Epílogo

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Junho, 2020

- O Raul está tão feliz e o garoto também - Robyn disse ao ver o rapaz brincando de pega-pega com as três crianças no quintal, Laura sorriu observando a cena da janela e concordou com ela.

- Desde que o Elias chegou lá em casa ele está assim - a morena comentou auxiliando a dona da casa no preparo do almoço - Tem dia que não escuto a voz de nenhum dos dois porque eles passam o dia inteiro jogando videogame.

Completaria, na próxima semana, cinco meses do dia que Laura e Raul oficialmente assinaram os papéis da adoção de Elias, o garoto tinha cinco anos e em pouco tempo se tornou o mais novo xodó do jovem casal.

A ideia de adotar o pequeno partiu de Raul quando o mesmo viu-se encantado por Elias após as constantes visitas ao falido orfanato da cidade. O jogador visitou, pela primeira vez, a instituição durante um evento que o Jazz organizou para arrecadar cestas de alimento e brinquedos, mas acabou pegando um grande carinho pelo local e continuou frequentando quase que mensalmente o pequeno orfanato.

Em uma dessas visitas ele conheceu Elias, não foi preciso muito tempo para que eles criassem uma amizade e Raul o apresentasse para Laura. Quando o casal recebeu a notícia que o local fecharia as portas e deixaria de existir, assim como quase todos os orfanatos do EUA, o camisa vinte e cinco comentou sobre adoção com a noiva.

A discussão do assunto estendeu-se por quase dois meses até que ambos concordassem em adaptar suas vidas para chegada de uma criança. Graças a péssima condição financeira da instituição e o fato de Raul ser jogador do principal time da cidade, todo o processo de adoção aconteceu mais rápido e fácil.

E agora lá estavam eles: noivos, morando em lugares diferentes e com um filho de cinco anos.

- E vocês já decidiram como vai ser quando acabar suas férias? - sem desviar a atenção das panelas, Robyn perguntou interessa - Elias vai ficar com você ou com ele?

- Ainda estamos discutindo isso - Laura respondeu despreocupada, tudo na sua vida aconteceu sem muito planejamento e ela estava feliz com isso - A próxima temporada só começa em novembro e Raul até lá só precisa comparecer aos treinos e eventos do time, provavelmente Elias fique com ele durante esse tempo.

- Você vai ir morar em Salt Lake depois do casamento?

- Eu não faço ideia! - a morena riu, seu casamento já tinha sido remarcado três vezes por causa da rotina bagunçada deles - Raul falou que anda recebendo algumas propostas, estamos esperando para ver se rola com algum time de Los Angeles. Caso contrário, vou tentar uma transferência para lá.

As mulheres continuaram conversando sobre os mais diversos assuntos enquanto o almoço não ficava pronto. Laura gostava na companhia de Robyn, nas férias de verão das crianças, a família Hayward costumavam visitá-los, mas naquele ano a reunião foi na casa do ex-jogador do Jazz.

- Entrega para Laura Mendes - carregando Elias como se fosse um avião, Raul entrou na cozinha e colocou o menor no colo da noiva que estava sentada próxima a mesa - Estamos com fome.

- Muita fome - com as mãos na barriga, Elias fingiu a dor - Dá para escutar minha barriga roncando, mamãe.

Laura sentiu o corpo congelar por alguns segundos e encarou o garoto com um sorriso nos lábios, ele nunca tinha chamado a mulher daquela forma, normalmente Elias dizia "tia Laura". Raul piscou cúmplice para o menino e sorriu junto dela.

- Posso te chamar assim, não é? - Elias perguntou - O papai disse que pode.

- É claro que pode, querido - ela beijou o topo da cabeça dele carinhosamente - O que acha de brincar de esconde-esconde antes da comida ficar pronta?

- Eu conto! - em um pulo, ele saiu do colo de Laura e correu até a parede mais próxima - Vocês se escondem, tá valendo! Um, dois, três...

Os dois adultos correram em direção ao quintal e esconderam-se juntos dentro da casinha de Charlie, a filha mais nova de Robyn.

- Ele te chamou de papai do nada? - ainda sorrindo boba, Laura quebrou o silêncio.

- Não - lembrando do motivo, Raul sussurrou sorrindo da mesma forma - Ele perguntou por que a Bernie chamava o Gordon de papai e a Robyn de mamãe. Eu disse que eles eram a família dela, então quando acabei de explicar, ele perguntou se também poderia chamar a gente assim porque somos a família dele.

- É, acho que nós somos a família dele - com dificuldade, Laura aproximou-se do noivo e estava prestes a beijá-lo quando o garoto descobriu o esconderijo deles e saiu gritando "Um, dois, três, mãe e pai".

- Somos uma bela família - Raul a puxou para um beijo rápido e logo em seguida saiu correndo atrás de Elias.

Com certeza eles eram uma bela família.

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