Meu Idiota Preferido

Almoço

Sofi:

Chegamos no restaurante e sentamos em uma mesa perto da janela.
O lugar era bem calmo, tudo simples e muito lindo.
Eu não diria que era o tipo de lugar que o meu chefe iria, comparando com o último restaurante que fomos, e sim o tipo de lugar que eu iria.

Fizemos nossos pedidos e eu iniciei a conversa.

-Amei esse lugar.- digo

-Imaginei que iria gostar.

-Posso te fazer uma pergunta pessoal?

-Acabou de fazer- ele brinca

-Sério.

-Pode.

-Por que se casou com Larissa?

-Nem sempre ela foi assim.. Ela era simpática, divertida, gentil, linda, mas com o tempo eu fui percebendo que era só por fora. Talvez no fundo exista uma pessoa boa, mas se existir ela esconde muito bem.

-Entendi.. Nem sempre as pessoas são o que parecem.

Vejo seu olhar meio distante.

-Você ainda a ama?- continuo

-Não, acho que estou começando a amar outra pessoa.- diz me olhando.

Engulo em seco.

-Mas e você?

-O que tem eu?- indago

-O ama?

-Rafael? Sim.

-E como ele conseguiu te conquistar?

-No começo ele era um completo idiota, mas eu não sei o que aconteceu.. De repente ele mudou.

-Quando soube que o amava?

-Sinceramente.. Eu nem sei. Só sei que de repente eu já tinha sentimentos por ele. No começo eu não queria admitir para mim mesma, mas ele se declarou para mim e eu finalmente admiti.

-Entendo.

O garçom chega com nossos pedidos.

-Eu já me acostumei com a ideia de que talvez eu nunca seja realmente feliz.- ele diz de repente.

-Por que acha isso?

-Sempre acabo me apaixonando pelas pessoas erradas.

Tenho que admitir que senti pena dele.

-Ei, no momento certo a pessoa certa vai chegar e você vai ser muito feliz.

-Duvido disso.

-Não duvide.

Por um tempo ficamos em silêncio, apenas saboreando aquela comida que a propósito estava muito boa.

-Por que Sofia?- ele indaga de repente me fazendo o olhar- Porque tinha que chegar de fininho na minha vida e fazer meu coração bater mais forte?

Por um instante fico sem saber o que responder.

-Sinto muito se sente algo por mim, mas não é minha culpa.

-Eu sei que não, mas..

-Mas o que?

-Desculpa.. É só que eu tô cansado de sempre quebrar a cara, de nunca ser recíproco. Até minha mãe..- ele hesita, mas continua dizendo- ela me abandonou. Parece que eu só amo as pessoas erradas.

Uma lágrima escorre em seu rosto.
Ele nunca se abriu tanto comigo. E o que fez o meu coração doer mais é que eu não podia fazer nada para mudar isso.

-Sinto muito.- digo e limpo uma lágrima que escorria.

-Desculpe, eu.. Não devia estar te chateando com essas coisas.

Ele limpa o rosto e ajeita o terno com seu jeito profissional.

-Tudo bem, pode se abrir comigo, afinal somos amigos, né?

Ele afirma com a cabeça.

-Eu sei que não tem culpa de não ser recíproco, sei que talvez nunca sinta nada por mim. Quero que você seja feliz, realmente quero e infelizmente não serei eu a pessoa a te fazer feliz. Apesar de tudo eu não quero perder sua amizade, pois é a única que tenho.

-Não tem amigos?- indago desacreditada.

-Verdadeiros não, apenas amigos de negócios.

Agora vejo como a vida dele é solitária.
Sinto muita pena dele. Eu não sabia disso. Sinto uma vontade de ajuda-lo.

Querem saber de uma coisa? Vou ajuda-lo.

-Senhor Collins, me permite ajuda-lo?

Ele franze o cenho.

-Como assim?

-Irei leva-lo para o meu mundo, longe dos riquinhos, te mostrarei o que são amigos de verdade e talvez você até arranje alguns. Talvez conheça uma menina legal e..

-Já conheci uma menina legal- diz me olhando, mas eu ignoro.

-Uma menina legal que goste de você como irá gostar dela e talvez comecem a namorar, o que acha?- indago com um sorriso no rosto.

Eu estava animada só de imaginar.

-Não sei..

-Aaah vai Eduardo, o que tem a perder?

Ele pensa por um instante.

-Tudo bem.

-Isso- digo empolgada -Vai ser tão legal, vai conhecer meu grupo.

Ele abre um sorriso ao ver minha empolgação.

Terminamos de comer e voltamos para o escritório.
Eu ainda tinha muito trabalho pela frente.

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