unique

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Quando Frank entrou na sala de estar, Gerard segurava uma cópia de Rose Madder e disse, "Explique para mim novamente por que os seus livros são permitidos em casa e os meus não."

"Porque os seus livros são livros de trabalho," disse Frank, pegando o romance e o colocando cuidadosamente de volta na prateleira. "E os meus tem histórias."

"Os meus tem histórias!" Gerard protestou, seguindo Frank até a cozinha.

"Histórias sobre Jesus."

"Essas são as melhores!"

Frank rolou os olhos. Ele estava virado de costas, mas Gerard podia ver o reflexo dele no micro-ondas. Ele abriu a geladeira, e depois a fechou. "Nós precisamos fazer compras," ele disse, se virando, e beijou o pescoço de Gerard. "Vamos."

*

No supermercado, Frank mandou Gerard à procura dos vegetais congelados, enquanto ele procurava carne falsa. Era mais complicado do que parecia: Gerard gostava das ervilhas de marca com menta, mas Frank pensava que elas eram muito caras e sempre comprava as genéricas, dizendo que eles podiam adicionar menta em casa. Mas eles não podiam, porque eles não tinham menta. Entre os dois, eles sempre conseguiam matar todas as plantas que Ray lhes dava. Gerard estava segurando um pacote de cada, olhando para os dois e tentando decidir se valia a pena discutir com Frank sobre isso naquele dia, quando uma voz disse:

"Padre Way?"

Fazia muito tempo que ninguém chamava Gerard assim, e por um segundo ele congelou, encarando as ervilhas como se elas pudessem dizer a ele o que fazer. Mas elas só lhe informaram que vinham "da colheita para a embalagem em 24 horas!". Ajuda, ele implorou em pânico, e então a voz disse, "Padre Way, é você?" e dessa vez uma mão tocou seu braço.

Ele não teve escolha além de olhar, e então ficou tão surpreso que quase derrubou as ervilhas estupidas no chão, "Nicole?"

"Eu sabia que era você!" ela gritou, e se jogou em seus braços. Gerard balançou as ervilhas no ar por um segundo, e depois as equilibrou em uma pilha de latas de Crisco para que pudesse abraçar Nicole de volta.

"É tão bom te ver," ele disse alegremente, e então a afastou e franziu o cenho. "Você não deveria estar na escola?"

"Nós só vamos começar semana que vem. Eu só estou visitando alguns amigos antes de voltar." Nicole balançou o corpo de forma engraçada, e então avançou e o abraçou novamente, os braços dela se apertaram ao redor do pescoço dele.

Gerard riu e apertou os ombros dela. "E esse é o seu último ano, certo?"

Ela se afastou e assentiu avidamente. "Mas eu estou bem colocada na pós graduação ano que vem."

"Isso é maravilhoso!" disse Gerard, sorrindo tanto que seu rosto doía. "Eu estou muito orgulhoso de você!"

Ela abanou a mão. "Mas, e você? Você nunca me deu nenhum detalhe em seus e-mails. Você está em uma nova paróquia aqui perto, ou – oh."

O rosto de Nicole caiu, os olhos dela se fixaram na garganta de Gerard. Ele ergueu as mãos institivamente e por um segundo ficou surpreso por não sentir o colarinho ali, apenas o algodão desgastado da – ele checou – camiseta do Dia dos Mortos de Frank.

"Oh, não," disse Nicole, angustia genuína escrita em seu rosto e em sua voz. "Eles não fizeram, Padre, não por minha causa, eles não fizeram isso."

"Não!" Gerard disse rapidamente, pegando as mãos dela novamente, mas antes que ele pudesse explicar, Frank apareceu, empurrando seu carrinho quase cheio com uma mão, os olhos fixos na lista que segurava com a outra mão.

Turning Point [Frerard]Onde histórias criam vida. Descubra agora