Capitulo 6 ✔

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Dois dias se passaram desde o incidente. Eu mantinha-me escondida no pequeno canto frio, junto de uma parede de cimento. Todas as noites o terror invadia-me, eu tinha medo de viver assim. A esperança é a última coisa que morre, porque sem esperança, o ser humano torna-se vazio, frio e amargo. Tudo fica a preto e branco, a vida torna-se o nosso maior pesadelo.

O que me faz ter esperança é o amor que tenho pela minha família. Eu quero voltar a vê-los, voltar a abraçar a minha mãe, voltar a conversar com o meu pai, voltar a chatear os meus irmãos.

Eu tenho planos para o meu futuro, e não é um psicopata que mos vai tirar.

Uma rapariga chamada Daisy foi levada na noite passada e ainda não regressou. Pergunto-me o que terá acontecido. Será que ela foi finalmente libertada desta horrenda caverna? Ou foi estuprada ao ponto de ir parar ao hospital?

Claire foi alvo de descarga à 2 noites. Na noite após tudo ter acontecido. Ele bateu-lhe com bastante força nas pernas e na cara, deixando, assim, um grande hematoma na testa e o lábio cortado. Aparentemente, ela não lhe desobedeceu para ele a massacrar dessa maneira.

Bridget era das poucas que vinha à minha beira tentar consolar-me. É também a única que sabe o que aconteceu comigo. Ela era uma pessoa extremamente carinhosa e amigável.

Hoje vem mais um pesadelo. O meu corpo entra em choque quando ouço os seus pesados passos sobre o chão. Ele vem ai.

As raparigas que sussurravam entre si calaram-se, desviando toda a atenção no homem alto, elegante, mas extremamente mau. Os seus olhos verdes eram perfeitamente notáveis e olhava atentamente para todas nós. Um sorriso perverso atravessou os seus lábios, o que me deixou com ainda mais medo.

"Qual vai ser a vadia para hoje?" Sorriu maliciosamente.

"Ele está bêbado,  quem ele pegar vai magoar." A rapariga que estava ao meu lado, Bridget, sussurrou.

Apesar de ter sido muito baixo, a sua voz propagou-se até aos seus ouvidos e captou a sua atenção. A sua cabeça virou-se imediatamente para o nosso lado.

"Ora, ora, ora. O que temos aqui? Uma mal-criada?"  Perguntou retoricamente enquanto avançava até nós, com o seu olhar posto em mim.

"E-eu..." Todas as minha células corporais pareciam ter congelado.

"Fui eu que falei." Opôs-se a morena.

"Ah sim? Sabes que não adianta protegeres as novatas. Eu hoje estou no dia de querer estar com alguém que ainda não estive."

Eu engoli a seco, as lágrimas ameaçavam escorrer pela minha face. Eu estava tão assustada.

"Tu, Bridget, vais pagar caro pelo tua língua pontiaguda, espera até amanhã." Riu-se. "Hoje és tu que me vens entreter."  Senti as suas mãos no meu cabelo e arrastou-me para fora dali.

O meu couro cabelo estava a doer, causado pelo constantes puxões. Tentei ao máximo não chorar, não queria tornar-me vulnerável e fraca junto a um psicótico. Ele arrastou-me até a uma porta, que foi imediatamente aberta por ele, dando um pequeno campo de visão ao que parecia um quarto de hóspedes, pois possuía uma mobília demasiado rudimentar.

Com que então é aqui que realizava as suas atrocidades. Não no seu quarto.

Ele rapidamente atira-me para cima da cama e fecha a porta, trancando-a. Podia ouvir a sua respiração ofegante. Ele rodou os seus próprios calcanhares e não pude deixar de reparar, outra vez, nos seus olhos verdes, mas com a luminosidade, notei vermelho em torno.

Foda-se, estava mesmo bêbado. Provavelmente até pedrado.

Apertei os meus maxilares com força, para contrair o medo e para evitar que alguma lágrima escape.

The Kidnapped || h.sWhere stories live. Discover now