Capítulo 3

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Para Francy, feliz aniversário sua linda. Parabéns!! Seja muito feliz. 

Para Priscilla feliz Aniversário, Toda sorte do mundo. Parabéns 

Para Luciana Tristento, Polyanne, katia Gabriel, Amanda Elerati, Ana Paula, Edanny Cristina, Jaqueline, Julliane Rodrigues, Lenira, Waylla, Lidiane, Jéssicat, Carol(Audio delícia)Cinthya, Ruth, Raquel, Rafaela, Mafiosas Literárias. Amo muito vocês!!!!

   Leonel

Não consigo levantar da cama. Tudo que tem em mim dói. Meus olhos não abrem e uma náusea me domina antes mesmo de me mexer. O som das batidas na porta parecem prestes a estourar meus tímpanos. A voz dela soa estridente.

─Abre essa maldita porta, Leonel, eu não aguento mais. – Nem eu. Também não suporto mais. Só quero que ela pare de bater, só quero que me esqueça aqui como eu sei que ela quer fazer. – Leonel, eu devia chamar a policia para arrombar essa maldita porta!

Devia, seria um bom jeito de terminar com isso. Uma volta pelo quarto e eu acabaria na cadeira pelos próximos anos. Os dois estariam livres. Ela estaria livre. Ele já deu no pé tem um tempo. Arrumou uma garota jovem e bonito e foi embora.

Carola, loira, olhos azuis, vinte e cinco anos. Eu bem me lembro da última vez que o vi. Ele parecia um tolo, babando cada movimento dela. Cheio de sorrisos. A idiota nem deve saber soletrar o próprio nome.

─Leonel, eu vou ligar para ele. Ouviu? – Se pudesse mover qualquer parte minha, eu riria. Ela vai ligar para ele, como se ele se importasse, como se não fosse a melhor desculpa que ela tem para continuar suas brigas via satélite.

Catarina Bianchi não se conforma que o casamento acabou, não aceita que foi trocada por uma mais jovem. Que ele não está mais sob seu controle.

Nem consigo condena-lo realmente. Quem suporta tanta pressão? Tudo do jeito dela, tudo sob seu domínio. A casa, a família, a profissão dele, a minha, com quem falamos, onde vamos, tudo, tudo na droga da nossa vida sob seu absoluto controle.

Me forço a sair da cama, nem sei se sou eu, talvez eu seja agora como um desses mortos vivos das séries de televisão. Me arrasto até o banheiro, a mente está confusa, a visão embaralhada.

Não consigo me lembrar que dia é hoje ou como cheguei em minha cama. A água gelada no rosto é como um choque bom. Me trás um pouco de volta a realidade. Me enfio no chuveiro, deixo a água cair uns minutos.

Tinha jurado que era a última vez, que era só para não mergulhar nessa angustia toda. Que eu compraria e voltaria para casa e nem me lembro direito quando foi isso. Ontem? Dois dias? Três?

Visto jeans, tênis. Eu tinha um bom par de tênis novo, mas troquei... imbecil. Eu troquei um par de tênis por um pouco de esquecimento. Por umas horas de paz.

A camiseta está amaçada. Passo a mão pelos cabelos úmidos. Encaro o espelho. "Você parece um garotinho" "Não acredito que tem vinte e um anos, parece quinze" "Leonel vai comprar, ele tem carinha de menino de família. Ninguém desconfia" não era melhor quando eu tinha quinze. Não era droga nenhuma melhor e nunca vai ser.

A chave não está na porta, ando pelo quarto. Por que diabos eu tranquei isso e onde enfiei a merda da chave?

Esbarro numa velha garrafa de vinho De Martino. Vó Amália mandou para meu pai tem três anos. Ficou guardada até eu precisar desesperadamente de qualquer coisa que me fizesse sentir vivo e roubei, melhor vinho que já tomei na vida. Não que entenda disso. Nunca vou entender disso, nem paladar devo ter mais.

Série Família De Marttino - Salvos Pelo Amor (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora