Capítulo 5

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            Christopher


Estou indo pra sala do meu pai, afinal, fui convocado. Ele é daqueles caras difíceis que precisa estar no controle de tudo, principalmente da minha vida, me tratando como criança na maioria das vezes, diz que sou imaturo por que gosto mais de música do que sua empresa chata. Ele tem 55 anos, mas apesar da idade é bem conservado, tem feições parecidas com a minha menos os olhos, seus olhos são escuros, ele é tão alto e forte quanto eu porém com uma personalidade antiquada e controladora.

Entro na sala de espera da empresa e cumprimento a secretária, bem gata, preciso admitir, com peitos grande e bunda escultural, pele bronzeada e aqueles terninhos que ela usa, nem posso pensar.

- Boa tarde senhor Sullivan- ela diz com um sorriso safado. Ah ela esta me dando mole, não que isso não seja normal, mas tenho outras preocupações no momento, porém posso brincar um pouco.

- Boa tarde Grace. Meu pai esta me esperando?- pergunto com um sorrindo de lado.

- Sim senhor, pode entrar.

-Obrigada, linda- Digo mandando uma piscadela para ela e a vejo se derreter. Entro na sala sem ser anunciado.

Meu pai está sentado em sua cadeira analisando uns papéis, assim que percebe que entrei levanta seu olhar e me encara.

- Oi meu filho- Ele diz sorrindo e eu assinto com um pequeno sorriso e vou até a cadeira na sua frente- Como estão às coisas?

- Ótimas- Sorrio irônico e vejo ele se contorcer na cadeira, sei sobre o que ele está falando e talvez eu goste de irrita-lo um pouco. Só talvez.

- Como está a garota?- ele diz usando toda a paciência que acredito existir nele.

Sempre direto né papai?

- Está tudo certo- dou meio sorriso- Ela aceitou sair comigo, já é um avanço.Que garota mais difícil viu.

- Não esqueça que você não pode se envolver com ela, faça o que te pedi.

- Eu sei pai, ela não faz meu tipo- Digo fazendo uma careta e reviro os olhos- Por quanto tempo vou fazer isso?

- Até entrarem em contato conosco, só mantenha ela protegida, está bem?

- Sim senhor- Digo com sarcasmo e me levanto.

- Christopher, se concentre, estamos dependendo de você, não se esqueça.

Nossa empresa está quase falida, precisamos de dinheiro e meu pai conseguiu esse acordo que vai nos salvar, mas precisamos entregar ela pra sei lá quem em perfeitas condições, não sei no que ela está metida, não quero me envolver mais que o necessário. Claro que sobrou para mim conquistar a confiança dela, essa é a única maneira de eu me aproximar dela.

- Você já me falou isso muitas vezes sabia, relaxa e deixa comigo- Respondo revirando os olhos.

- Leve isso a sério Christopher, nossa empresa está em suas mãos- Fala com voz repreensora e reviro os olhos mais uma vez.

- Já falei que está tudo sobre controle- Bufo e saio da sala batendo a porta atrás de mim. Estou com tanta raiva que acabo esbarrando em alguém.

- Opa! Calma aí garoto. - é Enrico, o melhor amigo do meu pai e consultor do mesmo. Enrico me conhece desde pequeno.

Enrico trabalha nessa empresa há anos, começou apenas como um estagiário, mas se provou competente ao ponto de subir até o topo.

Ele viu a mim e a minha irmã crescendo e nossas famílias se tornaram bastante amigas. Ele tem duas filhas, Larissa de cinco anos, uma menina muito fofa e Melissa, uma gata que eu pegaria se não fosse a filha dele e por respeito não faço, mesmo ela sendo apaixonada por mim, algo que ela não faz questão de esconder pois vive se jogando pra mim, nem se valoriza.

Ele é que está segurando meu pai. Eles são bem próximos e Enrico participou do nosso luto, conhece nossas personalidades e presenciou várias das minhas brigas com meu pai e sempre me aconselhou a ser calmo e deixar pra lá, não sei como ele aguente conviver com meu pai, sinceramente ele é um guerreiro.

Admiro Enrico e sua luta para subir na empresa afinal em poucos anos está abaixo somente do meu pai aqui e trabalha com maestria. Tenho um grande carinho por ele, e ele por nós.

- Desculpa tio, o dia tá difícil hoje.

- Nem me fala, perdemos alguns dos nossos melhores advogados e nossos clientes estão migrando junto com eles. - suspira.

- É. Sabe, não entendo como essa empresa chegou tão fundo. Éramos os melhores. - digo inconformado.

- A morte da sua mãe abalou muito seu pai Christopher. - Ele afaga meu ombro e sorri.- Vá pra casa descansar, toma um vinho e se acalma- Bufo, não tem como se acalmar com toda a pressão que meu pai esta colocando em meus ombros, ele tem me sufocado. Agradeço a Enrico e saio ainda irritado.

Um Novo Amanhecer ( Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora