"SÓ SEI QUE NADA SEI"

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"Só sei que nada sei"

Sou nobre testemunha da minha santa ignorância, agente das questões involuntárias a que se medem as proporções. Sou testemunha equivocada de algum saber que não se sabe além do querer.

Eu afirmo e assumo atos e fatos, faço promessas, pago propinas, mas de fato terei nada além das incertezas que o mundo oferece. Sou mero observador da vasta escuridão que ilumina todo meu saber, que sem querer, mesmo assim se transformam em ilusões involuntárias que eu não soube criar. Faço parte de mim mesmo e mereço certo apego pelas faltas não declaradas que cometi num certo espaço e num certo tempo.

Só sei que nada sei, e assim assumo o meu papel diante dos meus cegos olhos que hoje enxergam bem mais que os simples clarões deixado por outras revelações. Não culpo os que me culpam, mas entrego os ladrões às suas prisões. Não culpo a dor pelo aprendizado, mas dou-lhe os créditos necessários...

Só sei que sei muita coisa, e toda essa coisa é nada diante do que eu ainda possa pensar.

R Lima

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