LUCAS

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Lucas

Que noite foi aquela, estava desolado. Felipe tinha saído por aquela porta e então passei a noite pensando em tudo que ele havia posto a perder, porque claro, eu com certeza valia muito mais do que qualquer amizade que ele cultivava. Não to falando no modo namoro, digo no quesito amizade mesmo.

Me olhei no espelho e estava com o rosto verde de tantos hematomas, mas como ia para escola assim? - não podia faltar. Levantei, tomei um bom banho e então me ajeitei e fui à escola.

Na sala de aula ele me encarou e apenas desviei o olhar, não poderia mais olhar para ele, me sentia um completo idiota por acreditar que ele fosse diferente e mesmo que ele fosse, já havia perdido qualquer esperança naquele garoto escroto que talvez tivesse acreditado que seria um bom amigo... e, mais uma vez, estava sozinho. Não contei a vocês, mas depois que Ana me ajudou na praça o pai dela recebeu uma promoção e foi trabalhar na capital de São Paulo.

O professor falou e então pediu para que eu retirasse meus óculos escuros e foi aí que todos viram o meu rosto, não podia contar a eles a verdade. O que eu inventaria agora? - nada, não falaria nada, eles não tem nada haver com minha vida e o que acontece fora da escola não é problema da escola.

- Tem algo que queira nos contar? - disse o professor.
- Não! - falei rápido.
- Se você estiver sofrendo algum tipo de bullying nos conte e resolveremos isso ok? - ele falou amigavelmente.
- Tudo bem, mas isso não aconteceu dentro da escola. - por sorte o sinal bateu.

No corredor eu estava sentado sozinho e Felipe passou por mim com Kelly chorando, ele estava ignorando ela, porque ela chorava daquela maneira, os dois haviam terminado? - acredito que se isso aconteceu Felipe só pode ter ficado louco. Kelly era uma das meninas mais lindas do colégio.

Se ele tentasse se reaproximar, o ignoraria talvez porque ele não pode se achar a última bolacha do pacote. Me magoou de uma maneira profunda, não devia achar que só porque ele me pediu perdão tudo estaria bem.

Fui para casa e logo à noite meu irmão bateu na porta do meu quarto.

- Posso entrar? - perguntou ele.
- Entra ai - falei. - Talvez estivesse errado em deixar né? Depois de tudo que me fez. - segui falando.
- Olha, sei que fui um idiota.
- Foi mesmo - acrescentei.
- Sou seu irmão mais velho e não tô aguentando te ver machucado dessa maneira, me conta o que está acontecendo? - disse ele.
- Não é nada que você precise se preocupar, estou bem. - acrescentei.
- Estou aqui sempre para você, ainda me acostumando com tudo, mas te defenderei sempre, sou um escroto? Um ogro? Sou! Mas eu te amo porra e você sempre será meu caçulinha. - comecei a chorar e logo o abracei.
- Senti tanto a sua falta - falei - obrigado por vir falar comigo, não estou passando por coisas boas, mas vai passar.
- Estarei aqui sempre que precisar. - falou e saiu logo após.

A felicidade reinou em meu rosto, meu irmão já não estava mais tão nojento, posso ter esperanças na volta de nossa amizade. Lógico que não contaria a ele nada do que estava acontecendo, senão ele podia até matar Felipe de tanta porrada.

Me preparei para dormir e então deitei e pouco depois acabei pegando no sono.

Amar é Um Erro (romance gay)Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz