Música e Poesia (HIATUS)

Capítulo VIII

"Então você pode me guardar

No bolso do seu jeans rasgado

Me abraçando perto até nossos olhos se encontrarem

E você nunca estará sozinha

Me espere para voltar pra casa"

Ed Sheeran - Photograph

[Mídia - Blaine Cark]

Por mais estanho que isso soe, a primeira aula de Irene na nova faculdade fora ... revigorante. O professor, que tinha uma expressão, aparentemente, fria, era, na verdade, uma ótima pessoa e um excelente professor. Não exigiu uma apresentação da novata (mas Irene acreditou que, como eles estavam na universidade, não havia mais a necessidade de apresentações como no colegial).

Ele explicava a matéria encarando os olhos dos alunos, em um contato visual intenso. Isso deixou a menina incomodada no começo, mas ela se acostumou de acordo com o passar dos minutos.

Com a matéria aplicada e algumas discussões (além de um exercício oral, que ajudou no compreendimento da matéria), o horário passou com uma extrema velocidade. Joohyun não queria deixar aquela sala, sentira-se confortável.

Antes de sair, Ji-yong chamou a novata até sua mesa:

-- Se saiu muito bem em seu primeiro dia. Bom, eu separei alguns exercícios para você, caso encontre alguma dificuldade em nossas disciplinas. Se tiver alguma dúvida, pode me procurar. Também tomei a iniciativa de pedir um de nossos melhores alunos para te guiar enquanto você estiver nessas primeiras semanas de aula, a se localizar no prédio e auxiliar nas matérias passadas.

Irene concordava com tudo, com um sorriso no rosto. Um garoto bateu na porta levemente, indicando que estava presente. O professor o viu e sorriu, acenando e indicando que o mesmo entrasse na sala.

Ele se aproximou da novata, fazendo a reverência de costume:

-- Annyeonghaseyo! Meu nome é Jackson Wang, e eu serei seu pequeno guia dentro da faculdade! Cuide bem de mim. - finalizou sua apresentação com um pequeno sorriso no rosto.

Irene retribuiu a apresentação e Ji-yong explicou toda a situação, além de entregar uma pequena ficha para o veterano, contendo explicações e regras de como tratar Joohyun.

No final, eles saíram da sala em direção da sala 3, onde teriam outro horário:

-- De onde você é mesmo? - Jackson perguntou, curioso.

-- Busan. E você? Sei que parece estranho ou mal-educado, mas seu sotaque te dedura.

Ele apenas riu, tombando a cabeça um pouco para trás:

-- China, embora esteja aqui em Seul desde os 13 anos de idade. Meu sotaque está assim porque visitei meus avós em Hong Kong semana passada, então ainda estou com vestígios linguísticos da viagem.

Eles continuaram conversando até chegarem ao destino, onde se sentaram um ao lado do outro.

Logo, o professor entrou na sala, cumprimentando a todos com um sorriso radiante. Ele não era coreano, fato. Seus olhos claros, os cabelos encaracolados e a barba espessa, além dos olhos "ocidentais" o denunciavam. Porém, quando cumprimentou a turma com um "bom dia" animado, sua voz soou como um verdadeiro coreano da capital, sem nenhum vestígio de sotaque:

-- Vejamos que nós temos uma aluna nova! - ele anunciou, quando verificou rapidamente a lista de presença - Bae Joohyun. Você?

Ele perguntou a Irene, que assentiu timidamente. Todas as pessoas encaravam ela e a cumprimentava.

-- Bom, meu nome é Blaine Cark, mas costumam me chamar de Professor Blaine. Bom, isso fica a seu critério. Serei seu professor de Monitoria Acadêmica. Caso você tenha alguma dúvida, pode me perguntar, ok? - ele sorriu, vendo a resposta positiva da garota.

Logo a aula se iniciou.

Assim como o horário passado, essa matéria também era interessante. Blaine também explicava com maestria, o que facilitava o entendimento dos alunos.

~M&P~

Os alunos haviam sido liberados das aulas. Todas elas, aos olhos de Irene, interessantes.

Blaine era uma pessoa adorável, que ensinava com todo o amor que possuía por sua profissão. O outro professor, Robert Hernandez, era, também, um ótimo profissional. O sotaque espanhol ficava explícito em suas falas, o que tornava a aula mais interessante e menos tediosa. Algumas vezes, ele falava (propositalmente) algumas palavras em espanhol e os alunos tentavam reproduzi-la, sem sucesso. Isso arrancava risadas de todos e deixava o horário mais leve.

Irene saiu do lado de Jackson. Ela se sentia segura com o garoto, afinal, ele deveria ter um ótimo conhecimento intelectual e capacidade, por ter sido escolhido para guia-la.

Eles chegaram ao refeitório, enquanto procuravam alguma mesa vazia para o pequeno lanche.

-- Joohyun! - Seulgi disse, quando se aproximou. Fez a reverência de costume para Irene e Jackson, sorrindo para os dois - Venham, sentem-se conosco!

Ela os guiou até a mesa, onde Jungkook e Yoongi conversavam. Quando eles avistaram os novos acompanhantes, se levantaram e fizeram a reverência, já cumprimentando informalmente Jackson:

-- Onde estão os outros? - perguntou Seulgi.

-- Jimin foi para o quarto descansar um pouco, porque estava com dor de cabeça. Wendy não veio lanchar. Hobi e Joy estão auxiliando o professor deles em alguma atividade extra. Agora, Yeri eu não onde está. Jungkook?

O garoto mais novo virou-se para Yoongi, enquanto comia um pequeno rámen:

-- Ela está terminando um projeto com um colega de classe - Jungkook disse a última sentença mais baixo, como um sussurro.

Logo, todos da mesa estavam brincando com a demonstração de ciúmes do maknae, que mantinha uma cara emburrada (por causa da brincadeira e por sua namorada não está ali com ele, e sim, com outro garoto):

-- Espere, onde está Taehyung? - Irene perguntou.

Jungkook tentou esconder o sorriso que insistia em se formar em seu rosto, a fim de não trazer desconforto a novata. Mas não conseguia conter a felicidade ao ver que ela havia, ao menos, sentido a falta de Taehyung.

Ele não comentaria com ninguém, mas, em sua mente engenhosa, ele estava montando um plano de dar um fim naquela pequena obsessão de seu hyung com a música, algo sem lógica para o estudante de Fotografia.

Irene chegara em boa hora, ela poderia ser o Joker que faltava no baralho de Jungkook.

Agora que ele tinha todas as cartas, começaria a jogar.

"É difícil em tempos como estes: ideais, sonhos e esperanças permanecerem dentro de nós, sendo esmagados pela dura realidade. É um milagre eu não ter abandonado todos os meus ideais, eles parecem tão absurdos e impraticáveis. No entanto, eu me apego a eles, porque eu ainda acredito, apesar de tudo, que as pessoas são realmente boas de coração" O Diário de Anne Frank - Annelies Marie Frank - Publicado em 1947

~M&P~