Li, em algum lugar, que uma pessoa só morre quando ninguém mais se lembra dela. E Waters me fez concordar com isso a partir do momento em que me pediu, incansavelmente, para não esquecê-lo.
Algumas pessoas tinham medo de baratas, outras de ratos, outras da morte. Ele não. Waters tinha medo do esquecimento muito mais do que a morte e temo que os livros românticos que lia compactuara com isso.
E por esta única razão, sinto-me fadada a escrever sobre ele a partir do momento em que nos encontramos. Sinto-me obrigada a escrever sobre nossa história; foi o câncer, uma promessa feita de nunca esquecê-lo e a maneira com a qual me senti infinita em pouco tempo que me deram forças, não faço ideia de onde, para relembrar os momentos e saber quando tudo começou a desmoronar.
Na realidade, eu sabia exatamente quando tudo começou a dar errado.
A culpa foi daquele maldito observatório, de um maldito sorriso e do seu cigarro. Talvez até mesmo das metáforas sem sentido que ele tanto adorava.
A culpa foi inteiramente dele e de como dizia que faríamos dar certo para depois dizer que era uma bomba prestes a explodir.
E sei que, de fato, explodiu longe de mim.
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Quando a neve cair
RomanceBeatrice van Jasper tinha tudo para dar certo: uma vida acadêmica extremamente saudável e centrada, uma mente focada e dificilmente via alguma distração que valia o seu tempo. Entretanto, quando os olhos de Asher Waters bateram nela e resolveu, cont...