Capítulo 5

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Quando seus lábios estão prestes a encostar nos meus, Felipe é empurrado no chão, e Jonas está em cima dele.

- Eu sempre soube que você estava de olho na minha namorada - ele grita e dá um soco em Felipe.

- Jonas larga ele - grito e subo em suas costas.

Ele se levanta e corre pra trás e faz com que eu bata minhas costas na parede, ele me solta no chão e eu fico ali no mesmo lugar sentindo dor.

- Nunca mais toque nela seu covarde - Felipe avança nele e o soca, nunca o vi daquela maneira.

Algumas pessoas aparecem e vem nos ajudar. O segurança da univerdade surge e leva Jonas pra fora.

Felipe se aproxima e eu o aperto em meu abraço e choro.

- Eu quero ir embora - continuo chorando.

- Eu vou te levar, vou pegar nossas coisas e já volto.

Entramos em seu carro e saímos dali, ainda bem que hoje minha mãe me trouxe.

- Porque deixa ele fazer isso com você? - Felipe pergunta e parece estar nervoso.

- Ele só estava nervoso - defendo Jonas.

- Nervoso? Manu, não é a primeira vez que ele te machuca e se continuar assim não vai ser a última.

- Falando assim parece até que ele me bateu.

- Foi como se tivesse te batido mesmo.

- Você está exagerando Felipe.

- Não estou, não é só eu que não gosto dele, seus pais também não gostam e nem aprovam esse relacionamento.

- É porque vocês não conhece o Jonas que eu conheço.

- Esse Jonas não existe Manu.

- Ta bom Felipe, não vamos brigar.

- Vamos na sorveteria? Assim eu pago seu sorvete e evita que seus pais te vejam assim.

- Meus pais não estão em casa, foram viajar.

- Vai ficar sozinha?

- Não tenho medo.

- Mas eu tenho, e se Jonas aparecer pra te fazer mal?

- Ele não é um monstro.

- Só quero cuidar de você - ele me olha por um instante - Vou pegar um pote de sorvete e algumas casquinhas e vou ficar lá com você.

- Não precisa, amanhã você tem que trabalhar.

- Eu tenho alguns dias em haver, então não tem problema.

- Ta bom então, pode ser.

Seguimos até a sorveteria em silêncio, descemos do carro e escolhemos os sabores, depois fomos para minha casa.

Assim que chegamos em casa, ficamos na sala assistindo filme e tomando sorvete.

- Acho que já vou dormir - digo.

- Eu te acompanho até o quarto - Lipe vem atrás de mim.

Me jogo ma cama e Lipe permanece em pé me olhando.

- O que foi? Me achou bonita? - pergunto e me sento na cama.

- Na verdade eu te acho linda - ele diz e se senta na cama ficando de frente comigo.

- Seu bobo - abro um sorriso.

- Manu... - ele se aproxima mais - Sobre aquilo que aconteceu...

- Eu sei, não foi porque você quis, você só confundiu as coisas - digo interrompendo ele.

- Não - ele se aproxima ainda mais - Eu queria beijar você, eu queria te tocar, Manu eu... - ele acaricia meu rosto e se aproxima pra me beijar, mas eu recuo e me levanto saindo de perto dele.

Eu não sei o que deu nele, ele deve estar carente e está vendo em mim alguém que não sou. Sei que ele não gosta de mim como mulher, somos como irmãos e irmãos não se beijam, não na boca e de língua.

- Você só está confundindo as coisas, somos amigos apenas, lembra?

- Por que não presta atenção em mim? Manu, não é hoje que eu venho te dando sinais que eu gosto de você.

- E eu também gosto muito de você, chega de bobagem ta, você deve estar muito carente pra ficar me falando isso - dou risada.

- Você está certa e amanhã mesmo vou pedir Carla em namoro.

- Isso - me deito novamente na cama.

Felipe apaga a luz e se deita ao meu lado.

- Você sabe onde é o quarto do meu irmão né, pode dormir lá.

- Eu sei e eu vou, só vou garantir que você dormiu e está bem.

- Ta bom - penso em lhe dar um beijo na bochecha, mas acabo lhe dando um selinho por causa do escuro - Desculpa - dou risada envergonhada.

- Eu não ligo - ele ri.

Me acomodo em seus braços e durmo ali mesmo.

Felipe

Eu não sei mais o que fazer, não é de hoje que eu sou completamente apaixonado pela Manuela, mas ela não percebe isso ou talvez não queira enxergar isso.

Eu já tentei falar pra ela, mas ela nunca me leva a sério e entende tudo errado, isso porque ela não é loira, tenho certeza que existe loiras bem mais espertas que ela, na verdade qualquer um é mais esperto que ela, ela é bem lerdinha e talvez seja isso que tanto me encanta nela.

É horrível ficar tão perto dela sem poder beijar ou tocar ela. Eu estou tão perto e ao mesmo tempo tão longe dela.

Ela dorme em meus braços tão serena, é tão linda e tão ingenua, não vê maldade nas pessoas, principalmente em Jonas, não é ciúmes da minha parte, um pouco pode até ser, mas ele a agride com palavras e as vezes deixa alguns hematomas em seu corpo. A Manu não percebe isso e ama Jonas de uma maneira invejável. Eu queria que esse amor fosse meu, eu ia cuidar e valorizar.

Percebi que Manu não vai deixar Jonas, que apesar de tudo ela sempre vai perdoar ele e ficar com ele. Eu preciso seguir em frente, e amanhã vou pedir Carla em namoro, sei que não é certo namorar uma pessoa gostando de outra, ou até mesmo pra provocar ciúmes, mas quero de verdade tentar com Carla, ela é uma garota legal e eu posso me apaixonar por ela.

Tento me levantar pra ir pro outro quarto, mas Manu ainda dorme em meus braços, decido ficar, mesmo com meus braços dormentes.

Arrumo minha cabeça no travesseiro, paso meu outro braço pela cintura da Manu e fico sentindo seu cheiro.

- Eu te amo sua cabeça dura - sussurro em seu ouvido.

Sei que ela não pode me ouvir, mas me senti bem falando isso pra ela.

Meu Melhor Amigo [Degustação]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora