Capítulo 4

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- Ah pode ser. – respondeu Anahí. – Eu e a Dulce, é claro.

-Tá. Tudo bem a gente vai. – respondi animada. Foi só mudar de cidade que a sorte já estava mudando.

Não havia outra maneira como iria encontrar uma pessoa que não tenho a menor idéia de como esta hoje. E se ele estiver casado? Não, ele não estaria. Christopher era um mulherengo, não, seria difícil ter mudado. Um mulherengo que entregou todo o seu azar para mim.

- Espero vocês meninas.

Voltamos para o hotel e ficamos o resto do tempo nos arrumando para o barzinho de mais tarde. Já estive em Acapulco algumas vezes, mas não conhecia muito bem a cidade.

- E se você encontrar ele?

- Ele quem?

- O Christopher. Já parou para pensar em como ele pode estar? – questionou Anahí enquanto escolhia algum acessório.

- Não, claro que não. O lance é chegar ficar com ele e tchau. Não tem por que ficar imaginando.

Eu já gostei dele, mas no passado. Não iria sentir mais nada por ele.

Como será que ele está? Com os cabelos bem cortados, aquele topete típico, a barba bem feita. Será que se tornou um executivo? Está se mudando para a praia? Veio passar férias com a família? São tantas perguntas e não sei como encontrar as respostas. Como achar um metido a besta em uma cidade lotada?

-Duuul! Ta pensando em que? Já está na hora vamos.

Anahí me puxou pela mão e precisei guardar os meus pensamentos.

Alfonso veio nos buscar e Anahí o encheu de perguntas sobre a minha busca maluca.

-Você conhece algum Christopher que esteja de passagem por aqui?

- Christopher? Qual o sobrenome?

- Uckermann. Você conhece?

Ele pensou um pouco enquanto andávamos de carro por aquelas largas ruas com luzes iluminando o caminho e dando mais clareza a noite escura.

- Ele tem os cabelos meio cacheados?

- Na verdade usa um topete bem mauricinho. – respondi e rolei os olhos, era um metido.

- Conheço um Christopher, mas ele não é nada mauricinho. Porque querem saber?

- Dulce está atrás dele. Precisa desfazer um feitiço do amor. Eles ficaram e a química bateu, porém ele foi um idiota e ela guardou todo o rancor daquele momento e agora é a maior azarada. Precisa dele para desfazer essa maré ruim. – contou Anahí.

- Annie. – a repreendi. Precisava mesmo falar para ele, e agora as minhas chances vão de zero para menos um.

- O que? – me olhou como se fosse uma maluca.

Chegamos ao bar pouco tempo depois. Era um lugar bem agradável, lembrava o mar e tinha tudo haver com a cidade. A decoração era de frutas e a música bem animada. Pedimos a cerveja artesanal da casa e fomos até uma mesinha.

- Legal o lugar. – sorri para Alfonso.

- Que bom que gostou. É o ponto dos turistas. Talvez encontre seu feitiço por ai. – disse rindo baixinho.

- Não é um feitiço, é loucura dessas garotas. Eu nem estou à procura dele.

- Olha ali Dulce, não parece ele. – virei tão rápido para ver que pensei que iria cair da cadeira. Só escutei a risada de Alfonso ao meu lado. Era óbvio que estava atrás Christopher.

- Você acha que é? – perguntou Anahí de novo.

- Não. Ele nem tem bunda.

Christopher tinha uma bundinha bem avantajada, o que o diferenciava dos outros. E o cara que Anahí apontou não tinha nada haver.

- Hm pelo visto está bem a fim de achar ele. – sorriu malicioso. – Se souber de algum Christopher te aviso e você se livra da terrível maldição. – sua voz estava sobrecarregada de ironia.

- Está vendo o que fez Anahí. – a culpa era dela por ter contado tudo tão abertamente. Virei o copo de cerveja.

- Vamos dançar?

Nem tudo estava perdido, ainda tinha uma chance de ficar com aquele gato, estava me chamando para dançar.

Iria responder quando Alfonso pegou a mão de Anahí que me lançou um sorrisinho.

Ele estava a chamando para dançar? E eu achando que iria me chamar para dançar.

Sou uma tapada mesmo, a sorte não vai mudar assim. Mas porque toda essa história maluca teria que envolver o meu primeiro amor? Poxa, foi horrível saber que ele não estava nem ai pelo que havia acontecido. E agora terei que reencontrá-lo.

Fiquei sozinha na mesa e decidi me atacar em mais um copo de cerveja e porções de batatas.

Era impressionante fiquei um tempão parada na mesa e nenhum ser humano veio falar comigo. Era como se fosse invisível.

Então comecei a pensar se a culpa de meu fracasso no xaveco, nos encontros, nos namoros, com os homens e era tudo culpa de Christopher, e ele iria pagar quando recebesse de volta todo esse azar.

Como não tinha mais nada para fazer naquele bar, decidi ir para o hotel e arquitetar tudo. Ele com certeza deve estar com alguma garota ou várias. Indo para festas todos os dias e se sentindo o bonzao. Mas isso vai acabar.

E é claro enquanto ele se ferra com as mulheres, eu poderei aproveitar afinal essa mandinga vai estar longe. E isso será mais um agravante para aquele topetudo idiota. Não vejo a hora de finalmente poder me entregar a alguém sem falar nenhuma bobeira ou quase matá-lo. A liberdade esta perto.

Naquela noite nem vi Anahí chegar, acabei pegando no sono rápido, e acordei no dia seguinte com a maior dor nas costas. Deveríamos ter escolhido ao mesmo um hotel duas estrelas, pois este as estrelas estão em negativo. A vista da janela também não era nada legal, dava para uma rua de paralelepípedo sem graça e sem cor.

Mas hoje era o dia da mudança, iria encontrar Christopher a todo custo, não importa onde. E o primeiro lugar ao qual eu iria era o lugar mais obvio, a praia.

- Acorda Anahí!!!! – dei um cutucão nela. – Precisamos ir a praia olha o sol que ta lá fora.

- Hm... – resmungou se enrolando na coberta.

- Vamos logo garota, eu vim aqui para pegar alguém também e só vou conseguir isso depois de encontrar o babaca do Ucker. Anda Annie!

- Quanto mal humor. – sentou-se devagar na cama. – Ta animada para encontrá-lo em?

- Claro, depois disso estarei livre para poder conhecer alguém, enquanto ele vai se estrepar com o que o meu beijinho vai despertar nele. – dei uma risadinha malvada.

- Você ainda sente uma raivinha não é? Será que essa missão é desfazer o feitiço, ou juntar os pombinhos?

O que ela estava insinuando? Pombinhos? Eu odeio esse garoto desde a primeira série, jamais iria ficar com ele novamente. Era uma pagina virada na minha vida, estou atrás de alguém de verdade, de um amor e uma pessoa que se importe comigo. Não de alguém superficial como ele. Pelo menos era assim que ele era.

- Anda logo Anahí e para de falar asneiras. Hoje se inicia a missão "Procura-se Christopher" – Havia acabado de inventar esse nome, mas se encaixou bem.

- "Procura-se o amor". – Anahí sorriu.

- Que amor Anahí? Tá maluca?

- Quem disse que você não poderá encontrar o amor também.

Estava pronta para bater nessa infeliz, mas ela saiu correndo para o banheiro. O amor já é uma coisa difícil de achar imagina se irei encontrá-lo com Christopher ainda, Anahí era outra louca. Toda essa história era uma maluquice sem fim.

Depois de um tempo também tomei um banho para despertar de vez e fui me arrumar. Vesti um dos biquínis que trouxe junto com um short e uma bata nada muito extravagante. Anahí fez a mesma coisa, arrumamos nossas coisas e descemos para a praia.

Procura-se o amor.Where stories live. Discover now