Capítulo 31- Parte II

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POV EMMA

_ Você não vai mesmo? _ A Manu pergunta e joga os cabelos perfeitamente lisos por cima dos ombros quando o vento leva mechas de fios escuros para o seu rosto, grudando alguns nos seus lábios cobertos de brilho labial.

_ Não sei. _ Respondo, sentindo uma pontada de culpa por estar recusando mais uma vez o convite de uma das pouquíssimas pessoas que me trataram bem sem nem ao menos me conhecer direito _ Mas vou tentar ir. _ Completo depois de um tempo, em parte para confortá-la e em parte por está realmente cogitando a ideia de aparecer na festa nem que fosse para ficar alguns minutinhos.

Seus lábios se repuxam em um sorriso largo e o seu contentamento me faz sorrir, ao me sentir aliviada pelas minhas palavras terem levado a expressão desanimada embora do seu rosto.

_ Então temos que encontrar um vestido para você. _ Ela diz, puxando-me pelo braço para atravessarmos as portas de vidro, mas quando estamos perto da entrada ela para e volta a me olhar enquanto segura minhas duas mãos nas suas _ Não que suas roupas não me agradem, já que admiro muito quem faz seu próprio estilo e não liga para as opiniões dos outros, mas tem alguém que precisa parar de ser tão burro e enxergar de uma vez a garota incrível que você é, e quem sabe um vestido bonito não leve a esse milagre. 

_ Do que você está falando? _ Pergunto sem entender o que ela estava querendo me dizer através de suas palavras complicadas e frases incoerentes.

_ Nessa semana o Gusttavo chegou em casa todo machucado, e mesmo que ele não tenha me dito o motivo da briga, algo me diz que foi por você. _ Como não sei o que responder fico em silêncio enquanto desvio o olhar do seu por saber de que briga ela estava se referindo _ Meu irmão nunca brigou por uma garota e durante o pouco tempo em que vi vocês juntos percebi que você é diferente de todas as outras garotas. Ele nunca tratou nenhuma da forma como ele trata você e não sei se é por ele ser meu irmão, mas tenho certeza que ele sente alguma coisa por você.

Agora eu estava completamente envergonhada por estar tendo que ouvir suas palavras ao mesmo tempo que sentia meu coração errar uma batida com a menção de que o Gusttavo pudesse sentir algo por mim.

Eu não queria me enganar, apesar do meu coração ter se alegrado com a possibilidade de que o que a Manu falou fosse verdade, então assim como nas outras vezes, tratei de afastar esses pensamentos ilusórios da mente e foquei na realidade que piscava na frente dos meus olhos.

O Gusttavo nunca mudaria a sua personalidade e seu modo de agir por uma garota como eu. Ele nunca deixaria de lado a sua vida cercada de garotas por escolher se dedicar a apenas uma. Ele nunca que abriria mão dessa liberdade que ele sempre fez questão de enaltecer para se prender a relacionamento. E mesmo se isso acontecesse ou acontecer em algum dia não existe a menor chance dessa garota ser eu.

Visto de fora pode parecer que a proximidade, os beijos trocados e as palavras carinhosas ditas por ele significam alguma coisa, mas sei que ao contrário de como me sinto todas as vezes que ele está por perto isso é algo normal para ele. Algo que ele já vivenciou com um grande número de garotas, e constatar isso me faz perceber que talvez eu seja apenas mais uma na sua extensa lista de conquistas e eu não quero isso para mim.

_ Ele não sente, não. _ Afirmo, tentando não deixar transparecer na minha voz o desânimo que essa conclusão me causou.

Suas mãos apertam as minhas e ergo a cabeça, encontrando o seu olhar atento e amigável.

_ E você, gosta dele? _ Ela faz a pergunta que venho me fazendo inconsciente e constatemente nos últimos dias.

A Manu tinha os olhos do mesmo tom escuro do Gusttavo e tê-los voltados para mim enquanto ela me encarava sem piscar estava me deixando atordoada.

Foi Tudo uma ApostaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora