Prólogo

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***

Ducado de Antholl, Escócia

10 anos atrás...

Sophie estava em seu quarto fazendo mais um desenho que a costureira tinha lhe encomendado. Fazia um ano que ela vinha recebendo encomendas da Mademoiselle , uma jovem costureira que tinha se apaixonado por seus desenhos e os comprava para costurar os vestidos que ela criava. Há seis meses tinha começado escondido em um curso de costura para poder criar ela mesma seus próprios vestidos. Seu sonho era ser uma estilista e costureira famosa, e ela tinha talento para isso. Mas seu pai nunca permitiria que sua filha fosse nada além de uma duquesa ou rainha da França. Segundo ele uma mulher devia apenas se preparar para ser uma esposa e uma mãe, e por isso desde que era criança era ensinada apenas deveres de uma esposa e mãe.

Sophie desça já aqui! - Chamou irado o 5° Duque de Anjou, Luis II de Chantré.

Oui, papa! ‒ Sophie escondeu o desenho que fazia em baixo do colchão e saiu na porta para ver o que seu pai queria. Ela ficou lívida ao encontra-lo com papeis que ela conhecia bem em uma mão e com a outra apertava o braço de sua criada que chorava compulsivamente.

Pardon, madame. Seu pai tomou o papel de minha mão e eu não pude fazer nada. - A criada se desculpou ao ser jogada pelo Duque na direção da jovem.

‒ Eu já lhe proibi de fazer esses desenhos, já lhe disse que isso não é coisa pra você. Mas você não e ouve não é? Você é teimosa como sua mãe. Mas já que não faz o que eu peço irá ter que arcar com as consequências, quero ver se continuará a fazer esses malditos desenhos no convento. - O Duque a ameaçava furioso, jamais permitiria que sua filha sujasse o nome da família desse jeito.

Pas papa, s'il vous plaît, não me mande de volta pra lá. - Sophie implorou, não suportaria passar mais um minuto naquele lugar, Era tudo tão cinza e rigoroso, não podia fazer nada além de rezar, e por mais que gostasse das freiras, ela não suportaria ficar ali novamente. A cela em que ficava era minúscula, e ela sempre se sentia sufocada e desesperada para sair dali.

‒ Você me obriga a fazer isso. Amanhã mesmo irá pra lá. - Ela viu então que seu pai estava decidido a manda-la de volta para o convento, e correu para o seu quarto, acompanhada de perto pela criada.

***

Naquela noite ela se levantou silenciosa e pegou a bolsa onde guardava o dinheiro que recebia como pagamento pelos seus desenhos, um ano juntando tinha lhe permitido ter um valor razoável para fugir. Mas para onde iria.

‒ Minha senhora, Por favor não faça isso. - A criada pedia preocupada. - O mundo lá fora é perigoso, a senhora pode acabar morrendo.

‒ Eu morrerei se for mandada de volta para aquele lugar. - Sophie estava decidida.

‒ Então permita que eu vá com a senhora, não posso deixar que vá sozinha. - A criada se ofereceu.

‒ Não Janet, você precisa ficar aqui, você tem um bebê pequeno. Não posso permitir que vá comigo. - Sophie foi irredutível

‒ E para onde a senhora vai? Se ficar aqui no pais seu pai vai encontra-la e quando o fizer será castigada e terá a reputação manchada.

‒ Então não posso deixar que me encontrem. Vi alguns navios no porto que iam para a Inglaterra, talvez lá eu consiga ser feliz.

Sophie estava com medo, mas não iria permitir que aquilo lhe impedisse de ser feliz.

‒ Então, por favor, quando chegar lá, procure por minha família, eles com certeza lhe ajudarão. São pessoas simples, mas pelo menos terá onde ficar. Eles moram em Londres.

‒ Tudo bem, obrigada Janet. Cuide-se bem.

‒ Tome cuidado senhora, e se cuide também

Sophie saiu escondida de sua casa, e seguiu para o porto, estava nervosa e com medo de não dar certo, mas mesmo assim arriscou, e no dia seguinte estava fora do seu pais e sozinha na Inglaterra.

***

Até breve pessoal!

Como não se apaixonar por um Duque (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now