capitulo 54 : "não conte a ele"

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Parei o carro em frente ao apartamento e liguei pra ele.

- bora Julio, desce. - falei e ele riu ironico.

- sobe, a mala é grande. - ele disse e eu ri.

- e o cavalerismo do cara levar a mais pesada fica aonde ? - perguntei e ele bufou.

- e a vaca da Melissa e o Enzo querem falar contigo. - falou e eu ri.

- comigo ? Eles acham o que ? Que estamos namorando ? Normalmente quem se preocupa com isso é os pais da mulher. - falei e ele riu.

- sobe logo. Eu tambem não aceito não como resposta. - falou e eu bufei.

- fala pra abrir o portão então babaca. - falei e ele riu. Sai do carro e fui até o portão. O homem abriu o portão da portaria e eu sorri. - oi, eu sou Kat. - falei e o garoto que parecia ser alguns mais velho, sorriu.

- eu sou o Manuel. - ele disse e eu revirei os olhos. O interfone tocou e ele atendeu. Ele me encarou.

- pode subir, torre 33, cobertura, Kat. - ele disse e eu sorri. Ele abriu o outro portão e eu segui pra frente. Segui as placas e cheguei a torre 33. Fui ao elevador e entrei. Apertei cobertura e o elevador começou a subir. Meu celular tocou e eu atendi sem ver o visor.

- alô ? - murmurei e encarei o visor. Numero desconhecido.

- Kat ? É o Gui. A gente pode sair pra almoçar hoje ? - perguntou e eu mordi o labio.

- eu ia passar o dia completando as tatuagens. - murmurei e ele suspirou.

- é só vinte minutos, você precisa comer. E a Pam me disse que gosta de comida chinesa. Tem um pertinho do shopping que eu posso te mostrar. - ele disse e eu respirei fundo.

- Gui, eu sinceramente não tenho certeza do que ta acontecendo. Quem é você ? Não conheço você, nem sua esposa. - murmurei e ele suspirou.

- eu vou esclarescer no almoço. Eu sei que sabe quem eu sou, mas não tem certeza e nem sabe se sou confiavel. Eu vou explicar tudo, eu prometo. Mas você precisa almoçar comigo. - ele disse e eu suspirei.

- ok. - respondi e ele respirou fundo.

- Guilherme, a sua mini princesa quer brincar com principe. - ouvi a voz da Marilia no fundo e Gui riu.

- eu não sou um principe, eu sou um ogro que vai te pegar. - ele disse e ouvi risos de criança correndo. - eu preciso ir, te vejo no almoço. - ele disse e desligou.

Uma lagrima escorreu do meu olho enquanto eu tirava o celular do ouvido. E ela dizia que, podia ser eu ali. Podia ser eu a princesa correndo do ogro. Respirei fundo e limpei as lagrimas dos olhos. O elevador se abriu no andar e eu sai dele encontrando uma porta de madeira enorme com o nome Martins nela. Fui até ela e o espelho do lado frente a frente junto a duas mesas de madeira com esculturas de bronze de bailarinas. Encarei o espelho no lado direito e arrumei o cabelo. Vi uma lagrima vermelha cair do meu olho e me aproximei do espelho.

- você deve morrer. - alguem gritou e meu reflexo se mexeu. Ela segurou meu pescoço e eu gritei. A porta abriu e Julio me segurou enquanto eu me sacodia.

- ta tudo bem. Ta tudo bem. - ele me acalmou e eu respirei fundo, encarando o meu reflexo normal. O encarei.

- eu acho que assustei seus pais. - ele disse e ele negou.

- ainda estão lá em cima, tava na sala te esperando. O que aconteceu ? - perguntou e eu respirei fundo.

- me da uma agua que eu te conto. Eu tô tremendo. - falei e ele suspirou me levando pra dentro. O apartamento era grande e cinquenta tons de cinza. De frente pro hall da porta, tinha as sofás e uma mesinha de centro. Do lado direito de lá, mais sofás e uma televisão acima de uma lareira. Do lado daquela sala de estar, degraus de madeira escura soldado na parede. Do lado esquerdo do hall, a cozinha moderna com uma mesa enorme e um fogão eletrico de balcão. Mais longe ainda. O que parecia a porta de uma laveria.

O Idiota Do Amigo Do Meu IrmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora