DREW JÁ estava no meio das escadas. Ouvira um grito de Natalie vindo do banheiro e não era o único que seguia atrás do som. Daniel e Henry vinham logo atrás, as armas em mãos. Seus outros amigos estavam logo atrás liderados por Kyle e James. Drew chegou ao topo e se virou para a porta do banheiro feminino, o chão estava cheio de sangue que escorria por baixo da porta.
- Natalie! - Gritou Drew esmurrando a porta com toda sua força. - Zoey! - Não tardou até que uma Zoey trôpega abrisse a porta e liberasse a passagem para dentro do aposento.
- Ele correu pelo corredor! Não chegou a descer as escadas. Ainda deve estar por aqui! - Gritou Zoey para os dois policiais que vinham com Drew.
O rapaz nem viu quando os dois correram pelo corredor, estava mais preocupado em pular a poça de sangue que se formara próxima à porta. Natalie estava em pé em frente ao espelho olhando para a ferida aberta em um dos braços com repugnância. Drew também percebeu os hematomas que se formavam na bochecha dela. Olhou para Zoey por um momento e viu os mesmos sinais de hematomas em seu rosto.
- Meu kit está no carro - disse Drew tirando a gravata que usava do pescoço e usando-a para fazer pressão no braço talhado de Natty.
- Eu pego - disse Sarah. Drew jogou suas chaves para ela.
- Mas não sozinha - disse ele antes de se virar para Natalie de novo.
Limpou o ferimento o máximo que pôde. Os olhos azuis de Natty não o encararam em nenhum momento. De algum jeito ele sabia que aqueles hematomas no rosto dela não foram causados pela briga com o assassino. E Natty sabia que ele sabia. Por isso evitava seu olhar. Drew decidiu que não as pressionaria, se Natalie quisesse conversar sobre o que acontecera entre ela e Zoey viria até ele.
Ninguém falou nada durante um longo tempo. Sarah voltou com o kit de primeiros socorros e acompanhada por uma comitiva de pais e funcionários da casa funerária. Todos curiosos, procurando obter uma visão melhor do que estava acontecendo lá dentro. O pai de Drew entrou junto com Sarah seguido por uma Katherine histérica e um Thomas petrificado. Os pais de Natalie encararam o sangue que escorria dela com assombro.
- Ah, meu Deus - disse Katherine Morgan correndo para a filha.
- Eu estou bem, mãe. Não é nada sério - disse Natty, afastando as mãos da mulher.
- Acho que devo discordar - disse Thomas avaliando o corte com ar crítico. - Não acha, John? - Olhou para o outro homem que tomara o kit das mãos de Sarah e que agora colocava luvas de borracha. Aproximou-se de Natalie. Drew afastou a gravata ensanguentada do ferimento, já ia se afastando dali quando a mão de Natty o segurou no lugar. Os olhos azuis-safira suplicando para que ficasse, seus dedos apertando a mão já um pouco dolorida do rapaz.
- Drew, me ajude aqui, sim? - John Campbell disse. Drew lavou as mãos com álcool e se aproximou da namorada. Ajudou o pai a limpar o corte e em seguida teve de ajudá-lo a colocar a linha de sutura na agulha curva. Deixou que Natty segurasse e apertasse sua mão quando a agulha passou pela primeira vez na pele dela. Era a primeira vez que a via machucada. O coração de Drew estava aos saltos. Não suportaria perdê-la também. John terminou o trabalho colocando uma bandagem sobre o ombro da garota.
Então, Drew a abraçou puxando-a para seus braços de modo a não a deixar ao menos respirar, só tomando cuidado para não tocar o ombro machucado. Não percebeu que tremia até segurar o rosto dela em suas mãos.
- O que diabos aquele desgraçado fazia aqui? - Perguntou a voz de Thomas, o delegado do departamento de polícia de Broken Arrow. O rosto dele expressando sua incredulidade.
Henry e Daniel entraram no banheiro. - Desculpe, mas o perdemos de novo - disse Henry.
- O que estavam fazendo enquanto minha filha e a amiga dela eram quase trucidadas? - Perguntou Thomas, os olhos chispando de fúria.
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Sombra - Livro 2 - Trilogia do Assassino
Mystery / ThrillerQuatros meses se passaram desde que o massacre mais recente terminou. Porém, algo ainda espreita nas sombras e os sobreviventes sabem disso: existe um cúmplice; alguém capaz de cometer atos horríveis para puni-los por coisas que não fizeram. Era nec...