Capítulo 10 - O Treinamento

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O santuário de Diamante era composto por milhares de rochas flutuantes, que ficavam no meio de duas altíssimas montanhas, ou seja, o vento ali era muito forte. Era como um túnel de ar.

– Ótimo! Você estava pretendendo nos mandar pelos ares? – Rubi reclamou assim que puseram seus pés nas rochas.

– É tentadora sua oferta, parceiro, mas dessa vez vou deixar você viver. – Dim retrucou e pulou de rocha em rocha até Luciana. – Safira, está pronta?

– Depende do que você considera estar pronta, mas acho que sim. – Ela tentava desesperadamente manter os cabelos no lugar.

– Então, vamos começar! Você vai fazer um feitiço para exercitar seu equilíbrio.

Dim começou a fazer alguns movimentos suaves com os braços. Pareciam uma dança lenta, elegante e extremamente bonita. Enquanto isso, ia recitando as palavras:

A leveza trazida

Na pena contida

O equilíbrio elemental

Ajudará contra o Mal

O corpo dele começou a emitir uma aura prateada, que tremulava levemente embora o vendaval quase os fizesse sair voando pelos ares, como Rubi havia comentado antes. As rajadas de vento foram se intensificando cada vez mais na altura de Luciana e Dim, apenas Esmeralda e Rubi estavam em segurança.

A garota começou a se desesperar, mas, nesse instante, Dim gritou para que ela tentasse proferir o feitiço de equilíbrio. A vontade de gritar a plenos pulmões que não conseguiria era grande, entretanto, não queria se passar por fracote na frente dos outros.

– Tudo bem! Vou tentar!

Luciana precisou repetir o feitiço três vezes para que funcionasse, e quando finalmente conseguiu, já estava quase caindo de sua pedra e praticamente sem fôlego. Uma luz azulada cercou o corpo dela, quase era possível sentir sua energia pulsando, e assim os golpes de vento forte já não surtiam mais efeito.

– Isso! Parabéns, Luci!! Você conseguiu! – Esmeralda comemorou com alguns pulinhos de alegria. – Você vai vencer aquela garota!

– É. Que bom que você conseguiu. Pelo menos agora sabe se defender, mas ainda precisa aprender a atacar. – Rubi estava encarando-a de braços cruzados.

O vendaval ao redor deles havia diminuído consideravelmente após um comando de Dim, e agora estavam reunidos para decidir o próximo passo.

– Atacar? E quem vai me ensinar isso? Você? – Luciana questionou, erguendo o queixo, irritada com o modo como falou com ela.

– Exatamente. É melhor ir logo antes que eu me arrependa. – Com isso, Rubi recitou o feitiço que os levaria ao Santuário da Pedra de Rubi.

O santuário dele era dentro de um vulcão adormecido, que mesmo assim conseguia emitir um calor insuportável. Dim começou a reclamar, o que era raro para ele.

– Está muito quente! Estou ficando sem ar. – Resmungou, puxando a gola da camisa branca que vestia.

– O guardião do ar ficando sem ar. Isso não é irônico? – Rubi não perdeu a chance de provocar.

– Não vamos começar a brigar de novo! – Esmeralda ficou entre os dois, com os braços estendidos. – E não está tão quente assim.

– É claro, Esme. Você vivia no deserto. Não está sentindo o calor como nós. – Luciana não gostava do frio, tampouco gostava do calor, preferia o meio termo, como as tardes de outono e de primavera.

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