Jake E Nessie (COMPLETO)

Morte

Jacob não saia mais um segundo de perto de mim, ele fazia questão de sempre me seguir até mesmo dentro de casa e por mais que eu soubesse que ele queria minha proteção, eu me irritava.

Seu celular tocou e agradeci por ter uns segundos sozinha.

-- Alô? -- Ele disse saindo para sacada.

Ele ficou quieto. Fiquei curiosa olhando seu rosto apreensivo.

-- O que? -- Ele disse magoado e sentando no sofá que havia na varanda. Tá bom estou indo daqui a pouco.

Ele desligou o celular e o rosto nos braços, ouvi seu choro. Eu nunca tinha visto Jacob chorar assim e corri para onde ele estava.

-- Amor o que houve? -- Eu o alisava. -- Amor o que aconteceu?

-- Meu pai, morreu. -- Ele me abraçou e começou a me molhar com suas lágrimas.

Senti um nó na garganta e lágrimas também me invadiram. Eu tentava acalmar Jacob, Dan estava agitado na minha barriga, chutando, parecia que ele também sentia.

-- Amor o que houve com ele?

-- Ele já não estava bem da saúde, não quis te preocupar. -- Ele disse soluçando. -- Vou voltar para La Push.

-- Eu vou com você.

-- Não, fique aqui, é melhor.

-- Eu sou sua esposa, eu amava seu pai e eu vou com você.

-- Fique. -- Ele se levantou limpando o choro.

-- Me espera! -- Berrei. Ele parou na porta.

Em cinco minutos pus umas roupas na nossa mochila, vesti uma calça e um tênis.

-- Pegue uma blusa. -- Ele disse.

Revirei os olhos e peguei.

Bella e Edward estavam caçando e não foram conosco, coisa que teriam feito se estivessem em casa. Chegamos em três horas e meia em La Push, me segurei o quanto pude para evitar ir ao banheiro para que chegássemos mais rápido possível.

Sam recebeu Jacob com um abraço, Charlie estava com sua viatura lá, seus olhos estavam vermelhos, o abracei forte.

-- É pelo visto esse garotão cresce normalmente. -- Ele disse olhando minha barriga.

-- É logo ele nasce. Vovô sinto muito pelo Billy, sei que vocês eram grandes amigos.

Ele me olhou querendo me reconfortar mais eu o via que estava abatido.

O corpo de Billy estava no hospital e logo seria encaminhado para uma capela para seu velório. Eu ainda estava demasiado chocada com tudo isso. Já estava de noite, somente a lua e a luz da viatura de Charlie iluminava a casa de Billy. Eu entrei pela porta enquanto Jacob trazia a mochila e nossas coisas, pois ele não me deixava carregar uma folha sequer de papel.

Procurei no armário e encontrei pão e pasta de amendoim, fiz um lanche para Jacob, que recusou.

-- Estou sem fome, desculpa. -- Ele me puxou para seu colo, sentei o abraçando, ele quase não tinha mais lágrimas para chorar. -- Ainda bem que tenho vocês. -- Ele disse alisando minha barriga.

-- Sempre nos terá.

Sam bateu na porta para avisar que o corpo de Billy já estava na capela.

-- Quer ir junto mesmo? -- Ele disse antes que eu fosse para a porta.

-- Eu tô ao seu lado pra tudo.

Seguimos pela estrada o carro de Sam e dos outros lobos. O clima era pesado.

Entrei pelas pequenas portas rústicas e vi Billy, sereno como sempre. Ele parecia estar em um sono, sonhando com algo bom como uma pescaria ou sardinhas fritas com cerveja.

Jacob voltou a chorar enquanto se aproximava e me agarrei ao seu ombro. Muitas pessoas vinham abraça-lo, eu estava com demasiado pena dele.

Comecei a lembrar de quando eu era criança e Billy me colocava em seu colo. Quando ele me dava presentes e me contava lendas quileutes.

Quando estava próximo às duas da manhã Jacob me chacoalhou, eu estava cochilando, a viagem foi cansativa.

-- Amor vamos para casa do meu pai, você está cansada. Amanhã cedo voltamos para o sepultamento.

Concordei e ele foi avisar o resto dos lobos, em seguida me conduziu para o carro.

Eu tentava manter ele atento a estrada, ele também estava quase caindo de sono.

-- Tudo vai ficar bem. -- Alisei sua mão.

Deitamos no seu antigo quarto, a casa estava demasiado silenciosa. Jacob me abraçou por trás acariciando minha barriga.

O sonho era bom, flores num campo deixava o ambiente maravilhoso. Um bebê estava comigo, mas ele era arrancado dos meus braços chorando.

Pulei da cama e olhei o relógio, eram cinco da manhã e eu sentia uma dor aguda no pé da barriga. Eu estava molhada e achei um absurdo ter feito xixi na cama, mas meu pensamento foi interrompido por outra dor.

-- Jake! -- Gritei.

Ele se levantou no mesmo instante assustado.

-- O que foi?

-- Acho que o Dan vai nascer!