, é de um cinza escuro, quase azul.

Está vestido em uma camiseta azul, e calça jeans, carrega nas mãos alguns cavaletes e algumas telas.

- Boa noite.- ele a cumprimenta e ela se arrepia com a voz dele, fica confusa com isso, a voz dele é grave e melodiosa.

- Boa noite.- responde educada e entrando no elevador, se lembrando de Kate, mas sente o olhar dele sobre ela, aperta o botão para o estacionamento, o encarando, pensa aonde foi parar seu juízo, em tomar tal atitude, mas ele mesmo não desvia o olhar dela, e parece não querer.

A porta do elevador fecha e ela recua se encostando a parede, procurando pelo ar que ficou suspenso em algum lugar no andar dela.

Desce do elevador e corre para seu pequeno Smart Vermelho.

Abre a porta e entra, para um segundo antes de dar partida, sorri ao se lembrar do novo vizinho, do olhar que ele lançou a ela, sorri ao pensar que já faz tempo que não é vitima desse tipo de olhar.

Sai com o carro, pensando que a culpada disso é ela mesma. Desde Nigel, ela se afastou total e completamente da espécie masculina.

Eles namoraram desde os dezesseis anos, deles, sonhava em se casar, construir uma família, ele foi seu primeiro namorado e primeiro homem, era o ar que respirava, mas um dia, um tempo depois do relacionamento deles partir para o nível Hot, ele desmanchou o noivado, alegando que queria um tempo para ele, que não queria se amarrar em alguém tão jovem, isso depois de três anos de namoro, ela se sentiu abandonada e sem direção.

Estaciona seu carro, logo Hill, o manobrista vem cumprimenta-la:

- Boa noite, Srta Steele.

- Boa noite, Hill, as chaves estão no contato, obrigada.

Entra correndo na Galeria a busca de Kate , que faz cara de brava assim que ela a vê, mas Anastásia sabe que é apenas fachada.

Dá um aceno e corre para sua sala, pega seu Ipad, volta para a Galeria e começa a trabalhar, circulando entre os convidados, perguntando e anotando suas impressões sobre a exposição, do nada se lembra de ter visto o vizinho misterioso com telas e cavaletes.

Ficou tão encantada com o homem que se esqueceu disso, de repente ele é um artista, um pintor, ela sorri com isso, pensa que é um bom pretexto para um começo de conversa. Balança a cabeça, não sabe de onde veio esse pensamento.

Decide deixar esses pensamentos de lado e se concentrar em seu trabalho antes que Kate chame sua atenção.

Passou-se uma semana desde aquele dia que Anastásia viu o vizinho no corredor, e achava estranho não ouvir nenhum barulho no apartamento ao lado, e também não o via chegar e nem sair, chegou à conclusão que ele ainda não havia se mudado, apenas trazido algumas coisas.

Na sexta à noite, estava chegando de um jantar com Kate e Elliot, marido de Kate, estaciona o carro em sua vaga, e observa um carro esportivo, que provavelmente custa três vezes mais o valor do dela, estacionar na vaga que era de Jill. Sorri em pensar que pode ser ele.

Desce do carro e ele desce do dele, olha para ela e ela sente um arrepio em ver o brilho no olhar dele.

Ele caminha até ela que agradece por isso, pois está congelada no local.

- Boa noite.- ele fala sorrindo, ela percebe que o sorriso dele é lindo.

- Boa noite.-  responde, se sentindo uma idiota em ficar parada, sem reação.

- Acho que devemos nos apresentar, já que seremos vizinhos, Amadeo Ricci.-  estende a mão para ela.

- Anastásia Steele.- aperta a mão dele, sente algo que nunca sentiu antes, uma espécie de eletricidade passa pela sua mão.- Italiano? – ela pergunta, mais para disfarçar seu nervosismo.

- Descendente.- ele fala sorrindo, sem largar a mão dela, ela percebendo isso, puxa gentilmente a mão e ele solta.- jantando com o namorado?- pergunta olhando para o lindo vestido ameixa, que abraça todas as suas curvas.

- Não, não tenho namorado, estava jantando com minha chefe e seu marido.- ela vê o olhar dele brilhar.

- Vamos?- ele fala lhe fazendo sinal para ela ir à frente, e ela vai.

Se sente nervosa, olha para ele, tão calmo, quase o inveja por isso.

- Você é pintor?- resolve perguntar, mais para dissipar o nervosismo.

- Sim.- ele responde sorrindo, parece feliz pelo reconhecimento dela.

O elevador chega e eles entram, ele cavalheiro, a deixa entrar na frente, a conduzindo para dentro, com a mão em suas costas, isso manda pelo corpo dela aquela eletricidade que a deixa arrepiada.

- Trabalho em uma galeria de arte, Galery Kavanagh Designers, sou curadora.

O elevador para e eles descem, como sempre, Amadeo deixa Anastásia ir a frente.

- Que coincidência.- ele fala enquanto caminham para o apartamento deles.- já estive algumas vezes nessa Galeria, mas não me lembro de ter te visto lá.-  para em frente ao apartamento dela, - se tivesse visto, com certeza não me esqueceria.

Anastásia sente que fica vermelha com isso, o rumo dessa conversa a assusta, a deixa desconfortável.

- Preciso entrar.- fala pegando sua chave em sua bolsa e destrancando a porta, ele a olha intenso, não desvia o olhar dela.- boa noite.- fala abrindo a porta e entrando, ele permanece parado, sorrindo, ela se sente incomodada com isso.

- Boa noite.- ele fala enfim, acenando e indo para o apartamento dele, Anastásia fecha a porta e caminha até o sofá e se senta.

Fica pensando se tivesse o deixado falar mais alguma coisa, onde isso iria parar, sente calafrios só de pensar.

Não tem estado com ninguém depois de Nigel, ele a taxava de frigida, por não conseguir chegar ao orgasmo, e isso a fechou para os homens, nunca mais deixou nenhum chegar tão perto dela, os que tentaram ela os afastou, mas sente que com Amadeo, isso não vai ser tão fácil, ele tem algo que a puxa para ele.

- Droga.- fala se sentindo frustrada.

Queria ser uma mulher normal, como Kate, e algumas amigas, mas se sente incapaz disso. Às vezes elas falam de sexo, em como suas vidas são perfeitas, e ela se sente um ser de outro mundo, por não saber e não poder opinar sobre isso.

Como falar algo que nunca sentiu, nunca teve?

Resolve se trocar e ir dormir, precisa ir cedo para a Galeria, vai haver um leilão a tarde, precisa inspecionar tudo, ver se não falta nada.

Coloca um pijama e se deita, suspirando desanimada, pensando que sua vida será sempre assim, trabalho atrás de trabalho.

50 Tons de Libertação e Amor - Primeira TemporadaWhere stories live. Discover now