•54•

33.8K 1.6K 819
                                    

Miami, Florida , EUA -
Dezembro, dia 25, sábado.

Acordo e vejo Lucas desligar a televisão, passo as mãos pelo meu rosto para limpar os olhos e ele percebe que acordei.

– Não viu nem os dez primeiros minutos– ele me sacaneia cochichando enquanto volta a se deitar.

– Que horas são?– ele desbloqueia o telefone para ver.

– Quase seis– ele diz e me levanto para ver a cama de cima.

Lari está dormindo com o rosto virado para nós e Vanessa está de costas com a luz do telefone iluminando a cara. Vejo um sorriso no seu rosto e não penso duas vezes antes de puxa-lo da sua mão.

– Ei– ela se vira.

– Posso saber quem é o motivo desse sorriso de orelha a orelha?– pergunto brincando enquanto ela sai da cama de cima.

– Seu namorado não vai gostar de saber– ela diz e Lucas se levanta para pegar o telefone da minha mão.

– Garret?– ele pergunta olhando para o aparelho.

– Estamos conversando só– ela diz.

– E o que eu tenho a ver com isso? Por que achou que não fosse gostar?– ele pergunta devolvendo o celular para ela.

– Você sempre falou para eu ficar longe dos seus amigos– ele ri.

– Só fico preocupado de você acabar se decepcionando mas já é grandinha para saber o que fazer. E se não lembra ontem quando fui te buscar me contou tudo o que rolou– ele comenta e ela arregala os olhos.

– Tudo?– pergunta.

– Ai meu Deus Vanessa, que nojo– ele diz me colocando na sua frente como se fosse vomitar– Claro que não.

– Sei lá– ela se defende– Você que disse "tudo"– vejo Lari resmungar sonolenta pelo barulho que fazemos e chamo os dois para sairmos do quarto.

– Nunca mais me de qualquer detalhe da sua vida sexual– Lucas diz indo em direção a escada e rio o acompanhando.

– Acha que eu quero te contar? Esta maluco– ela retruca descendo as escadas conosco.

– É um absurdo vocês deixarem os dois sozinhos– escuto meu pai.

– Eles estão com as minhas filhas– Helo diz– E mesmo se estivessem sozinhos os dois já tem idade para tomarem atitudes que bem entenderem.

– Seu filho pode ter mas a Amanda é tão novinha– a namorada do meu pai diz– Acho melhor chamar os dois para descerem.

– Estávamos vendo um filme com a Lari, qual o problema de vocês dois?– pergunto irritada ao descer o último degrau da escada.

– Vamos embora– meu pai diz– Vou deixar vocês em casa– ele fala olhando para minha mãe.

– Não vou– digo– Prefiro voltar a pé.

– Quando foi que eu criei uma filha tão revoltada com a vida?– ele pergunta respirando fundo– Marcia você pode dar um jeito na sua filha?– ele aponta para mim e solto uma risada.

RicherdsWhere stories live. Discover now