A uma escolha do umbral

Capítulo 17 - O poder das escolhas

- E então, alguma novidade?

- Nenhuma.

- E você?

- Nada, pelo jeito ou não querem nos ajudar ou não podem.

- Só tem um jeito de tirar ele de lá Rafael.

- E qual é?

- Vou sair do seu grupo e virar um umbralino de novo. Assim se eu tentar salvar Lucas não será uma afronta.

- Entendi, mais é ariscado demais, se te pegarem podem fazer de você escravo também.

- Preciso fazer algo, já passou muito tempo. Tenho medo que ele não volte ao normal.

- Aquela maldita está fazendo lavagem cerebral nele, eu vou com você então. Deixarei outro em meu lugar.

- Não, você é o mais forte de nós se algo acontecer já era tudo que a gente fez até agora. Eu vou sozinho.

Enquanto eles bolavam um plano para Carlos salvar Lucas, Celene se divertia com seu animalzinho. Lucas ia da sanidade para loucura em segundos, sua mente estava perdida e não sentia vontade de lutar, apenas respondia aos comandos e mais nada.

- Senhora, não é melhor mantê-lo preso?

- Não se preocupe Brutos, ele já está domesticado, veja. – Ela fez um aceno com a mão e ele sentou ao lado dela.

- Tudo bem, mais não confie demais.

- É uma pena eles terem desistido dele tão fácil, ia adorar que eles quebrassem o tratado de paz dos senhores, estou louco para dar umas chicotadas naquele verme maldito. Esse aqui eu já enjoei.

- O que faremos quanto aos novos prisioneiros?

- Deixei que pensem um pouco na vida lá sozinhos, uma semana deve bastar para amansá-los.

- Vou me retirar então com licença.

- Pode ir Brutos, e certifique-se que está tudo em ordem.

- Pois não minha senhora.

Carlos aproveitou uma pequena entrada pela lateral que estava sem vigia e entrou. Viu quando Brutos saiu do salão principal onde ficava Celene e viu uma oportunidade. Se esgueirou pelas sombras até ver a uns metros Celene com Lucas ao seu lado. Chamou uma, duas, três vezes mais Lucas não o viu.

- Lucas, sou eu Carlos, venha vamos fugir seu idiota. - Falou alto demais.

Brutos o pegou pela camisa e o levantou no ar como se fosse um guardanapo.

- Vejo o que temos aqui, seria um rato de esgoto ou algo mais feio?

- Obrigado pelos elogios Brutos, são seus lindos olhos que me enxergam assim.

- Minha senhora irá adorar essa invasão.

- Na verdade eu vim falar com ela, não estou invadindo.

- E quem o deixou entrar? Não lembro de ter liberado nada.

- Pois a porta estava aberta e eu sai entrando. Me desculpe.

- Brutos ficou meio confuso e o largou.

- O que quer? Veio em nome de Rafael?

- Não, eu larguei aquele idiota, era muito bonzinho pra ser um senhor do umbral. Vim pedir asilo a Celene.

- Não me faça rir, você veio para ajudar seu amigo.

- Você acha mesmo que perderia meu tempo com ele? Ele que foi embora e me deixou aqui para apodrecer. Quanto tempo faz que Celene está com ele? Você viu alguém fazer algo para ajudá-lo?