Capítulo 119- Detenção.

2.9K 260 90
                                    

Olhamos para o lado e vimos a nossa querida (só que não) coordenadora. Ela veio em nossa direção e olhou no fundo dos nossos olhos com aquele olhar de assassina dela.
Coordenadora: Acharam que iriam sair e voltar sem problemas não é mesmo? Tenho o prazer em lhe informa-los de que vocês estavam ERRADOS!- Ela nos pegou pelo braço e começou a nos puxar em direção a diretoria.
Anna: ME SOLTA! EU NÃO SOU OBRIGADA A NADA!- Grito e ela aperta ainda mais o meu braço.
Anna: AI! ME SOLTA CARALHO! ISSO É AGRESSÃO! EU VOU DENUNCIAR PRA POLÍCIA!- Grito e o João começa a rir do meu ataque.

Percebo que a coordenadora não está nem aí para o que eu estou falando, então fico quieta. Assim que chegamos na diretoria, a coordenadora bate na porta e o Rodrigo manda entrar. Entramos e assim que o Rodrigo nos vê, ele fecha os olhos, respira fundo e volta a olhar pra gente.
Rodrigo: O que eles fizeram?
Coodenadora: Eu peguei os dois pulando o muro.
Rodrigo: Tudo bem, pode se retirar.- Rodrigo diz e então a coordenadora se vira para ir em direção a porta.
Coordenadora: Espero vocês na detenção.- Ela diz em voz baixa no meu ouvido e no ouvido do João antes de sair da sala do diretor.
Rodrigo: Sente-sem.- Rodrigo ordena e eu e João obedecemos.
Rodrigo: Quando eu acho que vou ter um pouco de sossego e que vocês vão finalmente melhorar o comportamento vocês aprontam alguma.
Anna: É que a gente te ama.- Faço um coração com as mãos e dou um sorriso cínico.
Rodrigo: O que eu faço com vocês?- Rodrigo cruza os braços.
João: Assim, se você não fizer nada eu já fico feliz.
Rodrigo: Não posso deixar vocês saírem dessa sem nenhuma punição.
Anna: A culpa é dele!- Aponto pro João.
João: Traidora!- João me olha indignado, mas sem nenhum sinal de ódio.
Anna: Eu não sou traidora, eu sou sincera.
Rodrigo: Por que a culpa é dele?
Anna: Ele me obrigou a sair com ele.
João: Eu não coloquei uma arma na sua cabeça e obriguei a sair comigo!
Anna: Você prometeu me pagar um sorvete! Me diz se isso não é obrigar alguém a te seguir?
Rodrigo: Chega! Os dois ficarão na detenção até as 3:30, e eu irei informar seus responsáveis!
João: Quero ver você me obrigar a ficar na detenção com aquele dragão que vocês chamam de coordenadora.

Horas depois...

E aqui estamos eu e João, na detenção, olhando pra cara da bruxa número 2.
Coordenadora: Sejam bem vindos a detenção.- A coordenadora diz fechando a porta da sala.
Coordenadora: Espero que se divertam... ou não. As regras são: Nada de aparelhos tecnológicos, fones, música, sem saída para ir ao banheiro ou beber água, não podem levantar da cadeira, não podem conversar, não podem se olhar e muito menos encostarem um no outro!
João: Não vai poder respirar também?!- João cruza os braços.
Coordenadora: Mais 30 minutos de detenção senhor Bettencourt!- João revira os olhos e eu começo a rir.
Coordenadora: Vai rir mesmo senhorita Collins? Esses 30 minutos a mais na detenção vale para você também!- Olho para ela indignada e vejo o João segurando a risada.

Preparo mil e um xingamentos para ela, mas decido deixar guardado para mim mesmo. Do jeito que essa mulher é louca, se eu mexer mais um dedo eu passo o resto do mês aqui.

Ela senta na mesa dela e fica durante 10 minutos olhando para mim e para o João sem desviar o olhar uma única vez.
XxxxX: Senhorita Teresa?- Um dos espetores aparece na porta da sala.
Coordenadora: Pois não?
XxxxX: O Rodrigo mandou eu vim lhe avisar que daqui 5 mundo você terá que substituir o professor de Matemática  no 9C durante duas aulas e logo em seguida, substituir o professor de Artes no 7A.
Coodenadora: Pode ir, eu já vou.- O espetores sai da sala.
Coordenadora: Eu vou, mas quando eu voltar acho bom os dois estarem bem quietos na cadeira, caso o contrário irei dobrar o tempo de detenção de vocês!- Ela diz e sai da sala.

Espero alguns segundos e então levanto da mesa, vou até a porta e tento abri-la, mas percebo que está trancada.
Anna: Droga!- Continuo tentando abrir.
João: Ela trancou né?
Anna: O que você acha?- Desisto de tentar abrir a porta.
João: Olha o lado bom. Nos livramos dela por um bom tempo.
Anna: Olha o lado ruim. Estou trancada nessa sala sem janela, com um calor de 40 graus, com uma calça quente para caralho, sem água, sem ar condicionado, sem ventilador, sem comida e sem saber se a Shiva está bem ou não.
João: Nossa, que otimista.- João ironiza.
Anna: Super.- Vou até a minha mesa e pego a minha mochila.

De dentro da mochila retiro meu fone e meu celular. Vou para o fundo da sala e sento no chão. João vem até mim e senta ao meu lado.
João: O que você vai fazer?
Anna: Começar uma série nova.
João: Agora?
Anna: É.
João: Qual?
Anna: Prison Break.
João: Já ouvi falar, mas nunca assisti.
Anna: Tá, então pega o outro lado do fone e fica quieto.- Ordeno e ele ri.
João: Anna, sempre sendo simpática.
Anna: Lógico, sou um amorzinho de pessoa.
João: Nossa, claro, um amor de pessoa.- Ele ri e eu coloco no primeiro episódio.

Assistimos 2 episódios seguidos até que a porcaria dos meu créditos acabam, meu celular descarrega e o calor começa a ficar insuportável.
Anna: EU QUERO SAIR DAQUI!!- Prendo meu cabelo num coque com um lápis e começo a me abanar com um caderno que eu peguei na mochila.
João: Eu tenho uma idéia.- João diz e começa a tirar a camisa.
Anna: O que você está fazendo?
João: Tirando a camisa.- Ele responde o óbvio.
Anna: Eu sei idiota, eu quero saber por que você está tirando a camisa.
João: Por que eu não sou obrigado a ficar de camisa dentro desse forno.- Ele termina de tirar a camisa e joga a mesma no chão.

Disfarçadamente (só que não), olho por alguns segundos pro corpo maravilhoso dele antes de desviar o olhar.
João: Não adianta disfarçar.- Ele ri.
Anna: Vai se foder João!- Dou um tapa no braço dele.
João: Aí depende com quem eu vou.- Ele pisca pra mim.
Anna: Idiota!- Dou mais um tapa no braço dele, só que dessa vez mais forte e ele ri.

Ele pega o celular dele e começa a jogar "Rock Hero". Como meu celular descarregou, a única coisa que me resta para fazer é olha-lo jogando.
João: Quer jogar?
Anna: Quero.- Começo a jogar mas nos primeiros segundos perco.

Tento várias e várias vezes, mas não consigo durar nem 2 minutos.
João: Admite, você é nub.- João ri.
Anna: Eu não sou nub! Esse jogo que não presta!- Devolvo o celular pra ele.
João: Você que não sabe jogar.- Ele continua rindo.
Anna: Aé? Vai rir mesmo?- Pego o celular dele de volta.

Baixo no celular dele "Piano Tiles 2" e entro no jogo.
Anna: Agora quero ver você me vencer nesse jogo.- Vou na primeira música e passo vários minutos jogando. Perco quando já estou no 4.001.
Anna: Sua vez.- Dou o celular pra ele.
João: Isso é fácil.- Ele começa a jogar, mas no 214 perde.

Ele continua tentando várias e várias vezes, mas o máximo que consegue é 1.006.
Anna: Quem é nub agora?- Pergunto, rindo.
João: Esse jogo não é de Deus!- Ele quase joga o celular na parede quando perde pela vigésima vez.
Anna: Agora observe a rainha.- Pego o celular dele mas adivinha? Está com 5% de bateria. Não vai dar pra chegar nem no 1.000.
Anna: Affs, agora além de estar derretendo, nem celular tem mais.- Cruzo os braços.

João e eu passamos alguns minutos olhando em volta da sala sem saber o que fazer ou falar. O tédio está tomando conta do lugar, e isso está me torturando.

Depois de minutos de total silêncio, olho para o João e de repente, ele deita no chão e apóia a cabeça no meu colo. Fico sem reação e fico apenas paralisada olhando para ele.
João: Se a coordenadora aparecer, me avise.




Uma Adolescente Muito Louca Where stories live. Discover now