• Dean...It's a beautiful name. •

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Castiel terminou de se alimentar com tudo o que havia na bandeja e, enquanto comia, o silêncio do aposento era estranhamente natural, consideradas as circunstâncias. Depois de deixar o guardanapo, levantou as pernas, colocando-as sobre a cama e recostando-se nos travesseiros, cansado, embora não narcotizado. Enquanto olhava a bandeja, teve o absurdo pensamento de que não se lembrava da última vez em que se permitira terminar uma refeição. Estava sempre de dieta, de modo que também estava sempre com um pouco de fome. De qualquer forma, isso o ajudava a manter o nível de agressividade, deixava-o mais perspicaz e aumentava a concentração. Agora, todavia, sentia-se um pouco confuso. E... estava bocejando?

– Não vou me lembrar disso? – perguntou.

O homem negou com a cabeça de cabelos ondulados que quase roçavam o chão. A combinação do dourado com o escuro era estupenda.

– Por que não? – questionou Castiel.

– Apagarei tuas lembranças antes que te vás.

– Como?

Ele encolheu os ombros.

– Não sei. Eu apenas... apenas as encontro no meio de teus pensamentos e as enterro para sempre.

Castiel puxou o edredom de veludo e cobriu as pernas. Tinha a sensação de que, se o pressionasse em busca de mais detalhes, ele não teria mais o que oferecer. Era como se ele não compreendesse muito bem a si mesmo ou sua própria natureza. Interessante. A senhorita Mary era humana, pelo menos até onde Castiel sabia. Portanto, evidentemente o pai dele teria sido... Caramba, ele estava realmente levando aquilo a sério?

Castiel levou a mão ao pescoço e sentiu a marca, quase já desaparecida, da mordida. Sim... sim, ele estava levando aquilo a sério. E, embora seu cérebro se debelasse ante a ideia de que, de fato, os vampiros existiam, ele tinha uma prova irrefutável disso não é mesmo? Pensou em Fletcher, que também era um tanto quanto... diferente, certo?

Castiel não sabia o que ele era, mas sua estranha força unida à sua óbvia idade... hum, algo não cheirava nada, nada bem.

O silêncio estendeu-se, os minutos fluíram passeando pelo quarto, escorrendo-se rumo ao invisível infinito. Uma hora tinha se passado? Meia hora? Três horas? 

Por mais estranho que parecesse, Castiel adorava o som dos suaves traços que o lápis desenhava no papel.

– No que está trabalhando? – perguntou-lhe.

Ele parou.

– Por que querias ver meus olhos?

– Por que não? Eles completariam a imagem que tenho de você.

Ele soltou o lápis. Quando levantou a mão para afastar os cabelos do rosto e colocá-los para trás do ombro, estava tremendo.

– Preciso... ir até ti. Agora.

As velas começaram a se apagar uma a uma. O medo fez o coração de Castiel palpitar como se o próprio diabo a perseguisse. O medo e... Ah, Santo Deus, por favor, não permita que esse arrebatamento seja parcialmente a causa de um sentimento de imaturidade!

– Espere! – ele o interrompeu. – Como sabe que não... que não beberá muito?

– Posso sentir a pressão sanguínea e sou muito cuidadoso. Não suportaria ferir-te de forma alguma.

Ele parou diante da escrivaninha. Mais velas apagaram-se.

– Por favor, não nos deixe completamente no escuro. – disse Castiel quando apenas a vela sobre o criado-mudo continuava acesa. – Não lido muito bem com isso.

Heart of Blood [Destiel]Where stories live. Discover now