Capítulo 14

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A emoção de Harry Potter transbordou e ficou visível em sua face. Foi algo tão intenso que Draco ofegou temendo uma precipitação.

– Vigie. Vou entrar.

– Vou com...

– Você fica, Draco – cortou de forma firme.

O loiro passou a língua sobre os lábios secos e assentiu. Sacou a varinha e conjurou um Lumus. O mapa na outra mão tremia de leve. Apesar de não gostar nada da idéia de ficar ali sozinho não tinha alternativa.

Harry observou a imensa parede de rocha. Sirius Black estava ali atrás. Como entraria?

– Mais um passo pra esquerda, Potter.

Obedecendo sem questionar o moreno se posicionou. A rocha estremeceu e se afastou com um som que lembrava muito um gemido. Harry ergueu a varinha, lançou um último olhar para seu amante e entrou.

Draco posicionou-se no lugar certo. Não queria que a porta voltasse a se fechar. Tudo ali era incrivelmente preto, negro como as asas de um Testralio. Não que Draco pudesse vê-los, mas ouvira boatos.

Sabia que tinham a ver com a morte. Que eram seres cadavéricos e assustadores. Só podiam ser vistos por alguém que tivesse alguma experiência com a morte.

Mas porque raios Draco estava pensando em Testralios mesmo? Ah, por que eram negros como as paredes e os corredores de Azkaban. Negros como as celas de Azkaban.

E tinham profunda ligação com a morte, assim como o cheiro terrível que emanava daquele lugar macabro.

A ponta da varinha de Draco piscou e o Lumus falhou. Ele engoliu em seco e dobrou a concentração, apavorado com a idéia de ficar sozinho no escuro, o negro absoluto da morte.

"Vai logo com isso, Potter."

Entrementes Harry andou por um curto corredor. Abaixou a varinha, pois dentro da cela havia uma lamparina com fogo fátuo. Fraca demais para iluminar tudo com eficiência, forte o bastante para que não reinasse a penumbra.

Água infiltrava em vários pontos deixando tudo meio úmido. Harry sentiu que pisava em solo amolecido quase como lama.

Olhou de um lado para o outro em busca do habitante daquela cela fria e escura.

– James...?

A voz rouca pelo desuso causou arrepios em Harry. Ele virou-se para a direção de onde ouvira o som. Avistou um amontoado espremido no canto que pouco lembrava algo humano.

Ergueu a varinha voltando a conjurar o Lumus. Então viu o homem que estava procurando: Sirius Black.

Ele parecia muito, muito maltratado. E não era pra menos, a vida em Azkaban era merecidamente dura. Seus cabelos negros eram longos e estavam desgrenhados, a barba enorme e suja. Apenas o uniforme da prisão parecia em melhor estado. Mas foi ao ver os olhos de quem procurava que Harry assustou-se de verdade. Parecia que a insanidade dominara completamente aquele bruxo.

– Você parece James – Sirius falou – Mas tem os olhos de Lily.

A frase despertou Harry.

– Não fale deles, Black. Não tem o direito de pronunciar os nomes de meus pais com essa boca imunda.

– Seus pais? Harry!

– Sim. Sou Harry Potter. Filho de James e Lilian Potter. Os bruxos que confiaram às vidas a você, Black. E foram mortos por isso.

– Meus amigos estão mortos. Sei disso, jovem Harry. Porque acha que estou aqui, hein?

Aquilo foi como assinar uma confissão. O capitão do Basilisco Alado sentiu a fúria dominá-lo por completo.

Black tinha que pagar.

Uma nova lenda (Drarry)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin