Capítulo XI

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"O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos.."
Pitágoras

Vicky estava em pânico e entrou em uma crise, chorava muito e respirava mal. Gaby sabia como ajudá-la e foi até a cozinha pegar um copo de água. Chava e Gaby se olharam como que falando com os olhos. Eles precisavam ajudar os amigos.

- Eu vou comprar as passagens para amanhã bem cedo. -disse Chava enquanto Vicky bebia a água.

- Eu a levarei para dormir... Já volto. - Chava assentiu com a cabeça e Gaby subiu as escadas com Vicky que ainda estava em prantos. Ela deitou a amiga na cama e a consolou um tempo, sentada ao lado dela e alisando seus cabelos.

- Quer um calmante?

- Melhor não. Não sei o que podem fazer comigo nesse estado. - estava deitada de costa para Gaby  que se levantava da cama.

- Irão te acalmar... - disse sem entender o que a amiga queria dizer e Vicky a olhou.

- Estou grávida. - Gaby respirou fundo sentindo uma pontada no peito.

- Quê? - voltou a sentar na cama. -Desde quando sabe? - Vicky voltou a chorar.

- Deita comigo, Gaby. Só um pouco. - Ela deitou atrás da amiga e se abraçaram em conchinha. - Estou com um mês. Descobri a alguns dias. - disse alisando o braço da amiga.

- Vai dar tudo certo. Vamos trazer Cesar de volta. Te prometo. - Vicky assentiu com a cabeça e ficaram juntas até Vicky adormecer.

Ao descer à sala, Chava olhava o computador tomando uma taça de café. Ele sorriu quando viu Gaby descer as escadas.

- Como ela está?

- Grávida. -ele arregalou os olhos, Gaby sentou ao lado dele ainda paralisado. Tocou o braço de Chava depois de um tempo, o fazendo reagir.

- Vamos com ela amanhã, já comprei as passagens. - eles se olharam; estavam unidos para ajudar seus melhores amigos.

°°

Horas depois

*

Vicky estava em um quarto grande, escuro, mas ainda se podia ver alguns móveis devido a luz da lua que entrava pela janela. O quarto não era o do apartamento dela, tinha uma ornamentação clássica antiga, com moveis em madeira, uma cama grande com mosquiteiro dossel, ela pode ver uma jarra com tulipas brancas sobre o criado-mudo, após ligar o abajur. Foi então, que ela viu um quadro enorme de si mesma a frente da cama, uma ela diferente, mas não teve tempo de se espantar, Victoria apareceu em pé, ao lado da cama onde ela estava deitada. Vestia uma camisola longa rosé de cetim, com seu típico cabelo curto, justo ao coro cabeludo, mas dessa vez, estava liso sem ondulações. Elas se olharam nos olhos, Victoria ligou a luz, iluminando o local. Vicky só a observava.

- Essa é minha casa... Nossa, posso dizer. - disse andando até o pé da cama e sendo seguida com o olhar por Vicky. - Quero que você saiba do meu segredo. - Caminhou até  uma das quatro pilastras que rodeavam o quarto, e na parte moldada com detalhes em gesso ela puxou, abrindo uma gaveta secreta embutida na parede. Vicky a observava com atenção. - No momento certo, quero que pegue isso. - retirou um caderno com capa em couro marrom, era grosso, e a mulher alisava com amor como se fosse um tesouro. - Você saberá o que fazer. - Ela sorriu e se aproximou de Vicky, sentando ao lado dela na cama, entregou o caderno. Depois, Victoria tocou o ventre de Vicky. - Posso senti-lo, como sentia meu primeiro filho. Meu e do meu amado Caesar. 

- Tiveram um filho juntos?

- Sim. - ambas sorriram. - Você saberá mais quando o ler. - elas se olhavam cúmplices. - Cesar esta em Andrin, em uma cabana perto da 'punta el Padón'. Não o perca como eu. Salve-o.

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