Meu Namorado

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Yoon Jeonghan! 

Naquela noite, parada na sala do apartamento do Jeonghan, eu descobri muitas coisas. O prédio dele era muito bonito e caro, eu tinha os melhores amigos do mundo, eu amava Jeonghan. Eu era louca!

Tudo começou a tarde, sentada com mamãe, na mesa do café. Meu rosto estava inchado, meu nariz vermelho e minha voz estava em um fio, quase mudo. Cantar no karaokê do DVD, metade da noite com os meninos, não foi a melhor escolha para alguém que precisava de descanso. A janela aberta para refrescar, de longe era. Mesmo que eu só quisesse ficar quietinha, lutando contra minha vontade de surtar, mamãe parecia impaciente. Havia feito uma promessa a mim mesma, aproveitando que não fui ao trabalho pela gripe: iria passar um dia sem pensar em Han e, todos os seus mistérios. Meu cérebro precisava de descanso. Nem as minhas partes, Louca e Apaixonadas, me suportavam mais voltando naquele assunto.

Disse a mim mesma, e aos meninos, numa promessa olhando direto pra lua, que iria parar de ser paranóica. Apesar de minha essência, ser inteiramente feita de neuras, a culpa não era minha. Se Jeonghan não tivesse atendido aquele telefone na minha frente e feito um mistério, eu não estaria tão louca e possessa de curiosidade. E se fosse em outros casos, teria a certeza que ele fazia para atiçar minha curiosidade. Qual é? Eu tinha alma, mente e maluquice de um cientista, e meu combustível era o mistério.

Mamãe remexia os talheres, fazendo mais barulho do que necessário. Não sabia qual era a dela, mas a julgar por seu olhar mortal, via o quanto ela parecia chateada.

— Você pode conversar comigo sabia? — Mamãe disse, sem me olhar, mas jogava um olhar acusador para os meus cactos na janela da cozinha.

Mirei o rosto dela com as sobrancelhas unidas. Do que aquela mulher falava? Eu contava minha vida toda pra ela. Mesmo com ela se metendo em tudo.

— Do que está falando? — Minha voz saiu grossa e baixa.

— Você sabe — ela agora me encarou acusadora. Neguei.

Eu não sabia, não!

— Margo me disse que conversou com Jeonghan sobre filhos.

A tosse veio sem aviso, enquanto minha mãos faziam claro sinal de "PARE MULHER ".

Epa, epa! Ela realmente queria conversar sobre aquilo, no café da tarde, como algo informal?

A senhora Tabata, não era a melhor pessoa para se conversar sobre... sexo. Ela era, digamos, realista ao extremo. O que me fazia lembrar o episódio, de onde vem os bebês, que me resultou aos sete anos, em um vídeo do nascimento de trigêmeos. E logo depois uma pequena Mabel, suspensa na escola por dizer coisas obscenas aos colegas. Eu sabia bem como eram feito os bebês, eu tinha vinte e um, não era uma novidade...na teoria. Não é porque namoramos, que somos os mais animados em aspectos físicos.

— Bebel — ela largou a xícara e abaixou minhas mãos — eu sou sua mãe...

— Olha a hora? Caramba mãe, — bati a mão na testa, forçando a voz — eu não... Quero dizer. Eu vou tomar um remédio!

Levantei da mesa e corri para o quarto, e os remédios nem estavam lá. O que deu nessas pessoas? Sentia meu rosto arder e o corpo doer, mas o rosto doía de vergonha. Argh, Dona Margo, você está me traindo muito ultimamente.

Como não fui trabalhar, porque sem os medicamentos, não poderia ser considerada um ser vivo, não troquei o pijama pela manhã. Então aproveitando que estava no quarto, troquei todo o pijama, pelo moletom rosa choque quente. Minha vontade era atear fogo naquela peça que só me trouxe azar, mas ele era o melhor que existia no meu armário, para aquela manhã fria e esquisita.

Meu Namorado MafiosoWhere stories live. Discover now