Capitulo 28 - Armadilhas da vida

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- Mãe, mãe, acorda, por favor -Quando se passou da 6 da manhã tomei coragem de finalmente fazer alguma coisa.

- O que houve, querida? Aconteceu alguma coisa com o bebê? -Minha mãe acordou assustada já olhando pra minha barriga.

Meu rosto inchado e vermelho denunciava minha choradeira a noite inteira. Quando toda aquela informação se juntou na minha cabeça, parecia que o peso da vida inteira estava em cima de mim, eu mal conseguia respirar sem soluçar.

- Você leu a carta... -Minha mãe respirou fundo e sentou na cama já preocupada.

- Eduardo vai se matar -Minhas palavras saíram quase que como um sussurro, e as lágrimas ainda caiam juntas.

Eu não podia descrever oque estava sentindo. Eu não estava sentindo um amor incondicional pelo Eduardo a ponto de não querer ele morto, mas também não conseguia aceitar a ideia de que o homem com quem me casei vá se matar.
Os pensamentos vinham como bomba e eu não conseguia pensar.

- Se acalma, o que você pretende fazer? -Minha mãe segurava minha mão tentando em vão me tranquilizar.

- Não sei, não sei mais de nada. Mas eu não queria que fosse assim, mãe- Eu parecia uma criança soluçando e desabafando com a mamãe.

Deitei no colo dela tentando buscar uma força para pensar ou pelo menos parar de chorar e arranjar uma solução para aquilo tudo.

- Ele ainda esta morando naquela casa? -Consegui dizer depois de minutos de choro intenso.

- Você não esta pensando em ir até lá- Ela me olhou séria- Esta? -Ela franziu a testa.

Sim, eu tinha essa idéia, só nao sabia se podia ou como fazer isso.

- Nem pense nisso, Lucy -Ela reprovou minha ideia na hora antes mesmo de eu confirma-la.

- E se ele realmente se matar? -Sentei na cama tirando o cabelo do rosto com uma das mãos.

- Ele quase te matou, minha filha. Sério que você esta se preocupando com Eduardo? -Ela me fitou ainda séria.

Todas os momentos de terror com Eduardo vieram a minha mente, prendi a respiração por alguns segundos enquanto mordia o lábio tentando afastar todo aquele sentimento ruim.

- Tenho vontade de ir lá saber o que se passa, mas tenho medo dele fazer algo comigo -Choraminguei novamente como uma criança.

Ultimamente eu estava tão emotiva meu Deus, acho que são os tais "hormônios da gravidez" não é?

- Qual diferença fará na sua vida se ele se matar, Lucy? Você o quer de volta na sua vida depois de tudo que você passou com ele? -As suas palavras eram duras porém certas e o pior de tudo era que eu não sabia a resposta.

O que mudaria na minha vida?

Não tinha resposta para isso. Não mudaria, porque de uma forma ou de outra ele esta longe da minha vida por motivos óbvios.

Então por que eu estou tão sentida com isso? Alguém por favor me entende? Se entende, me explica.

- Ele é o pai do bebê -Foi a única possível desculpa que me veio a cabeça no momento.

Olhei para a minha barriga redonda que já se fazia aparecer mesmo nas roupas largas. Passei a mão por ela e com um longo suspiro senti um pequeno chute do meu pequeno e aquilo conseguiu me confortar por alguns segundos, era como se ele me passasse uma segurança, era inexplicável.

- Es e for apenas mais uma armação de Eduardo, Lucy? Você sabe como esse homem é capaz de qualquer loucura por você -Minha mãe estava certa, mais uma vez.

AMOR PSICOPATA (Concluído)Where stories live. Discover now