Despedida

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Stefan olhou em torno, avaliando os corpos seminus da sala de emergência improvisada, estava bombando naquele dia, repleto de feridos mal-humorados e mulheres vestindo o famoso vestidinho branco, como Stefan adorava admirá-las 

Depois de tantos tempos, logo a pois a separação, se deixou a descobrir novos meios de cura, de alguma forma o levou a se tornar médico e a salvar vidas, que irônico né? um cárpato trabalhando no meio de sangue, mas para Stefan era sua maior riqueza poder ajudar os outros, muitos anos se passaram depois da terrível perda dos amigos, Alex seguiu sua vida por um lado e Stefan por outro e Johs permaneceu na linha intermediaria rebatendo tudo, depois disso nunca mais foi a mesma coisa, longos dias submersos em tarefas e longas caminhadas para poder clarear a mente e então surgiu a ideia, porque não utilizar a que tem para ajudar os outros? Então surgiu o famoso Dr. Stefan Dubrinsky, um dos cirurgião mais bem nomeado do mundo. 

Quase dois metros de puro terror trajado em branco, seu cabelo era liso, longo e negro, os ombros tinham o dobro do de um homem comum, mas sua musculatura era simples e definida, deixando qualquer mulher fora de seu juízo, seu rosto realçava sua beleza o rosto mais clamado pelas enfermeiras, possuía o maxilar bem desenhado, olhos que reluziam a luz e bastante expressivos de um tao quase impossível de distinguir as vezes azuis outras horas verde, mas não era os olhos que o tornavam tão cobiçado mas sim o seu perfeito sorriso, o sorriso mais cativante se estendia nos lábios mais sensuais que uma mulher poderia imaginar.

Era deprimente.

Estendeu a mão para procurar o saquinho de M&M'S no jaleco, o maldito estava vazio. De novo. 

Talvez deveria ir para seu alojamento e beber um pouco de seu licor, uma enfermeira qualquer poderia o saciar rápido. Enquanto se caminhava para a saída da UTI, que era um amplo espaço aberto dentro de uma enorme lona verde camuflada, havia baias por todos os lados, divididas por frágeis divisórias azuis de plástico. deparou-se com seu amigo Dikson. Dikson era um homem de uma personalidade incrível, pronto para ajudar qualquer um, mais sua inexperiência preocupava a todos, por isso quase nunca era chamado para plantões ou ajuda de emergência, Dikson tinha um alto medo de mutilações e por isso era sempre mandado apenas para trabalhar com relatórios médicos.

— Trabalhando até tarde de novo? — murmurou Dikson.

— Olá Dik.

Ele não deveria estar neste momento numa sala cheia de pacientes; acrescentou mentalmente.

— Oque esta fazendo?

— Procurando algo doce, para passar o tempo.

Dikson da uma risada, mais logo se esvai, a suas costas um grupo de três enfermeira dão risinhos muito exaltados, uma senhora muito simpática que ajudava na coordenação de utensílios cirúrgicos, uma morena esbelta com longos cabelos cacheados e  com a pele de um tom dourado, e uma terceira, uma baixinha com os cabelos loiros no corte chanel de bico, olhavam para Stefan murmurando e sorrindo umas com as outras.

— Seu fã-clube chegou.

— Creio que sim, mais não e um bom momento agora — Stefan se empertiga, sua postura era de pura exaustão.

Teve a sensação de que aquela exaustão não se devia unicamente ao clima. Não vinha dormindo bem a semanas e suspeitava de estar a beira de uma depressão. Seu emprego o deixava amargurado, tirando os dias ao qual era útil para salvar uma vida realmente, vivia num lugar que não lhe ajudava, não conseguia pensar num local como aquele, tinha poucos amigos, exceção a Dikson, não possuía nenhum interesse romântico, mesmo tendo o buscado por muitas décadas sua companheira nunca aparecia, o deixando frustrado, Esperava sua companheira a tanto tempo que as vezes passa por sua mente de que talvez ela tenha aparecido e ele simplesmente não a tenha visto, a outra metade de sua alma vagava pelo  mundo e Stefan estava quase enlouquecendo em ansiedade por descobrir a mulher que era destinada a ele.  Imaginava-se ale a 10 anos, estaria na mesma: marcando passos em hospitais, conversando com Dikson, sempre a mesma rotina de levantar-se e ir trabalhar, tentando fazer algo relevante e sem se expor a algum humano, caçando no mar de sangue e sempre achando os mesmos gostos insignificantes, que deixava o paladar extremamente amargo, e no final do expediente, voltar para o quarto sozinho e dormia, e no dia seguinte a mesma rotina entediante se recomeça. 

Talvez já estava na hora de sair dali. Ir embora de Cape Town- África e do Hospital, que não necessitava de sua ajuda a um bom tempo, ele apenas estava fazendo suturas e algumas medicações para dor. Precisava se afastar daquela especie de eletrônica que chamavam de televisão que afugentava seus sonhos quase todas as noites.

A verdade era que não Havia motivos que o prendesse á quele lugar, a não ser pela força do habito e pela constante necessidade de ajudar aqueles a beira da morte. Como não falava com seus pais ou parentes há anos, não sentiam a falta dele. E os poucos amigos que tinha estavam ocupados com suas famílias ou com sua falta de experiencia como por exemplo o Dikson. Ao escutar um assobio malicioso de Dikson se virou,  deparando com a enfermeira mais cobiçada vindo em sua direção.

— Nossa Stefan, espero que você nunca  deixe de ser meu amigo, graças a sua companhia eu posso admirar aquelas belas curvas, ai meu coração. — colocando uma mão ao peito para dar um ar mais dramático a cena. Stefan reviras os olhos e solta uma risada, cruza os braços no momento em que a enfermeira chega ao avanço dos dois. 

— Dr. Drubinsky, posso dar uma palavrinha com o senhor? — um sorriso surge nos lábios vermelhos mais extravagantes que poderia existir. Stefan concorda com um aceno de cabeça e a enfermeira logo começa:

— Poderia nos deixar a sós Dr. Drummond — dirigia um olhar  irritado para Dikson.

— Com sua licença doutor, estou me retirando — Mas Stefan logo fica irritado mudando totalmente o semblante hospitaleiro para um totalmente emburrecido. 

— Dik pode ficar, oque tiver que me dizer pode dizer na frente dele, não vejo problema algum, você tem Dik? — uma sobrancelha e arqueada no rosto irritadiço de Stefan, Dikson logo se empertiga e confirma um não com a cabeça, o olhar muda de Dikson para a mulher em apenas alguns segundo. 

— Pode prosseguir  Dr. ª Walker.

— Se assim deseja, tudo bem então. Estou aqui para informar que um membro da sua família entrou em contato pela direção, e disse que era para informal de que '' reivindica sua lealdade de nascença'' ou alguma coisa assim. — ela o olhava confusa. Stefan se enrijece e começa a suar frio, o tempo la fora começa a trovejar e grandes raios descem pela escuridão do céu. Todos começam a gritar pelo repentino susto dos barulhos vindo de fora, alguns enfermeiros começam a correr de um lado para o outro tentando de alguma forma acalmar a população de pacientes assustados. A Dr. ª olha atordoada a sua volta tentando controlar os gritinhos agudos que soltava toda vez que um raio perfurava a terra.  Vendo que Stefan não faria nada que a confortasse ela mudou de tática, se aproximou ao máximo do corpo masculino a sua frente, e se esticou ate alcançar seu ombros, apoio suas mão uma em cada lado do ombro de Stefan ate ficar alcance de seus ouvidos. 

— Espero que me ajude a dormir  Dr, esse barulho pode nos ajudar  muito bem hoje.  — ela o solta e mordisca seus lábios deixando leves marcar em seus dentes brancos. — Se me dão licença cavalheiros, estão precisando da minha ajuda. —  ela então se vai, rebolando o máximo que conseguia naqueles saltos 15' e deixando dois homens totalmente perplexos.

— Ai essa mulher me deixa totalmente descontrolado, meu amiguinho aqui chora por ela todas as noites, se e que me entende — Dikson da uma leve cotovela no braço do amigo, Stefan solta uma gargalhada.

— Vamos então ajudar a arrumar essa bagunça Stefan — Dikson suspira e solta os ombros, e olha melancólico ao redor — Temos um baita trabalho por aqui.

Stefan coloca uma mão no ombro de Dikson e olha a sua volta.

— Dessa vez deixo com você amigo. Minha hora por aqui já acabou.

— Então tudo bem, pode ir descansar, cuido disso aqui sozinho espero te ver amanha. Boa noite e sonhe com lidas enfermeira, ou com uma em especial talvez.— Dikson então sai correndo acenando para Stefan a medida que se encaminha para o balcão de atendimento para ajudar uma senhora que chorava por conta dos altos barulhos e ventos aterrorizantes que estavam circulado por fora da tenda.

— Não terá um amanha amigo — Stefan o olha triste, e observa a sua volta o local que o abrigou por tanto tempo, viveu ali e desfrutou de ótimas companhias, mas agora sua hora havia chego e seu tempo de convívio com os humanos também, ele esperava poder encontrar com Dikson ainda nesta vida, mas isso o deixava profundamente magoado. Ele então se caminha para a portão de saída, mergulha na noite fria e corre em direção as grandes árvores, se transformando em uma linda criatura da noite e voando o mais alto possível em direção a sua terra natal.

— Adeus amigo — Dikson diz ao som que a tempestade de dissipava — espero o ver por ai algum dia. 


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