Capítulo sem título 38

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Dia 56 do calendário do Planeta UH 9536 – 11 horas

Lucas estava na barraca que servia como central de comando acompanhado de Marcos. Eles haviam colocado todo acampamento do desfiladeiro em alerta, ninguém deveria sair sem autorização. O pessoal do platô havia sido orientado a voltar. Eles iriam verificar os destroços da raia abatida, porém depois que as pequenas naves foram avistadas, acharam melhor abandonar aquela missão.

Lucas e Marcos não sabiam o que as pequenas naves desconhecidas iriam fazer em órbita, não sabiam se elas tinham sensores ou câmeras com capacidade monitorar o que ocorria no solo, nem se tinham alguma capacidade de realizar um bombardeio orbital. Carlos achava até que talvez elas pudessem reentrar na atmosfera e fazer um bombardeio a baixa altitude, afinal quase tudo podia acontecer agora.

Eles fizeram um relatório pormenorizado dos fatos recentes, incluindo o avanço no trabalho com o cinza claro captura, toda a novela envolvendo o Quatro Braços, a raia que havia sido abatida, e agora aquelas pequenas naves. Tudo ilustrado com imagens de alta resolução.

Eles também tinham conseguido amostras de sangue do Quatro Braços ao fazer curativos em seu braço ferido, e estavam mandando uma delas. Também estavam mandando um pouco do sangue do cinza claro, o qual forneceu o material contra a sua vontade, e de forma bem dolorosa para ele.

Lucas levou a unidade de memória contendo o relatório e as amostras para a saída norte do acampamento, lá estavam dois soldados que haviam preparado o "coelho", o qual era o novo meio de comunicação daquele local com o acampamento central. Os técnicos conseguiram converter alguns VICDs em veículos autônomos. Eles podiam levar pequenas cargas e mensagens, e eram muito mais rápidos que os VACs, conseguiam fazer o percurso em um pouco menos de um dia daquele planeta, pois não necessitavam parar.

A unidade de memória e as amostras foram colocadas no pequeno compartimento de carga do "coelho", e o pequeno veículo foi enviado, e rapidamente sumiu de vista, levantando uma pequena nuvem de poeira atrás dele. Nuvens escuras apareceram no horizonte e Lucas viu que iria chover novamente. Ele torceu para que o pequeno veículo autônomo conseguisse ser eficiente mesmo na lama, aquela mensagem precisava chegar.

Ele voltou para a central de comando, ele se sentia culpado, o relatório que foi enviado não continha nenhuma mentira, porém ele não contava toda a verdade. Eles omitiram certas coisas. Eles haviam decidido arriscar muito, e talvez o acampamento central não entendesse e interviesse no acampamento deles.

Não foi dito no relatório que a Equipe Diplomática já estava usando "A Caixa" para acelerar o trabalho com o Quatro Braços. Quando haviam pedido o item especial tinham dito que eles o usariam no processo de tradução da língua do inimigo cinza claro. Eles não podiam esperar uma autorização suplementar, ainda que o protocolo "Da Caixa" fizesse essa exigência, para cada novo uso do item. E ainda podia acontecer do comando negar o pedido. A situação era muito delicada, eles precisavam saber o que o Quatro Braços tinha para dizer a eles o mais rápido possível.

Lucas chegou chegou à central de comando e percebeu que Carlos o esperava:

- Uma mensagem codificada da NCO chegou, ela diz que aquelas pequenas naves estão derrubando os satélites, em breve não vai restar mais nenhum. Flávio vai afastar a nave do planeta ainda mais, não sabem o potencial dos novos inimigos, é muito arriscado tentar algum confronto. A boa notícia é que as naves Stall também estão se afastando, não vão poder bombardear a gente, pelo menos por enquanto - disse Marcos.

Os dois são surpreendidos pelos alarmes que tocam. Eles olham para as telas de vigilância, e observam as imagens geradas pelas câmeras que monitoram o céu. Lá estavam os flashes novamente.

rascunhoWhere stories live. Discover now