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Narrador

-Você sabia, vó?

-Não. Eu não sabia! Eu vou atrás dessa garota... Você fica aqui quietinha enquanto eu vou lá? -Eduarda balançou a cabeça em confirmação. -Volto em alguns minutos, okay?

-Não trás ela aqui!

-Pode deixar! - A anfitriã beijou a testa da jovem, pegou a pasta que Taís havia deixado e saiu do quarto. -Desculpa, Malia... Eu vou ter que sair por um tempo!

-Tudo bem! -Malia estava olhando umas fotos antigas, talvez fosse Eduarda ou Kelly bebê nos braços de uma mulher bem parecida com dona Diná, mas bem jovem.-Os meninos estão vindo já!

-Você abre a porta para eles? Avisa que não vou demorar, okay?

-Pode deixar!

-Ah Malia... Se Eduarda quiser sair da casa, não deixa okay. Faz esse favor para mim, hum?

-É... Eu? -A jovem apontou para si.

-Sim... -Ela olhou para os lados. -Não vejo mais ninguém por aqui.

-É... Só tem eu... Tá... Pode deixa...

-Não é nenhum bicho de sete cabeças, pequena! -A senhora pegou a chave do carro na mesinha de centro.- E não use armas, okay?

-Pode deixar! -Malia continuou olhando as fotos.

-Deixa minha mãe em paz!

-Não vou tomar ela de você não, garota! Já tenho mães suficiente para mim. -Malia ignorou Eduarda e sentou no sofá. -Alô?... Claro que sou eu não é, idiota... Vão demorar?... Vou enlouquecer sozinha nessa casa... Saiu... Não sei... Tá... Oi, Kelly... Saiu... Não sei... Sério... Só mais meia hora, okay!... Beijo.

-Kelly?

-Sim! -Malia mexia em nada no celular. Apenas subia e descia a aba superior de notificações.

Eduarda , já irritada por ser ignorada, bateu os pés subindo as escadas sendo seguida pelo olhar e sorriso bobo de Malia. Nenhuma das duas percebeu a perda de tempo em ignorar uma a outra.

-Droga! -Malia colocou o celular no bolso e subiu as escadas. -Ei!

-Que é?

-Não fala assim comigo!

-Ou o quê? Vai apontar uma arma para mim?

-Não. Eu não vou apontar uma arma para você! -Malia passou pela porta quebrada e tirou a arma da cintura. -Eu não apontaria uma arma para uma garota!

-O que... Você quer? -Eduarda olhava para a arma prateada na mão da outra. -Eu... Eu quero... Que tire... Isso daqui!

-Quero que veja que quem mata não é a arma! -Malia estendeu a mão com o objeto, mas Eduarda recuou se encolhendo na cama. -Pega nela!

-Não!

-Tudo bem! -Malia colocou a glock no criado mudo.-Ela não vai te fazer mal!

-E você?

-Eu também não vou! -Malia sentou na beira da cama.

-Eu não confio em você! -Eduarda se afastou um pouco e Malia aproveitou para deitar.

-Tudo bem! Eu não quero que confie mesmo. Mas que eu não vou te fazer mal, eu não vou! -Malia sorriu olhando cada detalhe do rosto assustado de Eduarda.

-Que foi?

-Nada! -Malia continuava sorrindo.

-Você está de tênis em cima da minha cama?

Um Novo Começo (Malia & Eduarda) Where stories live. Discover now