Prologo

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Os raios de sol cortavam as folhas e galhos das árvores enquanto as grandes nuvens brancas passavam calmas e lentamente no azul claro daquele céu acima do lago Kingsley parque bem popular entre as famílias de kingswood. O presidente do Conselho dos moradores criou o feriado pão de mel para todas as famílias, com o intuito de permitir vendas legais, ou seja, fizeram do parque uma praça de alimentação, a cada uma vez no mês as donas de casa, as crianças montam suas barraquinhas e colocam a venda suas delícias.
Nesta tarde a família Jones resolveu dar as caras no parque trazendo junto suas receitas de família

— mamãe posso pegar um bolinho? Deixa — a pequena Evelyn já estava com uma das  mãozinhas cobertas de chocolate que escondia em suas costas so para pegar mais um doce

— tudo bem, mas só um — Quinn sua mãe permitiu sem saber da artimanha de sua pequena

A menina pegou seu bolinho de chocolate e saiu de perto da barraca de sua mãe para saboreá-lo, sentou em um banco em frente ao lago e ficou por ali mesmo observando os pequenos patos nadando. Quando estava prestes a dar mais uma mordida gulosa parou no instante em que focou sua visão em um garoto que se escondia muito mal atrás de uma das árvores atrás de algumas barracas sem ninguém. Ele parecia que estava se escondendo de alguém, a todo momento olhava para os lados como se não quisesse ser descoberto, mas quando ele se viu seguro de sair de trás daquela árvore Evelyn estreitou os olhos e notou que ele não se escondia porque estava em perigo mas sim por que esperava o momento certo de sair para roubar um daqueles doces naquela barraca. Ela se sentiu mal por estar vendo aquilo, mesmo a poucos minutos ela ter feito o mesmo que aquele garoto

Ela desceu do banco, olhou para seu bolinho e foi em direção daquela árvore, quando estava se aproximando do menino o mesmo a viu e se escondeu novamente. Evelyn percebeu que o havia assustado e começou a ir devagar até ele

— Oi, me chamo Evelyn, qual o seu nome? — a pequena parou a uma distância segura e se apresentou a ele sem saber se o mesmo a escutava — não se esconda de mim, o que eu poderia fazer a você, olha o meu tamanho

Evelyn mediu sua própria altura esticando o braço até acima de sua cabeça e se aproximou mais um pouco

— eu vou fazer 6 anos amanhã, minha tia Pillar vai fazer uma festa pra mim, mas acho que eu não deveria saber disso, eu ouvi que era surpresa — disse baixo a última parte como se sua tia estivesse perto — mas acho que não é mais, porque eu sei, mas vou fingir que não sei, pra ela não ficar triste, quando que é o seu aniversário? Se for hoje er...eu posso fingir que não vi você tentando roubar um doce, tipo assim eu entendo sabe, eu também fiz isso na barraquinha da minha mãe, mas não fala pra ela...

— eu estou com fome — ele falou baixo fazendo Evelyn sorrir ao enfim ouvi-lo, mas ficou mal no instante em que percebeu oque ele havia dito — não estava roubando

— você ia pegar sem pagar, isso é roubar — ela falou mas não teve resposta desta vez, então se aproximou mais da árvore e quase pode vê-lo por inteiro — olha, eu posso te dar o meu bolinho de chocolate

— está mentindo

— não estou, eu não minto, minha mãe me mataria se mentisse — ela disse com uma das mãozinhas no peito — prometo que te dou o meu bolinho se me deixar ir até ai

— não tem medo? — o garoto pergunta causando o silêncio de Evelyn por uns segundos longos

— você vai me machucar? — ela pergunta baixinho esperando que ele respondesse

— não — ele disse a fazendo respirar fundo

— então não tenho medo

Dito isso ela andou devagar até o garoto e desta vez ele não se afastou dela, ela parou em frente a ele e abriu um pequeno sorriso amigável, estendeu a mão com o bolinho e o mesmo o pegou receoso. Ele tinha a mesma altura que Evelyn e vestia apenas uma bermuda surrada e uma camisa regata branca, seus pés estavam sujos assim como aparentavam seus cabelos

AnarchyWhere stories live. Discover now