Rouquidão

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Mais um dia cheio de coisas pra fazer. Miku e Meiko trocaram alguns prédios de lugar e criaram mais alguns palcos para shows vocaloid. Ela podiam fazer isso no prédio principal, com um grande observatório no topo, em que podiam ver a cidade toda.

"Você já testou o som desse palco?"
Elas tinham descido a torre de controle e Miku perguntou isso quando viu um dos palcos no caminho para metrô.
"Eu acho que não. Se você  quiser... Eu vou voltar pra sua casa."
Hatsune sorriu e fez sim com a cabeça.

Subiu no palco e sincronizou.
[Ouça à World is Mine]

Depois de uma apresentação improvisada, mas muito boa, Miku levantou a vista e viu Kaito batendo palmas na platéia do palco exteno no meio da rua.
Ela riu, recuperando o fôlego depois de cantar tantas notas altas.

Mais tarde no seu cafofo, agora remodelado e mais espaçoso, a vocaloid e seus amigos estavam se conectando com o mundo real exterior.
Kaito estava "lá fora", já que como é um vocaloid antigo, não pode simplesmente gravar no mundo virtual e tem que ser teletransportado pra lá.
Meiko e a mais nova vocaloid estavam falando na internet, e olhando os comentários dos humanos.

Alguém postou um vídeo de idols humanas fazendo uma apresentação, cantando e dançando.
Meiko achou bem legal, mas estava mais concentrada no seu lâmen e seu sake. Miku as observava com atenção, como se quisesse aprender cada movimento.

O vídeo terminou e Miku proucurou por mais.
"Elas são japonesas?"
"Acho que não..." Disse a outra, com a boca cheia.

Hatsune se jogou pra trás na cadeira, suspirando.
"Eu nunca vou alcançar esse padrão..."
"É um padrão humano. Você não é feita pra isso."
"Máquinas não podem imitar humanos, certo?"
"Não somos máquinas. Somos programas. É diferente. E sim, é impossível ser igual... Mas..." Meiko largou tudo na mesa e colocou as mãos nos ombros da amiga.
"...Você não precisa ser igual à eles. Você tem que ser você mesma!"
Miku riu e olhou denovo para a tela do pc.

"É o que sempre dizem nos comentários..."
"Dizem porque é verdade."
A moça levantou e jogou o jantar no lixo, bebendo mais um pouco, indo até a varanda.
Agora a casa de Miku tinha varanda na sala e o quarto era num cômodo separado, junto com o banheiro. Antes era tudo junto numa coisa só, e não tinha banheiro, já que o update pra 'Necessidades básicas' foi finalmente instalado.

"Mas eu não entendo os humanos... Não somos iguais, mas eles insistem em nos fazer parecidos..."
"Uma coisa que nunca vamos entender, são os humanos. É um fato."
"Mas se cantamos suas emoções... Deveriamos pelo menos..."
"Nem tente, Miku. É difícil saber se realmente eles se sentem assim naquele momento. Eles podem mentir emoções. Nós não. Somos feitos para sermos eternamente felizes. E isso é bom."
A vocaloid ficou pensando, encostada na porta da varanda.

"Você sonha, Meiko?"
Ela perguntou e a mais velha virou com uma expressão confusa.
"Se eu sonho?"
"Eu sonhei uma vez. Não foi tão bom quanto parece."
"Então você teve um pesadelo?"
Miku fez sim com a cabeça.

"Eu nunca soube bem o que é isso. Nunca aconteceu."
Meiko ficou calada, olhando o céu.

"Você diz que eu devo ser eu mesma... Mas hoje cantei sobre uma garota mimada, que queria ser como uma princesa, semana passada cantei sobre uma garota apaixonada querendo derreter de amor por um cara, na outra semana eu cantei sobre mim mesma, em outro dia, cantei sobre uma garota sofrendo bullying..."
Miku se levantou.
Meiko continuava confusa.
"Se eu sou tantas... Qual realmente eu sou? Quem realmente eu sou?"

Meiko virou e riu.
"Você se preocupa demais com isso. Vai encontrar seu verdadeiro eu logo logo. Não fique aflita."

Nessa hora, Kaito voltou e o casal voltou pro centro da cidade, deixando Miku em casa só.

Ela resolveu não perguntar maos nada na internet, e deitou-se na cama, olhando as estrelas brilhantes.

Fechou os olhos.

The Intense Voice of Hatsune MikuWhere stories live. Discover now