Capítulo V

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Capitulo V

Na estrada fiquei lembrando da conversa com ela.

Ninguém sabia o que tinha acontecido, a Paula tava louca, o menino que já tinha passado pelo orfanato, aliás era um jovem de 19 anos, foi agredido por alguém e pelo que a Paula me contou, acontecia seguidamente.

Só deu tempo de eu avisar o Claudio e sair correndo, ele disse que qualquer coisa era só chamar, Deus por que eu não podia amar ele como ele devia ser amado.

Os meninos quando saiam do orfanato aos 18 anos e não tinham sido adotados, podiam ficar no abrigo, até conseguirem organizar suas vidas, conseguir emprego, terem como continuar suas vidas sozinhos, minha tia dizia que de nada adiantava cuidar deles até os 18 anos, e depois eles serem largados a própria sorte. Não fazia muito tempo que ela tinha aberto o abrigo, demorou pra ela se deparar com essa situação a maioria dos meninos do orfanato estavam com ela desde pequenos.

Eu tinha deixado o abrigo para visitar no final.

Tia Dafne tinha me dito na carta que o diretor era novo, tinha excelentes referencias profissionais, mas ela não tinha conseguido falar direito com ele, tinha sido contratado depois da morte do antigo, mas que com a doença ela não tinha ido ver como estavam as coisas, tinha deixado para eu organizar tudo, antes de eu sair fugindo do Vini, tinha pedido pra Paula passar lá e dar uma olhada.

Logo que entrei na cidade fui direto para o abrigo o carro dela já estava na frente.

O abrigo ficava em um prédio antigo de cinco andares, que minha tia tinha comprado, a parte inferior era onde ficava a cozinha, a sala de convivência e a sala de refeições, sala de computadores que era junto com a de estudos.

Os apartamentos tinham sido reformados e transformados em quartos com duas camas e banheiro, escrivaninha para estudos, frigobar e televisão, os meninos eram alojados de dois em dois.

O abrigo no total tinha vinte pequenos quartos, cinco por andar, ou seja sua lotação era de quarenta jovens, atualmente ele contava com dezoito jovens carentes, que vinham dos mais diversos lugares, alguns eram encaminhados pela prefeitura da cidade já que a prefeitura não tinha recursos para abrigar os jovens depois da maioridade.

Claro tínhamos uma lista de espera, mas a seleção foi interrompida quando minha tia ficou doente, ela pessoalmente fazia a seleção dos meninos que não eram do orfanato.

Quando cheguei era tardinha, quase 6 horas, a porta foi aberta por um jovem, acho que uns 18 anos loiro, rosto cheio de sardas.

- Oi meu nome é Gustavo, acho que a Paula já está me aguardando, você é o?

O Menino arregalou os olhos e ficou me olhando.

- Ta tudo bem??

- Mateus, meu nome é Mateus. É que,....que...- ele tava assustado

- A dona Paula está lá na sala, tá furiosa e tá gritando com todo mundo, ela disse que o senhor ia mandar todo mundo embora, mas a gente não tem pra onde ir.

Putz, pra Paula estar assim louca, a coisa foi feia. Fui direto para a sala de estar, quando entrei todo mundo olhou pra mim, a Paula tava sentada, vermelha, fui direto pra ela, ela levantou e me abraçou.

- O que aconteceu mulher? – Sentei com ela no sofá, quando olhei pra frente ele tava sentado olhando pra mim, meu coração disparou. O Vinicius tava todo de preto, no sofá em frente ao meu, eu não tinha percebido ele ali até estarmos cara a cara. Dizer que ele tava lindo, seria chover no molhado. –

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