Meu Idiota Preferido

Apaixonado

Sofi:

-Amor eu posso explicar- digo

Ele? Sai andando e me deixa falando sozinha.
Eduardo não diz nada, só mantém a postura.

Vou andando atrás de Rafael, estava meio difícil por causa do salto então tirei e fui correndo até ele que já tinha entrado no carro.

Bati na janela, mas ele ignorou, ligou o carro e saiu dali.

Olhei para trás e Eduardo estava lá parado me encarando sério.

Fui até ele e dei um tapa em seu rosto, ele segurou minha mão e sua expressão mudou para "não deveria ter feito isso, vou te matar".

-Por que você fez isso?- indago alterada

Ele respira fundo e volta a ficar calmo, ou pelo menos parecia que estava calmo.

-Esse cara não te merece.

Solto uma risada irônica.

-Duas perguntinhas para você: por acaso você merece? E como pode saber se ele me merece ou não? Eu que tenho que decidir isso e não você.

-Eu sim te mereço.. já tem um tempo que eu quero te beijar e me segurei esse tempo todo, fica comigo Sofia, posso te dar tudo o que você quiser.

-Mas você não pode me dar felicidade, porque feliz eu só vou ser com quem eu amo.

Ele se mantia o tempo todo calmo. Era inacreditável. Eu estava toda alterada.

-Com o tempo você vai me amar.

-Não Eduardo, coloca na isso na sua cabeça, eu não quero ficar com você, eu tenho um noivo- digo apontando para a aliança em meu dedo- ele me ama, eu o amo e você só tá estragando tudo.

Ele fica quieto por um tempo e quando eu ia me virar para sair dali ele começar a dizer.

-Eu me apaixonei por você Sofia.

O quê? Que droga.

Eu sabia que ele não era um cara mal, ele era gente boa, mas me beijar foi um absurdo.

Olhei para ele sem saber o que dizer.

-Você é tão diferente dela- diz se referindo a sua ex mulher- ela era interesseira e por isso não deu certo, mas você.. Você não liga para dinheiro, você é humilde, gentil, linda, sampatica, eu simplesmente poderia dizer várias qualidades suas que me fizeram se apaixonar, você é dedicada, simplesmente me encanta e..

-Eu já entendi Eduardo- digo mais calma.

Ele suspira e abaixa a cabeça.

Me aproximo dele e levanto seu rosto fazendo me olhar.

-Me desculpa mas eu não posso ficar com você, eu sei que vai conhecer alguém melhor.

-Não acho que eu vá conhecer alguém melhor que você.

-Mas vai e ela vai te amar tanto quanto você vai ama- la.

Ele olha para a minha boca e morde seu lábio inferior.

Comentário que eu sei que não é apropriado para essa hora, mas que eu tenho que fazer:
Ele fica tão sexy assim.

-Quero muito te beijar agora.- ele diz e eu me afasto um pouco.

-Melhor eu ir.

-Desculpa.

-Tudo bem.

Digo e saio andando. Eu nem sei pra onde estou indo, nem sei onde estou.
Onde fica o ponto de ônibus aqui?

Continuo andando pra sei la onde e de repente um carro vem andando devagarinho ao meu lado.

Ai meu Deus, serei assaltada, estuprada e vão me matar, vão me jogar em qualquer mato por aqui e ninguém nunca mais irá encontrar o meu corpo.

Dai eu olho para o lado e reconheço o carro. O vidro abaixa revelando o meu chefe.

-Eu te levo.

-Não acho uma boa ideia- digo sem parar de andar e ele vem me seguindo.

-Eu não vou tentar te beijar e a propósito você está indo para o lugar errado, sua casa fica para o outro lado.- ele diz me fazendo parar de andar.

-Se Rafael ver vai interpretar mal.

-Eu te deixo em frente sua casa e vou embora, caso ele esteja la vou até ele e explico tudo.

-Tudo bem.

Aceitei só porque eu estava com medo de andar sozinha por aqui, já que é uma área que eu nem conheço e porque vou acabar me perdendo. A última coisa que quero agora é me perder.

Quero ir para a minha casa, deitar na minha cama e dormir na esperança de que tudo se resolva sozinho.

Durante a trajetória não trocamos nenhuma palavra, minutos depois finalmente chegamos. Ele estacionou o carro em frente a minha casa.

-Obrigada pela carona.

-Foi o mínimo que eu poderia fazer depois da confusão que criei.

-Tchau Senhor Collins.- digo e desço do carro.

-Sofia?

-Sim

-Vai ir trabalhar amanhã? Preciso de você la.

-Vou sim.

Ele afirma com a cabeça e sai dali.
Entro e vou direto para o meu quarto, tomo um banho bem demorado e me jogo na cama.

O que será que vem agora?
Rafa vai acreditar em mim?
Ao menos vai deixar eu me explicar?
O que eu faço?
Meu noivado vai por água abaixo assim?

Os pensamentos não me deixavam em paz até que eu finalmente consegui dormir.

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