Outros tempos

Capitulo 3 - O reencontro

 Eu acho que pedalei como nunca pedalei antes, só pensava de como o compreendo e que por mais que ele esteja trancado no quarto o que ele mais precisa é de conversar e de ter alguém com quem desabafar e lhe de um abraço... eu compreendo-o. 

 Cheguei a casa dele, as luzes da sala e da cozinha estavam ligadas, devem ser os pais dele, fui para a parte traseira da casa, havia uma pequena luz ligada num quarto, é de certeza o quarto dele. Bati á porta, os pais dele vieram logo abrir me a porta.

 - Olá Sorc...- nem os cumprimentei, subi as escadas ate ao quarto dele, por incrível que pareça a porta estava destrancada, abri a porta, ele estava em pé a olhar pela janela com lágrimas nos olhos, nao aguentei, corri e abracei-o com muita força como se o abraço disse-se "tem calma, eu estou aqui".

 - Ela acabou comigo...-sussurou, depois começou a chorar. Aquele abraço parecia não ter fim, naquele momento eu não via mais nada sem ser ele, não via os meus problemas com o Conor, não via os meus problemas familiares, não via nada, so queria estar ali para ele e mostrar-lhe o meu apoio. Não sei quanto tempo tivemos assim, mas quando ele parou de chorar sentamo-nos na sua cama e ele contou me o que ela lhe tinha feito.

 - Eu mal soube que estavas assim vim logo te ver... eu sei que já nao somos como éramos antes, mas continuas a ser uma pessoa muito especial para mim e eu nao te quero ver assim, mas eu estou aqui para tudo ok?- disse-lhe comovida. 

 - Eu sinto que nada mudou entre nos, parece que ainda somos as duas crianças que éramos antigamente, ainda bem que vieste... - disse-me com um pequeno sorriso, o mesmo de antigamente.

 - Sabes, também não estou num momento muito bom na minha vida...-respondi.

 - Então? Duvido, ninguém consegue desanimar-te, antes eras considerada a menina sorridente.-disse com aquela voz de velhinho que ele fazia para me animar.

 - Desta vez conseguiram me por mesmo em baixo, eu pedi um tempo para o meu namorado... - fiquei um pouco triste nesse momento, lembrei me de tudo o que ele me fez.

 - Porque? Deve ter sido mesmo mau para te deixar assim tão em baixo.

 - Ele beijou e apalpou outra rapariga, depois tirou uma foto e pós no instagram... eu vejo todos os dias a pagina dele e ele ainda nao tirou a foto de lá...- disse um pouco triste.

 - Então estamos os dois na mesma situação... - naquele momento lembrei-me das palavras da Abbie, ele precisa de se divertir tal como eu. Tive uma ideia, mas preciso convence-lo.

 - Sabes, uma sábia um dia disse-me que preciso de ver o mundo com alguém que precise viver a vida...

 - Ok... e?

 - Que tal seres tu? deixamos uma carta fazemos as malas e partimos! tu conduzes então não á problema! sai-mos do país! Vivemos a vida! Juntos vamos esquecer os nossos problemas e vamos ser felizes...

 - Essa ideia parece-me otima, mas nao achas que os nossos pais vinham atrás de nos?- perguntou confuso.

 - Nós ja somos maiores de idade! Já sabemos o que fazemos da nossa vida! Entao fazemos assim, amanha ás 23:23 eu estarei la fora atrás da árvore á frente da tua casa, eu vou deixar uma carta igual á minha na tua porta de entrada 10 min depois dos teus pais subirem para dormir, e eles vão dormir ás?...

 - 22:50- respondeu animado.

 - Depois quando desceres para irmos embora pegas nessa carta e pões em cima da bancada e vens ter comigo percebes te?

 - Percebi, mas como sabemos para onde vamos?- perguntou confuso.

 - Eu tenho um mapa com locais que eu gostava de ir pela Europa, está tudo planeado! Agora tenho de ir antes que os meus pais notem que sai de casa, até amanha!- disse ansiosa.

 Sai de casa dele, despedi-me dos pais e pedi desculpa por os ter ignorado, eles não se importaram com a situação, peguei na minha bicicleta e fui pra casa, amanha é um novo dia, o dia onde finalmente duas pessoas vão conseguir seguir em frente.