Capítulo 52

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Maite me olhou assustada, não tive tempo de lhe contar tudo o que estava havendo. A cerimonialista também me olhava confusa. Mas não iria aceitar, ele acha que sou o que? Enquanto Christopher não se decidir eu não vou mover mais um dedo por ele.

Maite me chamou para conversarmos em particular e fomos até seu quarto. Contei a ela o que havia acontecido. Mas mesmo assim tentava me convencer a aceitar. Não queria estar ao lado dele no altar, isso já era um pouco demais.

- E você disse o que sentia a ele, Dul? Já parou para pensar que talvez vocês dois sintam a mesma coisa e não tem coragem de assumir?

Talvez ela até tivesse razão, não havia sido sincera com ele. Mas não poderia fazer isso correndo o risco de mais uma vez ele me esnobar. Era isso que iria acontecer e eu não iria permitir.

- Ele não sente nada por mim May. Isso tudo é um jogo para ele, esta me querendo ver sofrer.

- Ai Dul, e agora quem vou colocar no lugar? – batia o pé impaciente.

Tentei pensar em alguém, mas não sabia quem, poderia pedir a Annie. Mas até decidirmos tudo levaria um tempo e ainda corria o risco dela dizer não. Poderia ir com Christopher e ignorá-lo o tempo todo assim ele entenderia de uma vez o quanto estou chateada.

- Ta bom. Eu vou com ele May, mas estou fazendo isso por você.

- Será que não era melhor colocar as cartas na mesa Dul, dizer tudo o que esta sentindo e se livrar de uma vez desse peso?

- May eu acho que... – senti as lagrimas quererem invadir meu rosto. – Que eu o amo. Como posso contar isso a ele?

- Dul. – pegou minha mão. – Se você guardar isso para você será pior amiga e se ele sentir o mesmo e estiver escondendo? Precisa enfrentar o Christopher de uma vez, esta a mais de dez anos se escondendo dele.

Ela tinha razão. Estava adiando para revelar meus sentimentos desde o ensino médio, mas não tenho coragem de revelá-lo ainda, para mim sempre fora uma coisa proibida e expor isso justamente para a pessoa dona de tudo isso era demais.

Resolvemos o problema do casamento a cerimonialista tirou a enorme ruga que estava na testa e combinamos de fazer a ultima prova do vestido de madrinha no dia seguinte.

Sai do apartamento junto com Christopher, mas não trocamos nenhuma palavra até chegarmos a rua.

- O que você esta querendo Christopher?

- Como assim?

- Não diga que você não tinha pensado nisso já. Quer que eu entre no casamento com você, suporte a sua presença, mas não me conta sobre os seus sentimentos? Eu não to mais a fim de brincar!

- É complicado, Dulce. – suspirou – Eu... Eu não consigo! – Confessou.

Seus olhos diziam que a afirmação era verdadeira, mas porque não conseguiria? Qual seria os seus verdadeiros sentimentos?

Dava-me raiva tudo isso, quando mais essa historia se estendia mais confusa ficava. As palavras poderiam ser mais fáceis de serem ditas. Não poderia julgar, eu também não havia sido sincera e não conseguia ser. Tivemos tantas e tantas barreiras entre nós, distancia, antipatia, relacionamentos amorosos para no final o que realmente impedir que sejamos sinceros e encerremos de vez este ciclo sejam apenas palavras.

- Quando conseguir pode ser tarde! – alertei e segui até meu carro.

Tinha que pressioná-lo ou eu mesma irei morrer com as palavras que tenho medo de sair de minha boca. Se tiver coragem de confessar para mim, porque não posso ter essa mesa coragem para confessar a ele?

Já senti tanto medo da rejeição que estou chegando à conclusão que esse é dos menos males. Fui atrás desse bendito cara tão longe, cai de cara na área, agarrei um velhinho, tentei assediá-lo em todos os lugares possíveis tudo por causa de um azar maluco e de uma teoria pior ainda e agora essa teoria esta se cumprindo, fui atrás somente de uma transa e voltei com o amor. O tão insolente amor. 

Procura-se o amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora