Capítulo 6:Castelos e Lobos

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Acordei sobre uma superfície macia enquanto meu corpo reclamava de dor. Raios de sol aqueciam minhas pálpebras dormentes e me faziam querer levantar, porém, quando tentei me mover, nada aconteceu. Meu corpo continuou imóvel como uma pedra. Usando toda a minha força, consegui abrir meus olhos me deparando com um grande espaço, cheio de móveis lustrosos e decorado com quadros elegantes nas paredes.

Percebi que estava em uma cama, não uma feita de feno como em um estábulo qualquer que eu estava acostumado dormir. Essa era grande, macia e fluída, quase como se ela se fundisse com minha pele. Era uma sensação estranha e nova. Era um tipo de tecido, talvez?. Não sabia dizer. Ela era mesmo enorme, como tudo no quarto também era aliás e então, em meio a minha confusão mental, as lembranças da luta contra a fera e logo depois, da aparição do grande lobo negro surgiram bem vívidas na minha cabeça me fazendo ficar inquieto.

Não foi um sonho ruim..

Onde eu estava? Onde estavam o comandante e os outros? Será que estavam bem, será que estavam seguros? Minha mente se enchia com perguntas na medida em que a força do meu corpo voltava. Com muita dificuldade, sentido cada músculo das minhas pernas protestar, consegui ficar de pé.

Minhas roupas tinham sido trocadas. Alguém fez isso enquanto eu dormia. As de couro que eu usava tinham sumido do meu corpo e no lugar delas, roupas finas e brancas me cobriam por inteiro. Leves e macias como plumas, eram tão confortáveis que passavam a impressão de que eu estava nu. Minha mente voltou a ficar enevoada de repente e por um momento quase cai na cama outra vez.

Tudo estava tão confuso...

O que tinha acontecido?!Eu precisava sair daqui para descobrir. No canto mais distante do quarto, avistei uma grande porta avermelhada. Era a minha saida desse lugar, pensei, indo até ela. Quando cheguei, tentei abri-la, forçando-a para o lado de fora, mas não deu certo. Eu estava trancado?!Tentei usar minha magia para abri-la a força, mas quando chamei por ela, meu corpo latejou, em aviso, como se dissesse que era inútil.

Maldição

Olhei em volta e vi uma varanda. Era por onde os raios de sol entravam e caminhei com dificuldade até ela. Se eu conseguisse fugir pulando dela poderia encontrar Tuck e os outros e assim dar o fora daqui. Mas fui tolo em pensar que daria certo. Pois assim que cheguei, percebi que estava há muitos metros acima do chão e abaixo de mim, uma linda paisagem verde e florida se estendia por um imenso jardim. Sem minha magia era impossível escapar por aqui e embora uma parte de mim tenha ficado bastante decepcionada, a outra não pôde deixar de ficar extasiada contemplando uma vista tão maravilhosamente exótica e colorida abaixo de mim.

Era incrível.

Eu, que tinha passado a vida toda convivendo com o branco forte e uniforme da neve, estremeci de fascínio vendo tanto verde se mesclando graciosamente a outras cores. Eu, que nunca tinha visto uma única flor sem ser congelada, fiquei hipnotizado ao ver, abaixo de mim, um jardim inteiro cheio delas.

Respirei fundo, absorvendo o calor da manhã penetrar minha pele suavemente, como nunca tinha feito em Frost. Seja onde eu estivesse, ficava bem longe do frio gélido e morto de onde cresci. Mas a questão aqui era, o lugar era seguro?. Escutei o som da porta sendo aberta e me virei, alerta e assustado.

Era uma mulher de aparência calma, baixa e de idade. Carregava consigo uma muda de roupas em silêncio e de cabeça baixa. Quando viu a cama vazia, vasculhou o quarto com os olhos até me encontrar prostrado na varanda da janela obsevando-a de volta.

Então sorriu, um riso obviamente amarelo, nervoso e cheio de medo. Ela não era uma ameaça e provavelmente era um serva deste local, percebi. Quando a mesma se aproximou, fez uma leve reverência cheia de classe. Alguns fios de seu cabelo preso e mal cuidado cairam-lhe sob a face ressaltando o quão mal cuidada estava.

Coração de Ômega(Romance Gay)[LIVRO 1][Em revisão]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora