v. batalha naval

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todas as noites que não acordo eu perco um navio, enlaço no laço de um encouraçado. afundo em milhares de léguas e réguas submarinas descobrindo qualquer uma das américas nunca antes descobertas. 

ainda nem nasci e já estou em minha trigésima vida, morro todas as noites por um empurrão pelas costas, sonhando em ser quem quero ser. 

um dia serei eu. dois dias também. quiçá para sempre. 

meu sangue não é meu: é de guerreiros troianos que nunca olhei nos olhos, de amantes com estacas no coração, de animais mortos em estradas.

sou todos eles.


também chamado de:

— "COMO SE ESTAR METAFISICAMENTE SOZINHO JÁ NÃO BASTASSE..."

anomia // poesia (ii)Where stories live. Discover now