Pequena Loba curiosa.

Capítulo 25 - Tenho que tomar uma decisão.

Mas uma vez eu fiquei do seu lado brincando com minhas unhas nervosa. Eu olhava para seu rosto pelos cantos dos olhos e voltava a encarar o chão quando via que ele ainda estava com aquela expressão da raiva silenciosa. Eu não conseguia pensar em nada pra dizer, eu sei que uma hora ele vai explodir e me mandar embora na grosseira já que eu não quis ouvir quando ele estava sendo paciente comigo. Eu só queria ter a chance de conversar com ele sobre isso... Eu sei que tenho a culpa dele ter se preocupado. Mas eu estava começando a ficar preocupada com seu ferimento que parecia estar infeccionado.
-gatin... Deixa eu te ajudar com isso antes de que piore
Usei a voz mais carinhosa que conseguia fazer e abaixei minhas orelhas quase com medo dele e da sua resposta.
-não, eu tô bem
Parecia mais bravo ainda apertando onde estava sangrando me deixando agoniada. Eu queria poder ter alguma coisa pra dá na sua cabeça e dizer pra ele que eu só queria ajudar e ele tinha que aceitar, mas não tenho coragem nem de puxar um fio do seu cabelo.
-está sangrando muito
Tentei de novo percebendo que ele havia mudado de ritmo, então acelerei também e continuei do seu lado.
-porque está tão preocupada agora? Isso tudo é culpa sua. Porque não desaparece de uma vez?
-você está ferido, eu não conseguiria ir embora agora e deixar você aqui com o risco de pegar uma infecção
Eu explicava calma ainda com as mãos na frente do peito estalando minhas unhas uma nas outras. Ele não respondeu mais nada me deixando ainda mais preocupada.
Mas depois ele me assustou ainda mais quando parou de repente e me olhou sério quase como se tivesse confuso com minha presença aqui. Eu demorei dois segundos pra ficar do mesmo jeito que ele quando notei que alguém estava se aproximando de nós.
Foi aí que sentir um corpo feminino me abraçar por trás envolvendo seus braços os redor do meu pescoço.
-graças a Deus encontrei você Leah!
Disse a pessoa aliviada e ofegante que estava atrás de mim me deixando em pânico. Eu não conseguir pensar no que fazer, mas eu fiquei confusa quando o vi se virando de costas pra mim e andando tranquilamente para longe.
-ei você!
Amy gritou para ele que se virou com o rosto calmo chegando a me assustar. Pra mim ele estava querendo sair de fininho pra se livrar de mim. Mas eu preferia ficar com ele dizendo todos os dias que me odeia do que voltar a morar numa prisão. Então eu peguei o braço dela e fiz ela olhar pra mim.
-deixa ele Amy. Eu quero falar com você
-mas eu quero falar com ele também, quero esclarecer algumas coisas
Ela puxou seu braço e me olhou séria me dizendo em segredo que se eu tentasse alguma coisa, ela iria reagir de uma maneira pior. Ela podia ser a mais velha, mas eu não a obedeço mais.
-eu quero que você fique longe da minha irmã
Ouvi ela dizer quando estava me aproximando dos dois. Me coloquei na sua frente e a encarei confusa tentando entender porque ela achava que poderia me impedir de vê-lo ou porque motivo ela pensa que pode mandar no gatin.
-não acha que já tenho idade pra decidir oque vou fazer da minha vida?
Perguntei cruzando meus braços percebendo mesmo de costas que ele havia passado sua mão no rosto impaciente atrás de mim. Eu sabia que ele só queria se livrar de mim e dos problemas que eu trago a ele. Mas ele precisa ver o tamanho da minha teimosia nessa discussão com minha irmã.
-Leah, olha pra ele, você acha que vocês dois...
-você não é ninguém pra vir até aqui e me criticar! Volta pro lugar de onde você veio e me deixa aqui
Quando terminei, eu me virei pra ele e pedi que por favor me tirasse daqui. Demorou alguns segundos pra ele decidir oque ia fazer, mas apenas se virou e continuou a andar sem me dizer nada. Então eu olhei para Amy pela última vez e a deixei lá atrás confusa e irritada enquanto seguia o gatin mostrando para ela com quem eu queria ficar. E pela primeira vez ela parecia ter me deixado em paz.

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Depois de muita insistência, ele me deixou cuidar do seu ferimento e eu tentava de tudo pra não provocar nenhuma dor nele limpando ao redor de onde ainda sangrava com medo. Eu me perguntava porquê essa pessoa que eu estava desconfiando de que fosse lobo, fez isso com ele sendo que esse é um assunto só meu. E ninguém tem direito de se meter.
-tá com medo de me tocar?
Ele me perguntou de repente me tirando dos meus pensamentos. Eu olhei para seu rosto um pouco tímida e sorri pegando um pano branco e amarrando para tampar o ferimento. Dei um nó um pouco apertado demais no final e ele gemeu colocando a outra mão por cima do braço.
-desculpa...
Pedi me sentindo culpada e sentei na cama do seu lado pensando em começar uma conversa. Eu estava nervosa de novo e isso é uma coisa que eu não gosto de sentir quando estou do seu lado. Depois de tanto tempo fazendo oque fazia todos as noites, ainda me sinto curiosa sobre ele porque ainda existia coisas que não sabia.
-eu te via todos os dias aqui na praia sabia? Você era pequeno ainda...
Comentei quase pra mim mesma colocando a imagem dele andando pela praia caçando caranguejos por diversão no fim da tarde. Sempre sozinho ele vinha aqui todos os dias e eu o encontrava todos os dias me perguntando quando ia ter coragem pra ir falar com ele. Éramos tão pequenos, e nos viramos para sobreviver sem nossos pais.
-há quanto tempo exatamente vem me observando feito uma assombração?
Ri olhando pra lareira acessa imaginando todos as vezes que ele tentava caçar pássaros que ficavam sobre as rochas perto da praia. Nunca conseguia por ser tão novo e inexperiente. Se ele soubesse que me ensinou várias coisas quando eu ainda nem sabia que poderia fazer ou praticar.
-eu ando por aí te vigiando há muito tempo mesmo...
-e aquela outra loba era sua irmã?
Fiquei em silêncio me perguntando de que jeito poderia responder.
-esquece ela tá? Finge que aquilo mais cedo não aconteceu... Ela só que me afastar de você
Passei meus dedos na minha cauda e fiquei tentando adivinhar oque ele estava pensando agora. Poderia estar apenas decidindo se deixava eu passar essa noite de novo aqui com ele, ou pensando sobre o porquê de eu não conseguir deixa-lo em paz. Eu também queria entender esse porque.